Eu procuro um amor, uma razão para viver, e as feridas dessa vida eu quero esquecer. Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar, mas eu disfarço e não saio sem ela de lá. Procuro um amor que seja bom para mim. Vou procurar, eu vou até o fim. E eu vou tratá-la bem, para que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos.
Essa música "Segredos", de Frejat, tinha um significado único para mim até alguns meses atrás. Escrever sobre desejos, sonhos, segredos era uma forma de desabafar e, de alguma forma, extravasar os sentimentos escamoteados.
Muitas vezes sem nexo, minha fala não tinha ordem cronológica, nem ordem direta de sujeito-predicado. Eram frases soltas, versos brancos, poemas livres... afinal são rascunhos mentais (não necessariamente passados a limpo).
E dentro desses desabafos eu sempre me questionava: “até quando?”. Até quando “procuraria por este amor, uma razão de viver...”? Meu medo era não saber esse quando. Mas eu iria “até o fim”.
Hoje escutei esta música no rádio. E escutei de uma forma diferente, como se ela agora não tivesse mais sentido em minha vida. É engraçada essa relação letra-vida. Para cada momento de nossa vida, temos uma música marcante, que nos diz exatamente o que pensamos internamente. Louvemos os letristas e músicos que sabem expressar poeticamente aquilo que não conseguimos falar com simples palavras.
Algumas músicas nos fazem relembrar passagens de nossas vidas, nem sempre com letras representativas desse momento. Por exemplo, toda vez que toca “Bem que se quis”, da Marisa Monte, eu me lembro da minha cirurgia da vista, quando recebi alta e voltava feliz para a casa com apenas seis anos.
Já “Baianidade nagô” marcou um passeio de colégio, quando deveria ter uns oito anos de idade, e que todos nós cantávamos super empolgados no velho ônibus do colégio. Depois quando eu repeti a terceira série primária, eu não podia ouvir essa música que chorava lembrando os amigos da antiga turma.
Sempre fui ligado à música desde muito pequeno. Cada letra, cada melodia que escuto tem um significado (vide meu perfil!). Se ontem músicas de amor não me falavam nada, hoje, elas tomam sentido. Se ontem, eu “procuro um amor que seja bom para mim”, hoje “ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela”.
Pouco tenho falado sobre esse meu “novo tempo”, mas talvez porque falte tempo mesmo para falar... porém em breve novos “desabafos” virão... com o novo sentido em minha vida. Graças a ela, é claro!
Um comentário:
cara, todo mundo tem uma trilha sonora pra sua vida. bela postagem!
Postar um comentário