30 de maio de 2008

Um ombro amigo...


No post anterior, relatei a velha história de dois grandes amigos que se amam, mas não assumem ou não têm coragem para assumir um romance.

Pois bem, e quando um namoro vai mal, muito mal, e aí o consolo de um ombro amigo passa ser algo mais? Um affair com amigo pode surgir em um momento de completa carência, um clima surge, às vezes acompanhado por uma embriaguez culposa, e pronto: um beijo rola.

A confusão já está feita. Do simples e inesperado beijo para uma paixão fulminante é um passo, que pode significar um divisor de águas para o bem ou para o mal... geralmente para o mal.

Quando o ex – ainda envolvido no término do namoro – descobre o novo romance, o pior pode acontecer. Aquela falsa expectativa de um retorno se desfaz, proporcionando o mais profundo desgosto, um sentimento amargo. Todo respeito e carinho que ainda restavam por aquela pessoa amada se transformam em revolta, raiva, desprezo, às vezes nojo, repulsa, aversão completa. Quem é o mais culpado nessa história: a quem eu dediquei durante anos meu amor, machucado porém eterno, ou a quem confiava uma preciosa amizade? “Não passam de falsos, trapaceiros, fingidos, escrotos, nojentos, traidores. Apunhalaram-me pelas costas, enquanto acreditava em seus sinceros sentimentos por mim”.

Mas há culpados nessa história?

Se um novo amor surge – depois de um término – o que há de mal nisso? Só porque os envolvidos são duas pessoas muito próximas? Alguém já explicou como surge o amor por alguém? Pode ser por afinidades. E quando aqueles que até então não se enxergavam, não percebiam tamanha afinidade, porque estavam cegos por um amor pretérito, descobrem isso no momento de maior fragilidade? Estão fadados ao desprezo completo da sociedade? Sim, porque não basta o enfadonho rompimento com maior prejudicado (o suposto traído), os amigos – aqueles que se intitulavam como tal – também acabam comprando a “briga” e partem para o desprezo. “Atirem a primeira pedra!”

Mas nem tudo está perdido. Agora são só nós dois! Temos a obrigação de provar a todos que seremos felizes, porque o nosso amor é verdadeiro! Se o mundo está contra nós, seremos cúmplices do nosso amor. Quem sabe amanhã, eles caem na real?

29 de maio de 2008

É só amizade?


Ontem assisti ao filme “O melhor amigo da noiva” (Made of Honor). Uma comédia romântica bem estilo sessão da tarde, mas com uma mensagem interessante. Quantos amores são perdidos por insegurança ou medo de que algo pode dar errado? Tom prefere ter seu grande amor, Hannah, como sua amiga, porque assim tem a certeza de tê-la para sempre em sua vida. Se assumisse um caso com ela, podia não dar certo no futuro. Daí uma forte e duradoura amizade poderia se evaporar.

Mas é a partir de uma situação ameaçadora, para ele, que Tom descobre o que era inaceitável até então. Hannah, durante uma viagem para Escócia, encontra seu par quase perfeito, decidindo se casar pra ontem! Como assim? Como pode me abandonar de uma hora pra outra? E a nossa amizade, como vai ficar? Você vai morar longe e me deixar sozinho, cercado de mulheres vazias, lindas mas vazias?

Sim, ela vai deixá-lo. Será?

Não precisa assistir ao filme para saber que o happy end é garantido. Ele resolve escancarar seu amor para a “melhor amiga”, que por sua vez sempre foi apaixonada por esse velho mulherengo, descrente do amor eterno e da felicidade conjugal.

E quando aquele velho amor (às vezes platônico) só vira amizade? A história só deu uma reviravolta porque ELE resolveu mudar de atitude. Mas se ele não mudasse, o que aconteceria com ELA? Se casaria com o tal escocês só por casar? Deixaria para trás seu amor verdadeiro, platônico, mas verdadeiro?

Volto a repetir: quantos amores são perdidos pela falta de atitude?
Você já ouviu a expressão “não deixa virar amizade, porque depois já era”. É o que mais acontece... você começa ser simpático demais, ouvinte demais, carinhoso demais até se tornar confidente. Daí pra ela começar a contar os seus amores e casos, querendo saber sua opinião, não custa.

Lembro-me de uma menina do colégio por quem era apaixonado, logo com meus 13, 14 anos. Então, de tão próximo que fiquei, tão amigo, passei a ser o confidente. Era horrível escutar da boca dela seus desabores amorosos, com os garotos mais velhos. Toda menina com essa idade nem pensa em beijar um fedelho, mesmo tendo a mesma idade que ela.

