Diante da tragédia do Chile, e recentemente do Haiti, lembremos sempre do fato que vivemos em terras abençoadas. Por estar situado em meio a uma placa tectônica, o Brasil é naturalmente privilegiado e, por isso, estamos protegidos de terremotos e vulcões. Isso não nos impede de outros tipos de catástrofes, como enchentes e deslizamentos de encostas, mas a proporção nem se compara a essas tragédias.
Mas o episódio que venho descrever nada tem a ver com esses últimos acontecimentos. Porém, tem o Chile como cenário. Em janeiro deste ano, minha cunhada passou por um constrangimento desnecessário que certamente lhe serviu de experiência, assim como tantos outros que também passaram pela situação.
Em sua viagem para Santiago, ela levou uma banana em sua bagagem de mão que, segundo ela, sempre costumou levar em viagens longas, porque nem sempre ela gosta do comer o que é servido durante o vôo. Então, munida com uma banana, ela teria a garantia de uma alimentação saudável e gostosa (para quem gosta de banana). Todos nós sabemos que não se deve levar nenhum tipo de alimento em bagagem de mão no vôo. Ela também sabe disso, mas como nunca houve problema até então, ela continuou levando uma fruta.
Acontece que, durante o vôo, foi repassado aos passageiros um formulário para ser respondido e entregue ao comissário, antes do desembarque. Neste formulário, a pessoa deveria responder questões como: “você está portanto algum tipo de droga? Arma? Mais de mil dólares em espécie? Algum vegetal?”. Na ordem de perguntas algumas esdrúxulas e outras nem tanto, as respostas eram automaticamente negativas, incluindo o vegetal. Lembremos deste fato.
Ao desembarcar, dentro do procedimento cabível, passaram a bagagem de mão dela pelo raio X e assim detectaram a tal banana. Nota: ela esqueceu de comer a fruta durante vôo. Logo em seguida, pediram que ela fosse encaminhada a uma sala reservada. Sem entender nada, ela obedeceu e se dirigiu a tal sala, acompanhada de um funcionário do aeroporto. Já na tal sala, ela foi questionada por um policial federal se estava portanto em sua bagagem “una plata”. Inocente, ela responde: “plata”? Non, yo não tengo plata, si peso chileno”. Alguém lá do fundo da sala, ao escutar o diálogo, grita para ela em português: “plata aqui é banana”!
- “Ah, sim, estou levando banana sim”.
- Pois muito bem, a senhora mentiu, por isso está violando a lei.
- Mentiu? Por que menti?
- A senhora respondeu no formulário que não carregava nenhum tipo de vegetal.
- E não estou. Banana é fruta!
- A senhora terá que pagar uma multa para ser liberada.
- Uma multa? Como assim? Por conta de uma banana?
Pelo número de zeros à direita do valor em pesos, ela ficou assustada com a multa exorbitante. “Que isso?! Eu não vou pagar isso! É um absurdo!”, respondeu indignada. De forma ríspida, o oficial foi categórico: “Ou a senhora paga a multa, ou a senhora será presa”. “Onde eu pago mesmo?”, respondeu desanimada.
Resultado, La plata mais cara do mundo lhe custou 238 dólares, quase 500 reais, sendo sua boa-vinda em terras chilenas.
Um comentário:
hhahhahaa essa história é boa!
E vc resolveu dar nomes aos bois... hehehhe
Eu nunca passaria por isso, não gosto de banana... hehehe
bjus
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