23 de junho de 2009

Que susto...

Depois de assistir ao documentário “Ninguém sabe o duro que dei”, que vem rediscutir se o coitado do Simonal seria ou não informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), acordei assustado hoje.

Imaginem vocês que sonhei reviver um tempo triste de nossa história, em que todos tinham medo de se expressar, soltar o verbo, manifestar sobre qualquer coisa: desde o café frio do botequim até os habituais escândalos do Senado.

As letras eram censuradas, os músicos eram exilados, as peças eram proibidas e só se liam receitas de bolo nos jornais diários... éramos todos tachados de subversivos!

Quando não se bastava o tormento, ainda vi uma cena assustadora: meus governantes eram todos militares!!!! Socorro!!!!


Foto: Ricardo Stuckert

19 de junho de 2009

O famoso calote amigo

Em todo grupo de amigos, há sempre um que já é velho conhecido no grupo pelos seus calotes. Todo mundo é amigo, mas também ninguém fala na cara da pessoa e acaba deixando passar...

Eu conheço pelo menos duas pessoas assim, de grupos diferentes de amizade, mas que a fama já é tanta que o pessoal corre quando a pessoa solta um “paga pra mim, depois acerto contigo?”.

Esta semana, combinamos um encontro na casa de um amigo, que voltou a morar no Rio (para felicidade de todos!). Daí, o combinado também era cada um levar alguma coisa pra beber e comer. Até aí, tudo bem.

Quando estava pronto pra ir sozinho, liga uma amiga pedindo carona (já o primeiro ato). “Ok, então passo daqui a pouco na sua casa”. “Não, estou no shopping, na academia. Pode passar aqui?”. Hum... (ela mora do lado da minha casa, mas me fez passar no shopping – segundo ato).

Bem lembrando que antes de ir buscá-la, já tinha passado num lugar para comprar massa branca (como petisco), e só faltava então algo para beber. Como já adivinhava, ela não tinha comprado nada, então, acabamos passando num mercado próximo.

Eu só fiz pegar o refrigerante, enquanto ela encheu o carrinho de refri, dois sacos de pão de queijo e ainda dois sacos de batata frita (para ir beliscando no caminho). Então, na hora de pagar...

- Este cartão não foi aceito, senhora.
- Não???? Como assim? Ai meu Deus... então tenta com esse outro aqui, por favor.
(comentário da pessoa: “bem, eu passo o cartão, mas nem sempre tem dinheiro mesmo... se colar, colou”)
- Senhora, este outro cartão também não está sendo aceito.
- Ah, não é possível! Gente, como pode? Aff...
(agora vem a clássica frase!!!!)
- Amigo, paga essa para mim, depois eu acerto contigo?

E agora? O que você faz?

1- Finge que seu cartão não está passando também e diz que o seu dinheiro está contado para o refri?
2- Acaba pagando tudo, para terminar logo a situação e sair o mais rápido possível do mercado?
3- Se vai pagar no cartão também, fala logo que está cansado de receber calote e que não vai pagar nada não?

18 de junho de 2009

Hoje é dia de Maria Bethânia.

É comum buscarmos nossos ídolos no mundo das artes, seja na literatura, na poesia, na dança, no teatro, no cinema, na música e tantas outras expressões culturais. E muitas vezes, nossas referencias são pessoas que já não se encontram encarnadas, nos restando seus registros, seus livros, discos, filmes etc.

Porém, não há melhor satisfação quando conseguimos presenciar um show, uma peça, ou simplesmente um encontro casual com esses ídolos. Quem me dera ter assistido a um show de Vinícius, Jobim, Elis...

Mas essa satisfação plena vem à tona toda vez que assisto a um show de Bethânia. Ela fascina com sua presença. Se ouvir suas músicas já nos eleva, assisti-la ao vivo, no palco, chega ser uma viagem.

Nascida no dia 18 de junho de 1946, essa baiana com seus longos cabelos grisalhos e voz inconfundível não só acumula fãs de todas as idades, como agrada os ouvidos de tribos diferentes.

E o que lhe faz ser tão especial? Sua musicalidade e sua sensibilidade em interpretar cada letra com seu jeito único. Sua voz é firme, forte, grave, e ao mesmo tempo suave. Seu repertório é brasileiro, sem preconceito, e ao mesmo tempo não mercadológico, ou seja, sem a preocupação em “agradar o grande público”, no bom sentido, é claro.

Então, é possível escutar desde Roberto Carlos (“As canções que você fez pra mim”, um dos álbuns mais elogiados de sua carreira) até Zezé Di Camargo (É o amor), passando por veteranos Chico, Caetano, Vinícius, Noel Rosa, Gonzaguinha, e novos como Ana Carolina, Jorge Vercillo, Chico César, Adriana Calcanhoto, com a mesma admiração.