Tom foi mais que confidente, foi escolhido para ser “a dama de honra” da amiga Hannah para seu casório. Tom foi paciente. Na verdade percebeu que esta seria uma boa oportunidade para se aproximar ainda mais dela. O plano deu certo e antes que fosse tarde demais, ele impediu um casamento, praticamente na hora do sim.


27 de maio de 2008

Alguns dias difíceis...

Entre uma louça e outra, escrevo texto para uma revista nova. A cabeça não pára. Telefona para um, entrevista outro, apura um dado aqui, especula uma informação ali. E no meio de toda uma doida rotina, há livros e textos espalhados pela casa. É que ainda se estuda para uma prova de concurso, mas isso é um outro assunto. Não há tempo pra nada, nem para atualizar este veículo.

É difícil escrever bem. O meu estilo não é o mesmo que o seu. E aquilo que pode soar como natural e espontâneo para mim, pode ser clichê ou sem graça para você. Então cada um no seu quadrado, como sugere o funk carioca.

Sou impulsionado pela ação, por algo que vai acontecer. Um estímulo me faz produzir muito, mas não o suficiente para agradar o próximo. Vou me superar. Tenho que me superar.

A cada dia, somos provocados, às vezes sutilmente, às vezes de forma grosseira mesmo. “Ah, isto está uma bosta! Refaça isso”. O ser humano não está preparado para escutar críticas. Só elogios lhe caem bem. Lidar com superação é uma aprovação quase íntima. Ninguém deve impor isso a você. Pelo menos não deveria. Entretanto, é o que mais acontece conosco. Somos desafiados e criticados diariamente em casa, no trabalho ou na escola.

Quem sempre tirou 10 na escola, um dia receberá um Zero na profissão.
Provar que você é bom realmente é uma prova (desculpe a redundância).
Trabalhar, trabalhar, trabalhar... quem sabe um dia você é recompensado?

15 de maio de 2008

Checklist para elas

Em mais uma conversa de bar (ou quase isso), estava rolando um papo entre duas amigas minhas (que não se conheciam até então) sobre namoro e afins. Um detalhe importante: um post meu (Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?) foi escrito, pra variar, inspirado na história de uma dessas amigas no bar. Só que como esta, várias outras mulheres (inclusive a outra amiga presente no bar) passam pelo mesmo conflito de “será que é possível ser feliz sozinho mesmo?”. Tanto é, que esta outra amiga, ao ler o post, ficou com tanta raiva de mim (porque achou seriamente que eu teria escrito para ela, exclusivamente) que não conseguiu ler até o final.

Mas o que quero escrever hoje é sobre o resultado dessa conversa à três. Depois da discussão que realmente não vale a pena ficar com uma pessoa só por carência ou algo parecido, uma delas (aquela para quem eu realmente teria escrito o texto) resolveu escrever uma espécie de checklist para o próximo namorado. Isso seria, segundo ela, fundamental para que o pretendido não cometesse as mesmas falhas dos ex e, portanto, ter mais chance de dar certo.

Eu resolvi anotar o tal checklist para reescrever aqui. Outro detalhe importante: durante a conversa, alguns pontos dessa lista foram concordados 100% pela outra amiga presente, o que pode dizer que quase toda mulher deve pensar da mesma maneira. Já outros pontos correspondem a gostos pessoais, portanto, adaptáveis a escolha do freguês (ou no caso, a freguesa).

Vamos a lista:

1- Ser alto: uma característica importante do homem, segundo elas. Principalmente pelo fato de que elas exigem um abraço de urso, ou seja, aquele que cobre todo o corpo da mulher. Além disso, é a satisfação de deitar a cabeça no peito do homem, e não no ombro, pela falta de tamanho.

2- Ser inteligente: parece ser uma característica básica, mas que, segundo elas, está em falto “no mercado”. Saber falar e escrever o português direito já é um bom começo. “nada de ‘derrepente’, porque isso dói lá no fundo da alma”, enfatiza uma delas.

3- Ser independente: aquele que paga as suas contas e de preferência as dela também! Não depender de mãe, pai ou avó, muito menos da própria namorada para decidir sua vida.

4- Ter pegada! Bem, essa característica, segundo elas, deve ser uma das primeiras do checklist de todas as mulheres. “Nada de carinho leve! O negócio é pegar firme! Chegar pegando!”, ressalta a outra.

5- Ter senso de humor: uma pessoa carismática e espirituosa. Não precisa ser engraçado, mas que pelo menos tenha um papo agradável e, principalmente, ser sociável com os amigos da namorada.

6- Saber cozinhar: não precisa cozinhar sempre, mas às vezes saber fazer um prato (mesmo que seja o velho macarrão de sempre) para agradar a namorada, principalmente naquele dia que ela não está a fim de cozinhar para ele.

7- Gostar de dançar: Não precisa saber dançar, mas pelo menos gostar de sair para dançar e não ser aquela mula ambulante que só serve de segurança particular na boate ou em outros lugares (como forró, samba etc).

