30 de setembro de 2011

Primeira experiência no Rock in Rio


As primeiras impressões sobre o Rock in Rio são as melhores possíveis. Não sei se tinha uma vontade guardada há dez anos, já que infelizmente não consegui ir na última edição do festival no Rio, mas fiquei muito feliz pelo que vi.

Em princípio, comprei o ingresso para o dia extra com pretexto de conhecer o festival, independente das atrações do dia. Mas eis que o astro da noite era nada mais nada menos que Stevie Wonder. Ok, ok, para muitos fãs de rock pode parecer programa de velho assistir clássicos de casamento como “My Cherie amour” e “I just called to say I Love you” em um festival “teoricamente” dedicado ao rock. Mas valeu muito a pena. Ele impressionou o público fazendo uma homenagem com “Garota de Ipanema” e “Você abusou” e foi além com improvisações típicas da boa soul music.

Cheguei tarde e acabei perdendo a homenagem à Legião Urbana e a bem elogiada apresentação de Janelle Monáe. Mas peguei os primeiros acordes do “Baile do Simonal”, no palco do Sunset, o que foi maravilhoso. Enquanto a (desconhecida) Ke$ha quebrava guitarra e bebia sangue de mentira no palco, curti a montanha russa divertida, portanto, não perdi nada do show fora de contexto da noite.

Jamiroquai fez uma apresentação empolgante, mas com repertório pouco conhecido, o que me decepcionou um pouco. Lógico que esperava escutar “Virtual insanity” e “Space Cowboy”, mas nem no momento do bis Jay Kay nos presenteou com os sucessos da banda.

Certamente o melhor da noite foi Stevie Wonder que emplacou um sucesso após o outro do meio até o final de seu show com: Isn´t She Lovely, You are the sunshine of my life e Superstition. Particularmente, o momento brilhante foi Stevie tocando Overjoyed em um piano desigual. Foi emocionante!

Pelas atrações da noite, o público era em sua maioria de “coroas”. Os adolescentes que foram ver Ke$ha trataram logo de ir embora nos melhores shows da noite, o que só deixou mais espaço e, portanto, mais conforto. A estrutura deu conta do público, principalmente na segurança e na saída dos ônibus. Voltei em paz! O difícil foi dormir menos de duas horas e trabalhar no dia seguinte!

Próxima experiência: dia 1. Todas as expectativas para Maroon 5 (que já tive o prazer de assistir a um show no Rio há poucos anos) e, claro, Coldplay!

19 de setembro de 2011

Fazendo as contas


É impressionante quando você planeja uma viagem com antecedência, faz as contas com uma certa margem de preços, mas tem a surpresa desagradável que o dólar resolveu aumentar aceleradamente nos últimos dias. E não foi pouca coisa. De um mês e meio para cá, o que custava R$1,65 passou para R$1,84. Infelizmente, o orçamento não “estica” e o tanto que economizou (ou ainda está economizando) passa a valer menos na hora da troca.

O jeito é apertar um pouco dali, guardar mais um pouco dali e acompanhar diariamente essa variação doida. A ansiedade só aumenta!

8 de setembro de 2011

Um lar, uma vida


Nós celebramos as nossas vidas, as nossas conquistas, nossos sucessos. Celebramos o nascimento de um filho, o nosso matrimônio, nossa formatura. Há pessoas que celebram a vida de seus mascotes, seus bichinhos de estimação. Ontem fui a uma celebração diferente, mas tão especial quanto todas as outras. A aniversariante era uma casa. E esta estava completando 100 anos. Sua dona reuniu os familiares, seus amigos, decorou com flores em volta da piscina, preparou docinhos, contratou buffet, animou a tarde com música ao vivo e se emocionou ao cantar parabéns para aquele lar, que há 60 anos lhe protege da chuva, do sol e do frio, além de guardar muitas histórias de sua longa vida.

Esse lar, herdado pelo seu marido, há anos já falecido, abrigou primeiramente seus sogros. Quando se casou, aos dezesseis anos, mudou-se para lá, onde construiu sua família, com seus quatro filhos nascidos nela. Os anos se passaram, e ela presenciou o crescimento de seus filhos, seus casamentos, os nascimentos de seus netos e até as festas dos primeiros anos de vida da nova geração.

Aquele cenário acompanhou todas as etapas de sua vida e mais que justo celebrar em grande estilo o centenário do “lar, doce lar”.

Particularmente, tenho um carinho especial por essa casa, porque nos remete exatamente ao aconchego da casa da vovó. Com todo respeito ao meu amigo, mas todos que acabam freqüentando o “clube” – como carinhosamente apelidamos a casa – acabamos adotando a “vó Janete” como nossa avó, por sempre nos receber de braços abertos. Os nossos encontros passaram a ser feitos lá, porque além do aconchego, nos sentimos à vontade para brincar, cantar e nos divertir sem hora para acabar. Somos cercados de alegria por todos os lados! E a anfitriã, é claro, está sempre participando dos encontros juvenis!

Adorei o convite para a celebração dos 100 anos da casa, porque assim me senti mais um personagem dessa longa e linda história de vida do “lar, doce lar”! Desejo que seus filhos e netos perpetuem esse cuidado com essa casa, para alegria e satisfação de todas as gerações passadas.

