Muitos têm vontade e acreditam que isso é possível, pelo menos os que acreditam
na instituição familiar. Desde que haja
comprometimento, renúncia, entrega, e vontade de acertar. Outros, já pensam de
forma diferente. Acham casamento uma bobagem, ou pelo menos não se planejam
para isso. Preferem conquistar outros caminhos. Ser independente, dono absoluto
do seu destino e definitivamente não acredita que “é impossível ser feliz
sozinho”.
Acontece que há os que estão no meio do caminho. Aqueles que
desejam conhecer alguém e se apaixonar de verdade e ao mesmo tempo buscam sua
independência, seus caminhos, seus objetivos, não necessariamente de acordo com
o próximo. Chegam a se relacionar, por um tempo conseguem se manter fiel,
comprometidos com o companheiro, acham que podem viver a dois de forma
independente, mas... acabam sozinhos, porque não conseguem ser “solidários”,
pensar no próximo, construir com alguém, saber somar. São egoístas e assumem
isso (ou pelo menos tentam assumir).
Taí a questão. Até que ponto o ser humano está disposto a se
“anular”, ou melhor, ser menos egocêntrico, para passar a pensar a dois, quando
consegue um relacionamento sério? Conhecer a pessoa certa já é uma tarefa
difícil, porque somos exigentes, por natureza. Buscamos no próximo, mesmo
inconscientemente, sua imagem semelhança. E quando conseguimos nos apaixonar
por alguém, confiamos quase 100% a NOSSA felicidade no próximo. E se não há
retorno esperado, pronto, não vai dar certo. “Ela é quem está errada. Eu posso
estar também, mas eu sou assim, não vou conseguir mudar. Somos diferentes, não
tem jeito. Paciência”.
Então, pensemos em algumas questões: Será que somos capazes
de “escolher” a pessoa certa? OU será que já “escolhemos” a pessoa antes de
nascer e, pelo esquecimento necessário da vida, achamos que fizemos a escolha
errada? E se acreditarmos nessa segunda hipótese, será que somos obrigados a
conviver até o final com essa “escolha” pré-definida? Há o livre arbítrio, mas
há também a suspeita que “se não foi nessa vida, não há saída, voltará na
próxima”. Será? Se pensarmos assim, então, não tem jeito: nessa ou em outra,
estaremos juntos, porque “assim que tem que ser”, é o tal do destino. “Está
escrito nas estrelas”.
O tal do livre arbítrio talvez seja o responsável pelo
número de separações, divórcios, brigas e desentendimentos. Não estou feliz,
não estou satisfeito, coloco um ponto final e pronto. Para quê insistir no
erro?
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