8- E o mais importante de todos eles, segundo elas. Palavras delas: “Não quer ir comigo? Eu vou, foda-se!”.

Algumas acrescentam ainda na lista: gostar de comida japonesa, curtir os mesmos gostos musicais, ir ao cinema pelo menos uma vez por mês, fazer uma surpresa amorosa e por aí vai. Porém, como foi dito anteriormente, esta é uma lista flexível, que depende do gosto de cada uma.

Se você quiser acrescentar um item que ache fundamental e que não está presente nesta lista, ou melhor, se você quiser contar qual seria seu checklist, comente depois.

Eu ainda escreverei o check-list para eles! Aguardem, meninas!

9 de maio de 2008

Para quem escrevo?

Acho interessante alguns comentários que recebo aqui. De certa forma, parece que escrevo algo para determinada leitora (ou leitor). “Nossa, como isso acontece comigo”, “é incrível como 90% do que vc fala se encaixa no que estou vivendo atualmente”, ou então: “é muito difícil ler reflexões dessa natureza escritas por um homem.”. E por aí vai.

Mas afinal, para quem escrevo?

Acho que 90% de quem passa por aqui é do sexo feminino. Eu, particularmente, tenho muitas amigas e estas me proporcionam várias histórias sobre seus relacionamentos, reflexões íntimas, questionamentos sobre atitudes (ou falta delas) de nós homens.

Portanto, gosto de escrever, quando escrevo sobre comportamento humano, sobre o que costumo escutar e observar do ser humano em geral. Como somos complexos, mas ao mesmo tempo... como somos previsíveis.

Todo mundo sofre mais ou menos pelas mesmas angústias, pelo menos uma vez na vida. Porém, é claro, cada um com sua história e seu ponto de vista. E qual o tema mais aspirado? O amor, é certo!

E sobre isso, venho pela primeira vez também contar um episódio, no mínimo, interessante que aconteceu comigo, graças a um post do blog. Isso me fez perceber o quanto neste mundo estamos sempre precisando do próximo, mesmo que este seja um estranho, ou até mesmo um “conselheiro virtual”!

A história – resumida – é a seguinte. Depois de ler um desses comentários, respondi diretamente por e-mail. Bastou o primeiro para surgir uma troca intensa de e-mails, com confissões, declarações e conselhos que perduraram por algum tempo.

A personagem tem seus 40 anos, casada, com filho e muito bem resolvida... profissionalmente. Uma família linda, digna de comercial de margarina se não fosse, pra variar, um triângulo amoroso. Mas um triângulo ainda não lapidado. De um lado, um marido fiel, amável, maduro, paixão da adolescência que perdura em seus 10, 15 anos de casamento. Do outro, um garoto com seus 20 e poucos anos, um desconhecido, apaioxado, galanteador, alguém que a atormentava em seus pensamentos mais íntimos, mas que nunca teria “avançado o sinal”. Nem um beijo, nem um abraço, quanto mais um caso consumado.

Mas ele mexia com seus sentimentos tão seguros, tão fiéis, tão... deslizantes. E daí a dúvida: largar toda segurança de um casamento perfeito para viver um novo “amor”, ou desfazer dessa prematura aventura amorosa, deixando definitivamente para trás essa tortura sexual vigente?

Eu me senti o verdadeiro Toni Sá – o personal amigo (virtual). E depois de algumas conversas, ela tomou a decisão que a mesma decidiu melhor. Mandou uns últimos e-mails e acabou o diálogo comigo.

Isso me fez lembrar de um trecho do livro que estou lendo “O anjo pornográfico – a vida de Nelson Rodrigues”, quando este, se passando por uma escritora chamada Suzana Flag, escrevia a alma feminina (seus amores e conflitos) como muitas não consegueriam descrevâ-la tão bem quanto ele, o Nelson debochado e escrachado. “(...) A massa de leitores acreditava que ‘Suzana Flag’ existia. (...) Muitos lhe escreviam cartas. Entre essas, havia as de um presidiário que se apaixonara por ela. Nelson respondeu-lhe com cautela, insinuando que ‘Suzana Flag’ era casada ou estava por casar. O presidiário conformou-se e, tempos depois, voltou a escrever, comunicando o seu próprio casamento na prisão e convidando-a para madrinha. Como se sentiria o noivo se soubesse que ‘Suzana Flag’ usava suspensórios?”

Entretanto, só para terminar, gosto desta idéia de participar das vivências alheias, não sendo intruso. Continuo observando e tirando algumas idéias, transcritas em post por aqui. Gosto de ler comentários também. Portanto, para aquelas que só passam e não deixam seus rastros, por favor, eu escrevo para você, também!