27 de janeiro de 2016

Dever de casa para os pais


Até que ponto os pais são responsáveis pelo aprendizado escolar de seus filhos? Uma propaganda recente da BIC fez um teste inusitado, quando colocou pais de alunos da quarta série primária para realizar a mesma prova que seus filhos. Claro que muitos ficaram surpresos, e o resultado mostrou a comparação das notas entre pais e filhos.

A campanha incentiva a participação ativa dos pais no processo de aprendizagem de seus filhos, sabendo exatamente o conteúdo repassado em sala de aula. Matemática, Ciências, Geografia, História e Português sãos matérias básicas exigidas no primário, e mesmo que todos os pais já tenham passado pela escola, muito conteúdo já foi esquecido ou até mesmo atualizado. No momento em que os pais cobram boas notas de seus filhos, a questão é: será que os pais podem cobrar, se nem eles têm esse conhecimento?

Para alguns pais – os mais presentes – é bem comum o estudo coletivo, quando os pais acabam aprendendo junto com seus filhos como resolver um problema de matemática, por exemplo, aplicando a fórmula XYZ. Na prática, os pais passam a ter a tarefa (além das próprias de adulto) de acompanhar o desempenho escolar, tendo embasamento na devida cobrança. Mas será que é mesmo necessário tamanho empenho?



26 de janeiro de 2016

33 Variações - a peça


foto Guga Melgar


Com a abertura oficial do Teatro Nathalia Timberg, na Barra, o diretor Wolf Maya inaugura mais um bom espaço para cultura carioca. E nada mais justo que estrear uma peça, cuja protagonista é vivida pela própria homenageada.

A peça escolhida para essa estreia é um sucesso da Broadway – “33 Variações” – que narra o processo de criação das variações de Diabelli, consideradas obra prima de Bethoveen, a partir de uma busca incessante de uma musicóloga pelos manuscritos do autor.

Para contextualizar a narração, o espetáculo intercala o presente, vivido pela pesquisadora, com o passado, remetendo à época de Bethoveen, interpretado por Wolf Maya. Para enriquecer ainda mais a peça, parte da obra é executada ao vivo pela pianista Clara Sverner, com um piano de cauda em destaque, compondo o cenário. As projeções visuais impressionam o público, sendo um excelente artifício cênico, ultra moderno.
Com tudo isso, você deve imaginar: “nossa, essa peça deve ser imperdível!”. 

Confesso que fui com uma expectativa proporcional ao talento do elenco e a beleza musical do repertório, mas o resultado, infelizmente, não correspondeu.

A sensação é de uma peça é arrastada, com um roteiro fraco, o que torna cansativo para suas três horas de duração (com intervalo). É um drama, com pitadas de humor, que não se sustenta quando a problemática já é percebida nos primeiros minutos da peça. Por um lado, uma pesquisadora fanática pelo brilhantismo de Bethoveen, mas tendo que conviver com os sintomas da esclerose lateral sofrida pela personagem. Por outro, um Bethoveen doente, obcecado pela criação de uma obra perfeita. Para o final, Wolf prepara um número musical fantástico, com seus alunos da Escola de Arte Dramática, o que faz o espectador despertar de uma soneca inevitável. E isso é tudo.


25 de janeiro de 2016

A beleza de envelhecer bem



Minha avó acaba de completar 85 anos. Segundo a própria, nem ela imaginava alcançar essa idade. A cada 24 de janeiro, é um recomeço, um ano de expectativas, sem saber como será o próximo aniversário. Não é contar o tempo, muito menos esperar a morte chegar. Apenas o fato de que o avançar da idade passa ser uma incógnita do que esperar dessa vida, cheia de incertezas.

Minha doce avó não é a pessoa mais otimista que conheço. Suas inúmeras preocupações e medos lhe fazem uma pessoa antagônica: por um lado, um ser melancólico, por outro, uma pessoa de fé. Como boa religiosa, recorre sempre aos seus santos o pedido de saúde, não só para si mas principalmente para os próximos. Ela vive um dia após o outro, com seus altos e baixos. Mas o que mais impressiona é sua doação à família. Não existe nada mais importante que o bem de seus entes queridos. E ela não mede esforços para ver sua família reunida.

