Manoel Carlos já disse em uma entrevista que costuma recortar histórias interessantes (e inusitadas) nas páginas de jornal para um dia, quem sabe, se tornarem folhetim. Assim fazia também Nelson Rodrigues, que assinava a coluna “A vida como ela é”, em que contava “causos” da vida cotidiana de pessoas aparentemente “normais”.
Pois bem, hoje depois de ler uma dessas histórias inacreditáveis percebo o quanto esses escritores estavam certos. Não há melhores histórias de amor (tragédia ou não) do que essas retiradas do jornal.
Sandra Regina, uma mulher com seus trinta e muitos anos, que tem uma filha de onze e mora com os pais e irmãos, resolveu viver uma aventura amorosa. E sem se preocupar com absolutamente ninguém, ela foi capaz de largar família, emprego e uma vida adulta para se envolver com um tal de Juan. Eles se conheceram na escadaria de uma estação de metrô em São Paulo e, depois da investida do homem, ela acabou cedendo...
Ele, um assaltante de banco, com uma lista de crimes no currículo, conseguiu seduzir a tal mulher, enganando com falsas histórias, profissões inventadas, riquezas arranjadas, mas apaixonado por ela.
Vale a pena ler na íntegra a história desses dois na matéria do G1.
Este é um dos milhares de casos em que mulheres são enganadas por homens trapaceiros. Porém, em muitas dessas histórias, o golpe é premeditado, principalmente quando os relacionamentos começam pela internet. Neste não. Eles se conheceram “por acaso” e pessoalmente. Ela se encantou por ele e, por que não, ele por ela?
Sem dinheiro e sem rumo, os dois viveram por cinco dias uma história de amor vagabundo. Com frases de efeito do estilo “estou viciado em você”, “estou apaixonado por você. Nunca senti isso por ninguém. Larga tudo” e ainda “o amor faz perder o fôlego, mas também faz perder o juízo”, Juan conquistou o coração carente de Sandra Regina, de forma avassaladora. Tanto que mesmo depois da revelação, ela o aceitou como bandido. Depois de tentar extorquir, e não conseguir dinheiro algum, ele resolveu terminar o relacionamento relâmpago.
Mesmo diante do risco, ela se sentiu feliz. “Ele me tratou como uma rainha”.
Casos como esse trazem à tona várias reflexões sobre comportamento humano. Uma delas é: por que o homem é capaz de cometer loucuras por amor? Ou ainda, até que ponto a carência afetiva faz do homem um “refém” da paixão?
2 comentários:
Aacredito que às vezes as pessoas precisam fugir um pouco da realidade, delas mesmas. Lembrando o Raul Cadore de Caminho das Índias... Arriscou tudo, traiu as pessoas que mais amava por um caminho fácil e sedutor. A mente humana é complexa e misteriosa... Difícil opinar ou julgar o assunto.
acho que muita gente quando está carente confunde as coisas. mas se estiver tudo bem, por que não aproveitar?
Postar um comentário