1 de março de 2013

Rio para não chorar


Morar em uma grande metrópole tem seus prós e contras. O Rio não diverge das grandes cidades mundiais em vários aspectos, mas tem suas particularidades.

Tive a oportunidade de conhecer algumas dessas cidades e perceber os erros e acertos da minha cidade. Alguns problemas crônicos são independentes de primeiro ou terceiro mundo. Trânsito, lixo urbano, por exemplo, são problemas comuns seja no Rio, seja em Nova Iorque, Buenos Aires, Paris etc.

Porém, em algumas dessas cidades, certos problemas graves receberam atenção especial, o que gerou esforço e planejamento para que fossem solucionados. Violência urbana é um desses sérios problemas que se tornaram desafios para o poder público. A cidade de Nova Iorque é um exemplo positivo, onde a violência foi sufocada de forma sistemática e racional, a ponto de ser hoje considerada uma das cidades mais seguras. Quando visitei NY, pude conhecer diversas áreas, tanto na Ilha de Manhattan (incluindo Harlem), quanto fora da ilha. Passei pela experiência de pegar o metrô de madrugada e andar pelas ruas tranquilamente. Não quero dizer aqui que minha única experiência na cidade irá extinguir por completo a violência urbana, porque isso seria utopia.

Mas infelizmente não posso dizer o mesmo da tão propagada cidade apaziguada do Rio, com as chamadas UPPs, instaladas nos morros cariocas. Apesar do discurso dos governantes e parte dos moradores que dizem perceber que o Rio está mais seguro, a realidade cotidiana é bem diferente. Essa onda de segurança só veio encarecer ainda mais os imóveis da cidade, principalmente em bairros onde a proximidade com favelas desvalorizava esses imóveis. A supervalorização fez com que o Rio se tornasse uma das cidades mais caras do mundo. Leblon, Ipanema, Lagoa, Gávea e Jardim Botânico hoje têm o metro quadrado mais caro do país.

Enquanto isso, os problemas são os mesmos. No aniversário da cidade do Rio, os cariocas são presenteados com uma greve de ônibus, mostrando que o transporte público da cidade ainda é precário e ineficiente. No último domingo, tentei pegar uma praia no fim de tarde. Infelizmente, o que encontrei foi uma praia suja, tanto na areia quanto no mar. Desisti de mergulhar e voltei para casa.

A sensação de quem mora na cidade é que não há um planejamento efetivo para solucionar os mesmos problemas de sempre. As promessas dos governantes vão esvaindo com o tempo, até a próxima greve, a próxima enchente, a próxima tragédia...

2 comentários:

Ju disse...

E eu não acho que a cidade está mais segura por conta disso... pelo contrário, acho que é uma falsa sensação de segurança. Infelizmente...

railer disse...

concordo com o que você escreveu, tá tudo muito caro e tão vendendo uma certa segurança que não existe.

quanto a praia, eu fui domingo passado, mas sempre chego 8h e saio 12h quando todos estão chegando. assim aproveito o sol bom e a praia vazia e limpa. fica a dica.