Quando penso sobre o processo de envelhecimento, nada mais natural que a tenho como minha referência. Ela sempre foi uma pessoa ativa, cuidadosa, dona de casa zelosa, capaz de preparar o melhor almoço de domingo para ver sua família feliz em sua mesa redonda. Ela ajudou a criar seus netos, quando ainda trabalhava fora. E agora, dentro de seu limite, ajuda nos deveres de casa e nos cuidados dos bisnetos.
Se posso resumir em uma palavra o que minha avó representa ao longo de seus 85 anos de idade é “doação”. E se amar o próximo mais que a si mesmo traz vivacidade, então eu quero envelhecer assim. 
  Pensar no amor como alimento da alma, aquilo que nos fortalece e é a razão para viver em paz consigo. É envelhecer com sabedoria, sem excessos, sem vícios, mas sem deixar a vontade de aproveitar cada momento, principalmente quando temos ao nosso lado nossos amores.

Não sei se chegarei aos 85, mas meu maior desejo é saber envelhecer, encarando com maturidade os limites do corpo, mas alimentando sempre o espírito jovem até o fim.

21 de janeiro de 2016

Ano Novo, dieta nova



Parece clichê (e é mesmo!), mas todo início de ano resolvemos colocar em prática algumas metas pessoais, e uma delas é iniciar A dieta!

Desde setembro de 2015, quando comecei uma nova rotina de trabalho, a mudança na alimentação e o abandono dos treinos resultaram em quilos a mais na balança. Se a genética já não ajuda e o metabolismo depois dos 30 só dificulta, o que resta é encarar a velha dieta de sempre.

Em visita a uma amiga nutricionista, a consulta foi dolorosa. As medidas não escondem o perigo da obesidade batendo na porta e como os maus costumes estavam acabando com a saúde. O problema é conscientizar que não existe “receita milagrosa”, e sim uma reeducação alimentar permanente. Para algumas coisas, a dieta deve ser radical por um período curto, mas em outras, o consumo mínimo de açúcar deve ser encarado como permanente.

A novidade (pelo menos para mim) é o uso de suplementos, como glutamina, ômega 3 e probiótico, que podem até facilitar o processo de emagrecimento mas que pesam muito no bolso. Aliás, para quem está disposto a emagrecer, deve preparar o bolso para custear os tantos de produtos indicados pelos nutricionistas.

Exemplo?

Você costuma comprar um tipo de iogurte, com preço viável, para substituir o pão e outras guloseimas calóricas do café da manhã. Mas daí descobre que não é qualquer iogurte que vale o investimento. A marca indicada pela profissional não sai por menos de R$3,50 cada pote. E se você não abre mão do bom chocolate de cada dia, a nutricionista não impede que você inclua na sua dieta, desde que seja aquele com percentual de 60% (para mais) de cacau na composição, o que aumenta consideravelmente o valor da barrinha.

Por outro lado, há algumas vantagens ao aderir o modo saudável de se alimentar. Para quem trabalha fora e precisa almoçar na rua, o ideal é não beber nada enquanto come. Portanto, você já consegue economizar no consumo de bebida (mas se você for beber um suco, já sabe que vai gastar mais que um refrigerante).
Na realidade, essa mudança de hábito é difícil quando você passa anos da sua vida comendo o que tem mais prazer. E a máxima “o que é bom, engorda” nunca fez tanto sentido, quando você se depara com a realidade cruel da dieta. Pizza, pipoca, cerveja, doces, sorvete, hambúrguer... viram objetos de desejo na sua única refeição livre nos fins de semana (sábado OU domingo!).

Mas se você tem a meta de atingir o peso ideal (não é ser radical), todos os esforços são válidos. E quando o resultado é alcançado, você tem todo o direito de comemorar... bebendo!!!! Claro que não, só sábado OU domingo...