Quem vive
no Rio de Janeiro e tem carro sabe que a vistoria de seu veículo tem que ser
feita todo ano, diferente de outros estados (como Minas, que é a cada três
anos, e em Brasília, a cada cinco anos). Eu procuro sempre estar em dia com as
minhas obrigações, mas às vezes nossas atribuições diárias nos atrasam com
alguns desses compromissos chatos e burocráticos. No último final de semana,
fui parado numa blitz suspeita na Barra e, infelizmente, tive meu carro
rebocado porque não fiz a vistoria no período correto (minha placa tem final
zero, e o prazo já passou faz tempo).
Ok, o erro
foi meu. Mas independente disso, percebo um certo desrespeito por parte dos
policiais que abusam de sua autoridade para coibir o motorista. É nítido o
verdadeiro objetivo dessas blitz instantâneas nas ruas do Rio. Não me refiro à
blitz da Lei Seca, que realmente parece ser um trabalho sério. Quando o rapaz
do reboque me perguntou o motivo de meu carro estar sendo rebocado, eu
expliquei e logo em seguida ele falou “poxa, só por isso? Você já conversou com
o sargento?”, ou seja, já “negociou” sua liberação, sem maior estresse? Eu
disse “não tem conversa, não tem negociação”. Eu me recuso pagar proprina para
policias corruptos. Eu não estou errado? Então eu pago pelo erro, de forma
correta.
Meu carro
foi rebocado, levado para um depósito em Curicica, e só liberado na
segunda-feira seguinte, o que me exigiu o pagamento de duas diárias (sábado e
domingo), a multa, além do valor do reboque. O prejuízo foi grande, mas preferi
pagar o que era “justo”, no meu caso.
Enquanto
esperava o tal reboque chegar (o que levou algumas horas e milhares de picadas
de mosquitos), presenciei vários motoristas “negociando” com os tais policiais
e sendo todos liberados. Mais revoltante é você estar impune para questionar
tamanha injustiça, pois sabemos que esses profissionais são capazes de tudo
para lhe prejudicar.
Além de
tudo isso, me revolta também perceber que por mais que paguemos os impostos (e
o valor de meu IPVA – pago no início do ano – não é nada barato), não temos
condições de circular nas ruas esburacadas e mal tratadas na cidade. Somos
obrigados a custear rigorosamente todo ano o alinhamento e balanceamento do
veículo – custo esse que deveria ser repassado para o Estado. Os preços de pedágios
também são abusivos e não condizem com as condições das estradas, linhas e
pontes.
A minha
parte foi feita. Mas e a do Estado?
4 comentários:
A do estado não, e nunca é feito. Impressionante! Sou a favor de pagar as multas e não entrar no esquema de propinas, etc.
Infelizmente não vejo muita saída para uma mudança rápida. Virou cultural a negligência do governo carioca (municipio e estado) e o jeitinho brasileiro para esses casos...
O único conselho que posso dar é: para o ano que vem, já programa na agenda do celular o ipva e a vistoria ;)
beijos, ju
Alô Mário,bom dia!Primeiro,parabéns pela sua postura,carater não tem preço e,infelizmente,hoje em dia é artigo raro,vc demonstrou tê-lo de sobra.Concordo com o que disse a Ju,agende a próxima para não passar raiva.Talvez,Mário,o segredo esteja no seu exemplo,quanto menos pessoas se deixarem levar pela ¨facilidade¨da propina,mais rápido ela deixará de fazer parte do cotidiano e são com as,aparentemente,pequenas atitudes,que mudamos velhos hábitos imprestáveis.Abraços mil,Anna Kaum.
Vc mudou a foto ;)
que chato, mário. acho que o pior é a sensação de impotência, de não ter o que fazer diante desse abuso.
fique de olho pra não esquecer da próxima vez e continue firme nas suas atitudes e de acordo com os seus princípios.
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