18 de junho de 2009

Hoje é dia de Maria Bethânia.

É comum buscarmos nossos ídolos no mundo das artes, seja na literatura, na poesia, na dança, no teatro, no cinema, na música e tantas outras expressões culturais. E muitas vezes, nossas referencias são pessoas que já não se encontram encarnadas, nos restando seus registros, seus livros, discos, filmes etc.

Porém, não há melhor satisfação quando conseguimos presenciar um show, uma peça, ou simplesmente um encontro casual com esses ídolos. Quem me dera ter assistido a um show de Vinícius, Jobim, Elis...

Mas essa satisfação plena vem à tona toda vez que assisto a um show de Bethânia. Ela fascina com sua presença. Se ouvir suas músicas já nos eleva, assisti-la ao vivo, no palco, chega ser uma viagem.

Nascida no dia 18 de junho de 1946, essa baiana com seus longos cabelos grisalhos e voz inconfundível não só acumula fãs de todas as idades, como agrada os ouvidos de tribos diferentes.

E o que lhe faz ser tão especial? Sua musicalidade e sua sensibilidade em interpretar cada letra com seu jeito único. Sua voz é firme, forte, grave, e ao mesmo tempo suave. Seu repertório é brasileiro, sem preconceito, e ao mesmo tempo não mercadológico, ou seja, sem a preocupação em “agradar o grande público”, no bom sentido, é claro.

Então, é possível escutar desde Roberto Carlos (“As canções que você fez pra mim”, um dos álbuns mais elogiados de sua carreira) até Zezé Di Camargo (É o amor), passando por veteranos Chico, Caetano, Vinícius, Noel Rosa, Gonzaguinha, e novos como Ana Carolina, Jorge Vercillo, Chico César, Adriana Calcanhoto, com a mesma admiração.

Sem contar as canções regionais. Ela sabe bem o que significa diversidade cultural brasileira. Muitas vezes, enxergamos o trabalho de pesquisa apurada de canções que são praticamente resgatadas do grande baú que é a verdadeira música popular brasileira. Mais uma vez, sem preconceito, Bethânia é capaz de selecionar em seu repertório músicas pouco conhecidas pelo grande público. E o resultado disso são discos riquíssimos como Âmbar (1996), Maricotinha (2001), Imitação da Vida; Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu (2003), Brasileirinho (2004).

Pés descalços, saias brancas rodopiantes,
Pulseiras e cordões que chocalham,
Ela vem com seus
Cabelos soltos, largos, fartos,
Uma voz que vibra
Um olhar que interpreta, a mão que acompanha,
O som, a luz, a cor do som
Uma pausa para leitura
Dos poemas da alma
Depois um batuque dos negros
O palco-terreiro
Os músicos deuses
O público, seus súditos
Uma força a cantar
Chamada Bethânia.

Para quem não conhece, ou quer conhecer mais:
http://www.mpbbrasil.com/content.asp?cc=1&id=27445
http://www.mariabethania.com.br/

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