5 de dezembro de 2016

Comer, beber e amar



Valem-se os dias que acordamos, olhamos para o lado e pensamos: “mais um dia de vida, e eu bem acompanhado. Obrigado!”. Agradecemos a companhia ao amanhecer, quando percebemos que compartilhar nosso tempo com alguém que nos completa vale a pena.

O problema é quando olhamos para o lado e percebemos que podia ter mais espaço na cama para se espalhar, para não ter que pensar como será ao longo do dia, para não buscar assunto com alguém que não se tem assunto faz tempo.

Amar pode ser algo tão prazeroso como um prato delicioso, bem elaborado, com explosão de sabores, assim como um belo vinho, ou aquela bebida refrescante em um dia de calor. Mas amar pode ser o mesmo feijão com arroz do dia a dia, e aquele suco ralo, meio sem gosto, só para não deixar de beber alguma coisa. Portanto, cuidado para que o hábito de amar não se torne algo mecânico na rotina, como o ato de comer e beber.

Seja pela boa companhia, pelo bom papo, pelas risadas frouxas, pela conversa sincera, pelo beijo apaixonado, pelo carinho inesperado, pelas pernas entrelaçadas, pela pipoca compartilhada. Amar com vontade e prazer torna até os dias cinzentos menos borrados. Só não vale deixar morrer...

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