14 de fevereiro de 2011

Por um homem


Por um homem uma nação se revolta, invade as ruas, praças, mancham seus monumentos, picham seus muros.
Por um homem, há uma rebelião incontrolável, civis em luta com militares, sangues, estilhaços, quebra-quebra, presos.
Por um homem, o mundo pára para acompanhar a fúria de um país.
Por um homem, a nação grita, pede socorro, clama por mudança, reivindica a liberdade.
São dias, semanas até que finalmente o tal homem renuncia.
A praça continua lotada, bandeiras agitam, gritos se ecoam. A vitória foi anunciada.
Por um homem, as imagens se invertem. Homens se abraçam. Militares e civis se unem. Tanques de guerra servem de pódio. Uma nação passa a comemorar sua liberdade.
Por um homem, o governo de um país se transforma, se recicla.
Como pode o poder se concentrar na figura de apenas um homem?
Como pode uma nação se rebelar por causa de um homem?
Hosni Mubarak já não é mais O homem do Egito.
Depois de 18 dias de protestos, o povo deu fim aos seus 30 anos de governo.


  foto Emilio Morenatti A/P


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