25 de junho de 2014

A COPA de JM




Em meio às torcidas pelos jogos da Copa do Mundo aqui no Brasil, ele chega vestido de verde amarelo. Escalado para fazer parte da nossa seleção, ele representa não só a esperança de muitas conquistas e vitórias, mas também uma vida, um sopro de amor e paz para essa família tão amada e abençoada. Ele vem completar esse time, fazendo dupla com outro craque, nosso atacante Ignácio.


Como uma narração de um jogo eletrizante, JM cria expectativa a cada instante. Mamãe e papai já estão preparados e, como verdadeiros técnicos, acreditam numa excelente partida! Após 39 semanas e meia de muito treino, planejamento tático, preparo físico e psicológico, chegou a grande hora! A torcida é grande e está animada! E todos gritam um só coro: Dá-lhe, dá-lhe ôhhhh!!! JM do meu coração!!!!


E lá vem João Marcelo no campo! Lança um chute de direita na barriga da mamãe aqui, traça uma cabeçada no canto esquerdo ali e empurra a bola pra frente com toda força de quem está doido para emplacar o gol! O preparador físico diz que o craque está coroando, pronto para atacar! Mas JM parece recuar um pouco... será que está escolhendo o tempo certo para invadir a área? Haja coração!!!  JM volta para o campo com novo fôlego! Manda um sinal aqui, uma cólica ali, dribla ansiedade de um, de dois, de três! Caramba, esse garoto é demais!!! Ele vem chegando, está avançando no campo! Opa, será que sai o gol agora? Seguuuuuura! Nossa senhora, quanta emoção, minha gente!


Mamãe afirma: agora vai! Entra no carro do papai! Passa a primeira, passa a segunda! Vira à esquerda, vira à direita! Olha o sinal!!!! Mamãe sente as contrações, a respiração é ofegante!!! Chega ao hospital! A maca já está na espera! Entra no elevador, vira o corredor, invaaaaaaade o centro cirúrgico! É agora, tá chegando! A torcida se concentra no berçário! E todos gritam: “João Marcelo, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”.


O juiz já apitou! Bola rolando no campo! Enfermeira cerca a área, obstetra prepara a jogada, mamãe incentiva fazendo força! Papai grita: vaaaaaaai que é suaaaa João Marcelo!!!! Respira fuuuundo! Lá vem JM, passa por uma, duas, três horas! O jogo esquenta! A torcida segue animada! É agora! Ele vem chegando, invade a área adversária! Olha o gol, é o craque chegando! Lá vem João Marcelo! Olha gol, olha gol... GOOOOOOOOLLLLLL!!!!!! É DELE!!!!! É QUERIDÃO, É QUERIDAAAAÇO JOÃO MARCELO!!!!!


E ele já chega fazendo graça! Manda beijinho pra mamãe, manda beijinho pro papai! E vai pra galera!!!!

A taça do Mundo é nossa! Com João Marcelo, não há quem possa!!!

20 de junho de 2014

A Culpa é das estrelas – o filme



Já havia lido por alto sobre a história do livro “A culpa é das estrelas”, mas ainda sim o filme me surpreendeu. A mensagem é estimulante, sensível, sem ser piegas ou algo parecido com autoajuda. O tema é pesado e triste, mas nem por isso a história é narrada de forma dramática. Ao contrário, o filme é leve e bem humorado, em alguns momentos, e profundo quando tem que ser.


Hazel é uma adolescente de dezesseis anos que tem câncer de tireoide com metástase nos pulmões. Até o encontro despretensioso com o também jovem Augustus Waters em uma reunião do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer, a vida desanimada da adolescente se preenchia com livros, seriados na tv e estudo. E é justamente o encontro com o garoto bonito e espirituoso que faz sua vida ganhar... vida! Augustus aparece na reunião a pedido de seu amigo, mas ele está em remissão de um câncer há mais de um ano. Ao contrário de Hazel, o jovem busca intensidade e não transforma a doença em um fardo.


Desde o encontro, eles se aproximaram e aos poucos foram construindo uma relação afetuosa que, inevitavelmente, se transformou em paixão. Ela tentou resistir, porque se sentia uma granada a ponto de explodir a qualquer momento, ferindo as pessoas mais próximas. Mas ele mostrou que o que importava não era quanto tempo eles passariam juntos, mas como passariam juntos o tempo indeterminado.


E é aí que se tem a melhor metáfora da história como lição de vida. Depois de ceder e finalmente se apaixonar por Augustus, Hazel tenta demonstrar em uma lição matemática o significado do relacionamento dos dois. Entre 0 e 1, há infinitos números (0,12; 0,35...), assim como uma infinidade maior ainda entre 1 a 1 milhão. Portanto, eles conseguem viver seu conjunto infinito de números dentro dos poucos anos restantes.


