2 de abril de 2012

Seria um novo Frank Sinatra?


“Now you say you´re lonely/ You cried the whole night through/ Well, you can cry me a river/ Cry me a river/ I cried a river over you”…

Com essa letra tensa e um arranjo digno de trilha sonora épica, com uma orquestra alinhada, Michael Bublé abre seu espetáculo para arrastar uma multidão de aplausos, gritos e assovios, principalmente de mulheres.

Ele faz estilo Frank Sinatra, repaginado, com cara de século 21, mas com jeito de galã dos anos 40. Seu repertório é famoso pelo romantismo, pelas letras de dor de cotovelo e arranjos de jazz, blues e foxtrote, que trouxe uma nova cara para canções como Me and Mrs Jones e outros clássicos.

O show no Rio mostra um Michael Bublé muito além do seu terno impecável. Está despojado, brinca com a platéia, apresenta cada músico com uma piada e convida a todos para uma festa, não a um concerto, porque “concerto é chato”. Estão todos numa festa, livres para cantar, dançar, se divertir. E é nesse clima, que Michael imita seu xará, Michael Jackson, brincando de dançar e cantar como o rei do pop, invade a platéia, canta em cima de um palco improvisado nos fundos para ficar mais próximo do “povão”, chama duas meninas da platéia para tirar foto e muito mais.

Ao apresentar a banda, ele convida um brasileiro, guitarrista da banda, para falar em português algumas palavras de agradecimento. Em tom de brincadeira, o brasileiro diz que Michael não canta nada e ainda paga mal seus músicos. A platéia vem abaixo, bate palma e o próprio Michael acredita que todos estejam aplaudindo ele, sem entender nada de português.

No final, já com a cortina fechada, sem acompanhamento dos músicos, ele surpreende a todos cantando sem microfone para uma platéia de três mil pessoas. Inevitável não aplaudir de pé um cantor que vem mostrar seus múltiplos talentos e ainda faz graça de si mesmo.  


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