13 de julho de 2010

Fala sério

O que faz um publicitário supostamente sério elaborar uma propaganda sobre um curso de Comunicação, usando termos que deduzem vocabulário chulo. Na propaganda de rádio, eles colocam um suposto gago (mal feito por sinal) que solta frases do tipo: “Conheça o curso de co-comunicação. Vá a melhor faculdade logo. Se você fizer outro, depois você vai ficar ‘pu-pu-puxa vida por que não fiz antes’? A Facha é Fo-fo-forte mesmo”.

Há aqueles que acham engraçado e levam numa boa, mas francamente, se você procura uma faculdade conceituada e respeitada para cursar, vai conseguir levar a sério uma faculdade dessa? Só se você quiser mesmo cursar cocô-municação e ser um profissional de merda #prontofalei (como se diz no twitter).

Aproveitando o assunto...

O tradicional Jornal do Brasil, que já estava na UTI há alguns anos, decretou morte cerebral, para infelicidade de muitos saudosistas e fãs do impresso. Acontece que ele deixará de circular porque simplesmente não haverá mais jornal impresso. Agora só na internet. Em tempos de faculdade, levantava-se a velha discussão “os jornais de papel irão acabar ou não com advento da tecnologia?”. Muitos diziam que não, porque se fosse assim, o rádio acabaria com ele primeiro, que por sua vez seria exterminado com a chegada da TV, e esta também não sobreviveria com a chegada da Internet. Nem 8, nem 80. Hoje sabemos que um veículo completa o outro, em muitos casos, mas também sabemos que as novas gerações (e eu me incluo em certas situações) não sabem mais o que é folhear revistas e jornais impressos. Está tudo online.

Ok, no caso do JB, especificamente, houve uma série de equívocos: compras e vendas mal sucedidas, direção desalinhada, uma tentativa frustrada de renovação na linha editorial, uma nova cara para o velho jornal no formato tablóide etc. No final, a circulação caiu, e a venda e assinatura do jornal não suportaram a dívida acumulada de R$100 milhões, com uma íntima tiragem de 17 mil diariamente (chegando a 22 mil aos domingos). O pior de tudo isso é o número crescente de jornalistas desempregados e mal remunerados no mercado.

Leia matéria sobre JB.

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