A menina que inspirou o autor John Green a escrever o livro não viveu essa linda história de amor,
mas certamente impressionou Green com sua energia e espontaneidade. Era uma adolescente consciente de sua condição, mas nem por isso deixou a vida de lado, para sofrer com a doença. Ela foi diagnosticada em 2006 e, até 2010 (ano de sua morte), ela se expressou e ganhou espaço na internet, principalmente após ser conhecida pelo próprio John Green. Foi lançado esse ano (2014) o livro sobre Esther Grace Earl, reunindo suas cartas, contos e anotações de seus pais, como uma espécie de autobiografia. Ainda não li, mas deu vontade de conhecer mais sobre essa adolescente. O livro se chama “A estrela que nunca vai se apagar" (editora Intrínseca).

17 de junho de 2014

Candidatos para Rio #vergonhalheia



A Copa ainda está em todo vapor, mas as eleições para novo governador do Rio já chamam atenção pelo resultado do Ibope que demonstra de fato a insatisfação dos cidadãos: o percentual de branco ou nulo é maior do que o de qualquer pré-candidato: 27%. Na capital, esse percentual chega 37%.

Mas não poderia ser diferente diante da relação de pré-candidatos ao cargo mais importante do Estado. Figuras que já foram alvo de polêmicas, principalmente em casos de corrupção, estão entre os principais candidatos, entre eles Garotinho, Marcelo Crivella, Lindbergh Farias e César Maia. Além desses, encontra-se o atual governador (antes vice do Cabral), Luiz Fernando Pezão, e outros dois mais apagados: Miro Teixeira e Tarcísio Motta (quem?).

A verdade é que será difícil escolher quem é o menos pior, porque é vergonhoso o histórico de cada um deles.

Matéria do OGlobo sobre resultado do Ibope

4 de junho de 2014

Afinal, vai ter Copa?



“A gente não quer só comida/ a gente quer comida, diversão e arte”. A famosa música do grupo Titãs já diz que não vivemos apenas do básico. Precisamos de educação, saúde, trabalho, mas também diversão e arte. Na discussão que tomou conta das redes sociais, nas manifestações de ruas e nas inúmeras greves paralisando serviços fundamentais para “ordem pública”, o jargão “Não vai ter Copa” é a resposta do povo que se diz contra aos gastos abusivos nos preparativos do evento mundial, ao descaso de políticos com assuntos realmente importantes para o país e tantos outros problemas crônicos.


A segurança pública foi ameaçada inúmeras vezes, com ataques às UPPs, anunciando o que podemos esperar durante a Copa. E tudo isso assusta não apenas a população, mas o mundo que aguarda a realização de um dos eventos esportivos mais esperados. Os pensantes desses movimentos contra a realização da Copa querem, obviamente, aproveitar o momento em que o país estará em evidência para jogar no ventilador todos esses problemas econômicos, sociais e políticos em que o Brasil enfrenta há muitos anos. Desde o ano passado, as primeiras manifestações de rua já demonstravam que o “gigante acordou” na hora exata para que o mundo olhasse para além dos estádios, seleção brasileira e patriotismo fajuto. Mas todos de fato pensam assim?


Em artigo escrito por Fábio Vasconcellos (publicado no OGlobo), “O contraditório silencio verde amarelo”, o jornalista e cientista político afirma algo interessante: socialmente falando, é melhor ser contra do que a favor da Copa. Afinal, a opinião pública está sendo determinada por uma parcela da população que defende essa ideia. E aquele que pensa o oposto, infelizmente, pode ser alvo de críticas severas. Gostar de futebol, Copa e torcer pela seleção passou ser feio ou, no mínimo, alienado ao atual contexto nacional, mesmo sabendo que vivemos em um país onde futebol é paixão nacional.

“Entre futebol e melhores escolas, socialmente é mais admirável quem aposta na segunda ideia. Mas por que isso? Porque poucas são as pessoas que se dispõem a encarar o custo de um debate ou de uma exposição nessas condições. É muito mais caro sustentar publicamente uma ideia quando do outro lado, segundo a sua percepção, há não apenas maior volume de argumentos, mas argumentos moralmente aprovados por todos. Ninguém quer ter uma opinião isolada”, descreve Fábio.


Sejamos práticos: você não questiona a falta de um excelente serviço de saúde e educação apenas em ano de Copa. Ser a favor da Copa não significa que não seja favorável a melhorias nesses setores-chave da sociedade. Não se trata de ideias excludentes. Um desabafo publicado e amplamente divulgado nas redes sociais afirma que a resposta do povo contra os abusos orçamentários gastos para Copa deve vir nas eleições, não agora durante o evento. Prejudicar a realização desse campeonato mundial, só vem piorar a imagem do país internacionalmente. E qual o efeito disso?


Quando o país ganhou o direito de sediar a Copa, a maioria comemorou na época, porque via-se “com bons olhos” a vinda de um evento tão importante como esse para o progresso do país. Infelizmente, esse progresso é uma maquiagem mal feita para o Brasil aparecer bem na imagem.

A Copa acontece, com direito a reforço de policiamento nas ruas (algo visto apenas em eventos como Eco 92, PanAmericano, Rio +20, Visita do Papa, etc.), mas depois tudo volta ao normal, como sempre. “Adianta reclamar?”. Adianta. Esse ano, coincidência ou não, também é ano de eleições. Agora, o que nos entristece é não ter opções sérias de candidatos.