7 de fevereiro de 2014

“Isto é uma vergonha”



Essa célebre frase tornou-se a marca do jornalista e âncora Boris Casoy ao finalizar uma reportagem, quando assunto era por ele julgado absurdo. Ele foi pioneiro em trazer para o telejornalismo brasileiro o que já era prática entre os âncoras norte-americanos, de emitir sua própria opinião sobre assuntos polêmicos. E fez escola.

Essa semana, a âncora do jornal SBT Brasil, Rachel Sheherazade, deu seu comentário sobre a iniciativa de moradores do Flamengo em amarrar em um poste um menor infrator da região, depois de espanca-lo e despi-lo. “O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse preso”, opinou a jornalista em rede nacional.

Imparcialidade é utopia no jornalismo, seja aqui no Brasil ou no mundo. A teoria jornalística defende a busca pela verdade absoluta, blá bá blá... mas se a imparcialidade não existe, até que ponto um jornalista pode expor sua opinião sobre um determinado fato? Indiretamente a Globo demonstra sua opinião colocando “o povo fala” (entrevista com pessoas na rua) contra atitude feita com o jovem infrator. Já a âncora do SBT é direta em seu discurso. Agora está sofrendo críticas pesadas nas redes sociais. E o SBT, para tirar seu corpo fora, afirma que a opinião emitida é da jornalista, e não da emissora. Como assim?

Fato é que a repercussão do ato contra o jovem que foi preso a um poste dividiu opiniões: os que defendem a ideia e os que acham absurdo o mau trato cometido. Os jovens que foram detidos explicam (veja matéria) que a violência tem alcançado seus parentes mais próximos, os assaltos são diários e o grupo de assaltantes permanece no local, sem que nenhuma autoridade tome providência. Eles passaram então, por conta própria, percorrer a região à noite para inibir a ação dos menores. Diante do acontecido, a repercussão foi negativa e eles serão julgados pelos atos. Mas um deles afirma que precisou chamar atenção da sociedade para agora as autoridades buscarem resolver a questão da violência.

Sou contra a qualquer ato de covardia e de violência, mas por outro lado, a sociedade em geral está cansada de ver impunidade e falta de comprometimento dos responsáveis pela segurança pública. Infelizmente, virou praxe idosos e mulheres serem assaltados por garotos em bicicleta, em bando etc. Como diz a reportagem, houve tempo em que os pais ficavam preocupados com a segurança dos filhos, mas hoje, nós é que tememos pela segurança de nossos pais, avós etc.

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