Sem contar as canções regionais. Ela sabe bem o que significa diversidade cultural brasileira. Muitas vezes, enxergamos o trabalho de pesquisa apurada de canções que são praticamente resgatadas do grande baú que é a verdadeira música popular brasileira. Mais uma vez, sem preconceito, Bethânia é capaz de selecionar em seu repertório músicas pouco conhecidas pelo grande público. E o resultado disso são discos riquíssimos como Âmbar (1996), Maricotinha (2001), Imitação da Vida; Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu (2003), Brasileirinho (2004).

Pés descalços, saias brancas rodopiantes,
Pulseiras e cordões que chocalham,
Ela vem com seus
Cabelos soltos, largos, fartos,
Uma voz que vibra
Um olhar que interpreta, a mão que acompanha,
O som, a luz, a cor do som
Uma pausa para leitura
Dos poemas da alma
Depois um batuque dos negros
O palco-terreiro
Os músicos deuses
O público, seus súditos
Uma força a cantar
Chamada Bethânia.

Para quem não conhece, ou quer conhecer mais:
http://www.mpbbrasil.com/content.asp?cc=1&id=27445
http://www.mariabethania.com.br/

9 de junho de 2009

“Estava precisando...”

A falta de prática faz cometer erros bobos, mas que servem como experiência (como se diz: afinal, fazer merda serve para adubar a vida!).

Sabe aquele presente que você está sonhando em receber da pessoa amada, e a expectativa é tanta que você idealiza algo surpreendente? Então essa pessoa chega e finalmente entrega o “presentão” com aquele sorriso no rosto, todo feliz porque acha que comprou o melhor presente para a ocasião!

Então, ela abre o presente e... “nossa... que legal... estava precisando!”.

É... acho que seu presente não agradou. Está estampado no rosto dela a decepção mal disfarçada. Não era BEM isso que ela gostaria de ganhar no Dia dos namorados.

- Mas não foi isso que você estava precisando?
- De uma pilha recarregável para minha máquina e um carregador? Ah sim... era.
- Então... eu pensei que você iria ficar satisfeito por voltar a usar sua máquina de estimação.
- Eu gostei sim. Realmente estava precisando...

Ok. Você tentou acertar no presente. A intenção foi boa, mas... isso é presente romântico onde? E aquele cordão lindo que ela namorou na vitrine quando passeavam no shopping? E o vestido com capuz que ela já deu várias indiretas? Tanta coisa interessante e logo um conjunto de pilhas e um carregador? Tudo bem... É a falta de prática. Quem sabe no aniversário não acerta?

Porém, entretanto, todavia, contudo, ela não engoliu muito bem. E só esperou a ocasião certa para “comentar” sobre a falta de romantismo do rapaz.

Quando foram comprar os presentes para duas amigas aniversariantes, tiveram a brilhante idéia de passar em uma joalheria. Viram juntos as opções de brincos, cordões, pulseiras e anéis, até que escolheram as que tinham mais a ver com a personalidade de cada uma.

No final, ela não resistiu...

- Pois é, saber comprar artigos femininos para suas amigas, você sabe bem. É tão bom ganhar presentes que têm “a nossa cara”...
- E por que você está falando isso?
- Nada não... é que eu ainda não tenho costume de vestir pilhas.

5 de junho de 2009

Blog sem fio

O que acontece com duas mulheres “atormentadas”, trocando farpas, rancores, amores por um homem-menino-moleque?

O resultado disso são textos e revelações bombásticas de corações apunhalados, machucados por duas relações mal resolvidas.

Palco das disputas amorosas, dos desabafos e esculachos, o blog se mostrou a ferramenta mais apropriada para essa calorosa tensão pré-barraco. Lugar onde se pode soltar seus sentimentos mais primitivos, porque, afinal, é um espaço livre, público. Uma escreve, a outra acompanha. Até quando? Há uma provocação implícita para saber até quando a outra agüenta.

Será que teremos um ringue real, ou ficaremos no deboche virtual?

Vale lembrar que o rapaz já passou, e a briga agora não é por ele. Disputas de egos femininos feridos.

Não há mais romance no ar
Só restam histórias para contar
De mágoas que insistem ficar

4 de junho de 2009

Outono


Eu gosto do outono.
É uma estação fria, com calor do sol fraco
O céu parece mais límpido
O azul celestial com tom vívido

Eu gosto do outono.
É quando o cachecol rima com óculos de sol
Quando o cobertor se faz necessário
E convida para um sono a dois
Eu e você de conchinha

Eu gosto do outono.
A luz do dia pede um registro
Então você saca sua câmera
Tira uma foto bacana
E depois pendura no vidro.

Eu gosto do outono.
Finalmente me despeço do calor sufocante
Aproveito a brisa da orla
E meu cansaço se desfaz num instante

Hoje foi bom acordar do seu lado
Sentir o ar frio da manhã nascente
Passando pelas pernas, entre a gente
Foi então que percebi
Porque eu gosto do outono.