Vale a pena fazer um comentário desse filme que está entre
os favoritos para o Oscar esse ano. O Discurso do Rei traz dois atores
impecáveis, cada um com seu brilhante talento, sem ofuscar um o outro. O
principal, Colin Firth, interpreta o então duque de York, que se torna o George
VI do Reino Unido, depois que seu irmão mais velho abdica o trono. E seu fiel
companheiro (mais psicólogo que fonoaudiólogo!) Lionel Logue, interpretado por
Geoffrey Rush.
O filme foca no problema da gagueira do duque, e como ele e
sua esposa (mais sua esposa que ele) buscaram todas as alternativas para o
tratamento, até encontrarem o profissional Lionel, que tinha suas técnicas nem
um pouco convencionais. Ao invés de o diretor assumir a linha cômica, ele optou
por algo mais dramático, mas nem por isso pesado. Há sim momentos engraçados,
mas ali o caso da gagueira é muito mais sério e esconde alguns traumas de
infância. Um deles é que a velha babá do pequeno "Bertie", como era chamado pelos familiares, lhe deixava
horas sem comer de propósito (porque preferia o irmão mais velho), o que gerou
sérios problemas estomacais.
Tímido e inseguro,
Albert hesitou em aceitar o trono britânico, quando seu irmão abdicou. Seu
principal medo era encarar o público, especialmente em seus discursos. O filme
tem um ritmo lento, mas não arrastado, muito menos chato. As cenas de Lionel
ensinando e aperfeiçoando a fala de Albert são ótimas. A voz do rei e seus
discursos de ânimo ao seu povo diante da Segunda Guerra Mundial se tornam fundamentais.
O engraçado no filme é como a história da época (lembrando que vivia-se o
período de guerra) passa ser coadjuvante diante dos desafios particulares do
rei.
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