Aos olhos dos leigos, pode parecer uma comemoração “besta”, sem sentido. Mas não trata apenas de um bem material. Como escrevi, é um lugar especial para aquela que viveu praticamente toda sua vida e se dedicou aos cuidados e o carinho desse lar, que tanto já lhe proporcionou alegrias e emoções. Aliás, vó Janete não poderia ter escolhido outra canção para cantar e celebrar com seus convidados “esse momento lindo”! Afinal, “foram tantas emoções”!!!

2 de setembro de 2011

“Princípios editoriais”, eis a questão!


Nessa longa discussão sobre o “futuro do jornalismo” na Era Digital, é interessante refletir que tipo de jornalismo nos é servido diariamente. Por um lado, as mídias tradicionais querem impor seu monopólio como os únicos intermediários da notícia. As Organizações Globo lançaram em agosto “Princípios Editoriais das Organizações”, com intuito de reafirmar sua credibilidade diante do público. Em outras palavras, o recado é simples: “ainda somos uma empresa de comunicação respeitada, confiável, transparente e seguimos princípios éticos, o que nos mantém no posto de liderança nesse mercado”. Será?

Por outro lado, somos massacrados diariamente por informações destorcidas, forjadas, implantadas e sensacionalistas nas mesmas mídias tradicionais que se dizem éticas e transparentes. Para o grande público, o processo de produção pode não ser tão transparente assim, mas nos bastidores, sabemos bem o que significa a famosa matéria REC (Recomendada), pautas prontas (pagas) e “orientações editoriais” sobre uma determinada matéria (quando o repórter induz na resposta do entrevistado ou edita apenas o que lhe interessa informar).

Como profissional de comunicação e jornalista de formação, tento acompanhar as mudanças e as novidades trazidas pelas as novas mídias, mas confesso que o avanço tecnológico é mais rápido que minha curiosidade. Quando o filósofo francês Pierre Levy diz que devemos distinguir canais de fontes, isso quer dizer que podemos usar um canal e escolher diferentes fontes. Ele usa o twitter para exemplificar: “o twitter é uma rede, ou seja, um canal. As pessoas que usam é que são as fontes – sendo essas confiáveis ou não. Cada um é responsável por filtrar essas informações, porque as fontes estão enviando várias informações ao mesmo tempo”.

Esse raciocínio deve ser também para as grandes mídias, ou melhor, as mídias tradicionais. A exemplo das Organizações Globo, sabemos que há diferentes fontes dentro de um mesmo canal. No caso dela, há vários canais para diferentes públicos. Nós - leitores, ouvintes, telespectadores e internautas – devemos filtrar as informações que recebemos e selecionar as fontes que nós confiamos.

O dia a dia de uma redação pode gerar pautas viciadas e clichês como “Enchentes causam transtorno no Rio”, “Tiroteio/Assalto/Tumulto/ causam pânico na cidade”, “Fulano é flagrado almoçando no Leblon”, do mesmo modo que os blogs, redes sociais e o próprio tt podem nos informar algo realmente novo, inovador ou instantâneo. Resta a nós escolhermos qual notícia iremos “digerir” diariamente, diante de múltiplos intermediários (os tradicionais e os novos).

Para os profissionais de comunicação, restam trabalhar diariamente em um jornalismo inovador, interativo e, claro, confiável. A transparência que Pierre Levy defende na nova esfera pública  deve estar presente em todas as mídias, sejam elas tradicionais (principalmente nelas!) quanto às novas. A confiança é uma conseqüência dessa transparência.

Portanto, o discurso sobre os “princípios editoriais” devem sair da teoria nas academias, dos manuais de redação, para a prática diária nas redações. Isso tudo está muito além da polêmica sobre a obrigatoriedade do diploma em jornalismo, porque independe se o profissional que escreve é formado ou não, mas sim se ele é ético e confiável em sua prática.

Chamo atenção do seguinte parágrafo retirado de “Princípios Editoriais das Organizações Globo”:

 “Com a consolidação da Era Digital, em que o indivíduo isolado tem facilmente acesso a uma audiência potencialmente ampla para divulgar o que quer que seja, nota-se certa confusão entre o que é ou não jornalismo, quem é ou não jornalista, como se deve ou não proceder quando se tem em mente produzir informação de qualidade. A Era Digital é absolutamente bem-vinda, e, mais ainda, essa multidão de indivíduos (isolados ou mesmo em grupo) que utiliza a internet para se comunicar e se expressar livremente. Ao mesmo tempo, porém, ela obriga a que todas as empresas que se dedicam a fazer jornalismo expressem de maneira formal os princípios que seguem cotidianamente. O objetivo é não somente diferenciar-se, mas facilitar o julgamento do público sobre o trabalho dos veículos, permitindo, de forma transparente, que qualquer um verifique se a prática é condizente com a crença. As Organizações Globo, diante dessa necessidade, oferecem ao público o documento ‘Princípios Editoriais das Organizações Globo’.”

Diante da reflexão anterior e o que está escrito acima, tire suas conclusões.