28 de março de 2010

Cafuné


Encosto minha cabeça em suas coxas
Fecho os olhos e sinto um dedilhar diferente
Delicadamente, seus dedos finos tocam meus breves pelos.

Por serem ralos e finos
Os fios leves se entorpecem com seus movimentos
Estou entregue aos seus caprichos.

Como se catasse piolho
Seus dedos procuram algo em meus cabelos perdidos
Construindo caminhos sinuosos
Em ziguezague.

Que horas são?
Acabo perdendo o tempo
Quando estou em estado de graça
Brigo com o sono
Para não perder o fio da meada

Suave é o balançar de seus dedos
Em minha cabeça desnorteada
Coça com indicador minha nuca
Desliza os fios atrás da orelha
Muda o lado do penteado
Implica com o roda-moinho
Que insiste desarrumar o cabelo.

O que seria de mim sem seu cafuné?
Sou capaz de trocar seus afagos por um
Antes ou depois do café.

Quando o sono for inevitável
Lembre-se que depois irei cobrar mais
Não dispenso esse carinho amável
E por favor, faça sem reclamar
Pois logo depois...
Saberei bem lhe recompensar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah eu amo cafuné =)

Amei seu blog =) parabéns é lindo!!!

Bjão no ♥