31 de dezembro de 2016

Gotas de sabedoria e esperança



Vivemos um tempo tão repleto de mudanças e informações, que a sensação é que os anos estão cada vez mais curtos e confusos. 2016 não foi diferente. O Brasil viveu um momento de crise, na economia, na política, mas também na sociedade. Muitos se revoltaram com o cenário de corrupção (o que nunca foi novidade, infelizmente). Mas é justamente quando os escândalos se tornam públicos, que a turbulência gera tensão e revolta.

Vivemos também a era digital, quando tudo acontece ao mesmo tempo, e todos são capazes de opinar sobre tudo e todos. Os assuntos são discutidos fervorosamente nas redes sociais, criando inimizades e gerando um clima pesado até entre amigos e familiares. A sensação é de que pessoas, no modo geral, estão impacientes e até radicais, com posicionamentos fortes e agressivos em seus discursos intolerantes e preconceituosos. É tempo de apontar o dedo na cara do outro, atirar a pedra, mesmo tendo teto de vidro.
O que mais se ouviu em 2016 foi que “estamos em momento de crise”. E com isso, tudo se torna um fardo, até para os pequenos atos. Na verdade, a crise não está só no Brasil, mas nas pessoas, no mundo, e como enxergamos o futuro incerto. 

Entretanto, é a crise que precede a evolução. Afinal, é preciso ter crise para ter mudanças. Sair da zona de conforto é necessário, mesmo que seja doloroso. Pensamos que uma crise, da proporção vivida atualmente, não depende de nós para reverter. Será? Algumas mudanças internas podem amenizar nossas crises íntimas. O equilíbrio mental traz um corpo saudável.

Então, nossa parte é feita de gotas no oceano. Começando por nossos relacionamentos, nossas redes sociais e nossas famílias. Saber o que dizer, na hora certa, no momento certo. E lembrar sempre que o ato de ouvir é mais importante que o de falar.

Na onda de “influenciadores digitais”, que “ditam a moda e opinam sobre tudo”, ser alguém ponderado e equilibrado, no meio desse oceano de gente cheia de atitudes, pode fazer a verdadeira diferença. Bons exemplos são sempre melhores que apenas boas palavras.

Ao reler o último post que fiz em 2015, vale repetir meu desejo para o próximo ano, 2017. Felicidade é viver a cada dia com paz e sabedoria. É colocar em prática os ensinamentos cristãos. O resto é consequência. Buscar o equilíbrio em nossa rotina, mesmo quando parecer impossível. 

Assim como foram os últimos anos, incluindo 2016, o próximo certamente trará novos desafios, seja para mim, seja para você, seja para uma nação inteira, seja para o planeta. A cada novo ano, as esperanças devem ser renovadas para superar tantas tragédias, escândalos, violências, crises

22 de dezembro de 2016

Boulevard Olímpico – Rio com cara nova



Apesar das inúmeras críticas à decisão do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em demolir o elevado da Perimetral para revitalizar a região portuária da cidade, certo ou não, os cariocas ganharam um novo espaço de lazer que, de fato, trouxe novos ares para região. Quem é da cidade sabe que o Porto do Rio nunca foi um lugar convidativo, apesar de alguns eventos serem promovidos nos armazéns repaginados.


O lugar era feio mesmo. E a ideia do prefeito em revitalizar, inspirada na região do Puerto Madero, em Buenos Aires, proporcionou mais uma opção de lazer ao carioca. Ainda faltam opções de restaurantes e bares. Além dos armazéns do porto, que têm recebido inúmeros eventos temporários ao longo do ano (mesmo após as Olimpíadas), entre eles o Rio Gastronomia, Mondial de La Biere e Aventura de Natal, a região conta com dois importantes museus – Museu do Rio e Museu do Amanhã – e um Aquário recém-inaugurado.

Museu do Amanhã é, sem dúvida, um presente para cidade. Com uma arquitetura incrível, o espaço conta com uma exposição permanente com um olhar para o futuro, que é a proposta dele. Confesso que senti um grande orgulho em poder escutar todos os vídeos na língua portuguesa e sentir a ótima sensação de estar em um dos museus mais atualizados tecnologicamente do mundo, não perdendo em nada para outros que já conheci.

A exposição faz uma ótima reflexão sobre o planeta, de onde viemos, o que estamos fazendo hoje por ele e para onde estamos caminhando. É um museu diferente sim, desde sua estrutura até o modo de percorrer a exposição. O espaço externo vale pela beleza arquitetônica, pelo espelho d´água e pela bela paisagem da Baía de Guanabara.

Outra melhora foi o transporte público no local. Antes da operação do VLT, era difícil chegar ao Porto, mesmo de táxi. As ruas em torno estão sempre engarrafadas, e o fluxo de gente circulando aumentou significativamente, o que exigia um transporte prático, como o VLT, que liga a rodoviária ao aeroporto Santos Dumont (podiam ter planejado uma área para colocar malas dentro do vagão!).

