“Now you
say you´re lonely/ You cried the whole night through/ Well, you can cry me a
river/ Cry me a river/ I cried a river over you”…
Com essa letra tensa e um arranjo digno de trilha sonora épica,
com uma orquestra alinhada, Michael Bublé abre seu espetáculo para arrastar uma
multidão de aplausos, gritos e assovios, principalmente de mulheres.
Ele faz estilo Frank Sinatra, repaginado, com cara de século
21, mas com jeito de galã dos anos 40. Seu repertório é famoso pelo romantismo,
pelas letras de dor de cotovelo e arranjos de jazz, blues e foxtrote, que
trouxe uma nova cara para canções como Me and Mrs Jones e outros clássicos.
O show no Rio mostra um Michael Bublé muito além do seu
terno impecável. Está despojado, brinca com a platéia, apresenta cada músico
com uma piada e convida a todos para uma festa, não a um concerto, porque “concerto
é chato”. Estão todos numa festa, livres para cantar, dançar, se divertir. E é
nesse clima, que Michael imita seu xará, Michael Jackson, brincando de dançar e
cantar como o rei do pop, invade a platéia, canta em cima de um palco
improvisado nos fundos para ficar mais próximo do “povão”, chama duas meninas
da platéia para tirar foto e muito mais.
Ao apresentar a banda, ele convida um brasileiro,
guitarrista da banda, para falar em português algumas palavras de
agradecimento. Em tom de brincadeira, o brasileiro diz que Michael não canta
nada e ainda paga mal seus músicos. A platéia vem abaixo, bate palma e o
próprio Michael acredita que todos estejam aplaudindo ele, sem entender nada de
português.
No final, já com a cortina fechada, sem acompanhamento dos
músicos, ele surpreende a todos cantando sem microfone para uma platéia de três
mil pessoas. Inevitável não aplaudir de pé um cantor que vem mostrar seus
múltiplos talentos e ainda faz graça de si mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário