Essa foto representa muito o espírito de Buenos Aires.
Maradona é "O" idolatrado salve-salve dos argentinos, independente de time, mas
principalmente pelos torcedores do Boca. Evita Perón ainda é uma figura forte
da política do país, sendo até hoje idolatrada pelo povo como ícone da luta
pelos direitos trabalhistas. Carlos Gardel é o tango personificado, marca da
cultura tradicional de “Mi Buenos Aires Querido”!
Conhecer Buenos Aires é passar por esse tripé cultural, por
todo lado da cidade. Desde quando o peso argentino passou a valer menos que o
real (hoje praticamente 2 pesos valem 1 real), o destino de muitos brasileiros
nas férias passou a ser o país vizinho – sendo mais barato do que muitos
estados brasileiros.
Quem sai do Rio, menos de três horas de vôo direto e você
já está na capital argentina. E como toda cidade grande, apresenta seus pontos positivos e negativos. Antes de viajar, escutei muita recomendação para se ter cuidado com
roubos e furtos nas ruas de B.A. Graças a Deus, comigo, nada aconteceu, mas
durante a viagem escutei casos de turistas assaltados. Como bom carioca, a
vivência em minha cidade já me faz ser mais atento a situações, digamos,
perigosas ou suspeitas e talvez isso tenha ajudado a evitar esse tipo de transtorno.
De toda forma, as recomendações são as mesmas: evitar andar
sozinho em lugares vazios, principalmente à noite; evitar expor objetos de
valor, câmeras e também evitar tirar dinheiro no meio da rua etc.
E para aproveitar bem a cidade, mesmo ficando poucos dias (fiquei
quatro dias em cada cidade, mas contando três dias inteiros), é preciso andar,
andar e andar bastante pelas ruas, assim como pegar metrô (que é muito fácil!),
táxi (que é barato!) e talvez se arriscar com ônibus (o mais complicado!).
Quando você vai com excursão, além de ficar preso em certos pontos, o tempo que
você tem é muito curto, então, definitivamente, não vale a pena. Eu tive
direito (pelo pacote) a um city tour de três horas aproximadamente. Serviu para
ter uma noção da cidade, mas longe de conhecer em detalhes. Então ,
resolvi voltar aos lugares que mais me interessei por conta própria.
- Principais pontos turísticos: Obelisco (meu hotel era
muito próximo, o que foi um perfeito para mim!); Plaza de Mayo (Catedral, Casa
Rosada etc); Puerto Madero (melhores restaurantes e caminhada agradável);
bairros Recoleta (Paseio Recoleta,
Museu de Belas Artes, Faculdade de Direito e Flor Metálica) e Palermo (Jardim
Botânico, Jardim Zoológico, Bosques etc.), Carminito (bem “turistão” com suas
casas coloridas, mas faz parte!), Centro (Rua Florida, Galeria Pacífico etc.).
- Restaurantes e confeitarias: Siga La Vaca , La Cabaña Las Lilas,
Gatto, Café Tortoni
- Show de Tango e
Milonga.
Sobre esse último, como sempre gostei de dança, não podia
deixar de conhecer de perto a cultura do tango. E para isso o turista tem três
opções. Eu tentei experimentar as três, mas consegui duas e fiquei satisfeito.
Show de tango existe
em vários lugares, com diferentes propostas e preços. Eu queria assistir a um
show grande, como eles dizem “para turista apreciar”, e para isso há as grandes
casas como Señor Tango e Casa Carlos Gardel. Os preços são mais caros, mas
mesmo assim o custo-benefício é bom, porque inclui jantar (pode comprar só o
show, mas quem está na chuva é para se molhar, então melhor comprar o pacote
completo). Eu assisti no teatro Casa Carlos Gardel e gostei bastante (só me
arrependi de ter exagerado no vinho porque me bateu um sono intenso). O show
contava a história do tango no país, desde 1930, passando por sua evolução até
os dias atuais. Música ao vivo, dançarinos excelentes, figurinos impecáveis em
alta produção.
A segunda opção é para quem quer assistir a um show pequeno,
com músicos ao vivo e dançarinos profissionais também, mas em lugares bem
menores, e nem sempre há serviço de jantar incluído. O charmoso Café Tortoni
oferece esse tipo de show, em um salão intimista, com palco pequeno, mas eu não
consegui assistir porque tinha que reservar por telefone e achei um tanto
complicado. O preço é bem mais barato, é claro.
Já a terceira opção é para quem realmente gosta muito de
dançar e quer conhecer de perto essa cultura do tango. Para isso, vale a pena
conhecer a chamada milonga. Trata-se de bailes de tango, que são organizados
por grupos ou pelo próprio recinto e, portanto, não tem lugar nem horário certo
para acontecer. É preciso buscar essas informações e saber qual melhor destino.
Geralmente, é freqüentado por senhores da melhor idade, que se reúnem em tardes
dançantes. Se compararmos por aqui, é como se um turista conhecesse uma noite no
Clube dos Democráticos na Lapa ou um baile em uma academia de
dança de salão.
Além disso, em algum desses lugares é possível fazer duas
horas de aula, o que dá um gostinho de quero mais! Assim eu conheci a
Confeitaria Ideal, que fica no centro, perto da Av. Corrientes e tem
programação de milongas e aulas durante toda a semana. Paguei 28 pesos
(equivalente a 14 reais) por duas horas de aula com um jovem professor que se
preocupou em passar mais a postura e o espírito de um “tangueiro” do que passos
de dança. Mesmo assim valeu a experiência porque é como se você aprendesse uma
língua estrangeira com um nativo, o que lhe dá mais “conhecimento de causa”,
talvez.
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