O Boulevard Olímpico trouxe também uma beleza antes rara à cidade. As artes urbanas, tão marginalizadas, ganharam destaque e deram vida para região. O destaque, claro, fica por conta das pinturas do artista plástico Eduardo Kobra, que impressiona com detalhes de uma fotografia humana.

Tive oportunidade de conhecer o AquaRio – maior aquário da América Latina – que em pouco tempo desde sua abertura já alcançou mais de 500 mil visitantes, entre cariocas e turistas. Fiz um post especial só sobre o novo ponto turístico da região. Leia aqui.

O projeto do Porto Maravilha exigiu alguns anos de paciência dos cariocas. Foram muitas obras e transtornos urbanos, até chegar ao resultado final. Talvez seja o legado das Olimpíadas do Rio mais significativo, uma vez que o povo já incorporou a região como uma opção viável de lazer. Resta agora garantir segurança permanente e atividades que venham agitar o espaço com eventos, shows e feiras.

14 de dezembro de 2016

Calendário ANA 2017 – A saudade como protagonista


Em agosto de 2016, Tia Lúcia, como eu a chamava, deixou a vida terrestre para alcançar novos horizontes
no plano espiritual. Mãe de uma grande amiga de infância, ela era aquela tia que todo mundo gostava de conversar, falar besteira, a “mãezona” da galera. Sempre de bom humor, carisma ímpar, uma mulher guerreira que sempre trabalhou em seus projetos de vida, sem medo de ser feliz

Fundadora do Silk Atelier, tia Lúcia era apaixonada pelo que fazia, tanto que sua relação com clientes se misturava com amizade, o que reuniu grandes admiradores e parceiros. Após quase 1 ano lutando contra o câncer, tia Lúcia descansou, deixando um legado impecável do seu trabalho, que hoje está sendo administrado muito bem pelos seus filhos Rebeca e Caio.

A ideia do Calendário ANA 2017 surgiu em um dia triste, quando amigos e familiares se despediam dela. O artista Mayer reuniu mais 11 artistas e criaram o calendário para homenagear a amiga Analúcia Souza. Para cada mês, uma arte inspiradora, com uma mensagem bem clara: “É tempo de cuidar. Cuidar do outro. Cuidar de si”. 

O calendário solidário surgiu também com um propósito delicado e muito oportuno: ajudar outras vidas que também são atingidas pelo câncer. Toda a venda do calendário será revertida para Fundação do Câncer, uma instituição privada e sem fins lucrativos, que há 25 anos atua na prevenção e controle do câncer no Brasil, na promoção à saúde, ao diagnóstico precoce, e aos cuidados paliativos, educação e pesquisa.

Silk Atelier é a responsável pela impressão do calendário, utilizando a serigrafia – um processo de impressão onde a tinta é vazada através de uma tela gravada em meio fotossensível. É um trabalho manual que exige um cuidado e a sensibilidade de técnicos especializados nesse processo. É justamente esse zelo e dedicação tão trabalhados por sua fundadora que trouxe para a casa diversos artistas de renome na cena das artes plásticas cariocas e que hoje a homenageiam com tanto carinho.


Vale a pena conhecer o projeto. Acesse calendário.silkatelier.com.br e conheça os 12 artistas que participaram do calendário. É possível comprar pelo email atendimento@silkatelier.com.br

tendimento@silkatelier.com.br.


5 de dezembro de 2016

Comer, beber e amar



Valem-se os dias que acordamos, olhamos para o lado e pensamos: “mais um dia de vida, e eu bem acompanhado. Obrigado!”. Agradecemos a companhia ao amanhecer, quando percebemos que compartilhar nosso tempo com alguém que nos completa vale a pena.

O problema é quando olhamos para o lado e percebemos que podia ter mais espaço na cama para se espalhar, para não ter que pensar como será ao longo do dia, para não buscar assunto com alguém que não se tem assunto faz tempo.

Amar pode ser algo tão prazeroso como um prato delicioso, bem elaborado, com explosão de sabores, assim como um belo vinho, ou aquela bebida refrescante em um dia de calor. Mas amar pode ser o mesmo feijão com arroz do dia a dia, e aquele suco ralo, meio sem gosto, só para não deixar de beber alguma coisa. Portanto, cuidado para que o hábito de amar não se torne algo mecânico na rotina, como o ato de comer e beber.

Seja pela boa companhia, pelo bom papo, pelas risadas frouxas, pela conversa sincera, pelo beijo apaixonado, pelo carinho inesperado, pelas pernas entrelaçadas, pela pipoca compartilhada. Amar com vontade e prazer torna até os dias cinzentos menos borrados. Só não vale deixar morrer...