29 de setembro de 2010

Frenemies X Amizades


O termo frenemy (friend + enemy) em inglês remete à idéia “amigo e inimigo”, ou melhor, aquele que pode ser considerado um amigo, com defeitos de inimigos (competitivo, invejoso, pessimista etc). Daí, eu pergunto: estamos rodeados de frenemies?

Uma coisa devemos afirmar: amizade entre mulheres é bem diferente de amizade entre homens, que por sua vez é bem diferente de amizade entre ambos os sexos. Mulheres, por natureza, são competitivas entre elas. Disputam quem é mais bela, mais bem resolvida, mais bem sucedida e por aí vai. Já amizade entre homens é mais sincera e ao mesmo tempo radical, pois quando um sacaneia o outro, ou se resolve na “porrada” ou se afastam e ponto. Na amizade entre homem e mulher, quando não há terceiras intenções, pode parecer a amizade mais verdadeira, porque não há competições diretamente, não há tempo para conversas fúteis (comum entre mulheres), e respeita-se o limite do próximo (pelo menos não há agressões verbais/físicas e nem “brincadeiras de mau gosto”, esse mais comum entre homens) – desculpe generalizar assim, mas é o que penso em linhas gerais (sei que há exceções em todas essas relações de amizade).

A questão é que amizade ao mesmo tempo que é saudável e prazerosa, pode ser também traiçoeira e perigosa. Uma decepção da pessoa amada pode doer, mas não é tão impactante quanto uma decepção de um amigo, porque partimos do pressuposto que confiamos muito mais em uma relação de amizade que em uma relação amorosa, concorda?

Amizade para mim é algo sagrado, precioso, mas não perfeito. Partindo do princípio que para considerar uma pessoa amiga, você deve confiar nessa pessoa e conhecer aos poucos seus princípios, seus valores e condutas. Estou falando de amizade verdadeira e duradoura – ou seja, não é coleguismo e/ou pessoas “legais” de nosso convívio.

É claro que há níveis de amizade, intimidade e confiança. Há os amigos da bagunça, dos momentos “leves” da vida. Há os amigos confidentes e parceiros, em que há uma confiança mútua, um respeito e admiração pelo próximo. Há os amigos-irmãos, que nem sempre estão presentes full time em nossas vidas, mas você sabe que quando precisa de “um ombro amigo”, ele estará lá, e vice-versa; são aqueles que Deus não escolheu para serem irmãos de sangue, mas colocou em nosso caminho não à toa. Há os amigos que não precisam de explicação: são amigos e prontos; mesmo quando não compartilham das mesmas idéias, são muito diferentes de nós, mas mesmo assim cultivamos uma boa amizade.

Mas, sinceramente, não consigo classificar os tais “frenemies” como amigos, porque esses, se não são confiáveis, não torcem por nós e competem em vários aspectos, não podem ser considerados amigos de verdade, certo? Defeitos, todos os amigos têm, mas há os defeitos aceitáveis e os não-aceitáveis. E para mim, as características do frenemy são inaceitáveis. “Amigo que é amigo é sincero, e fala na cara quando não gosta de alguma coisa”. Ok, posso concordar em parte, mas sinceridade não é sinônimo de ofensa. E há os que pensam que podem falar o que quiser e da maneira que bem entender, sem pensar nas conseqüências. “Frenemy pode nos causar uma sensação de desconforto que geralmente não é consciente”, afirmou a pedagoga Patrícia Morgado, em matéria no jornal O Globo. Ela também completa dizendo que em toda amizade há os momentos frenemy. De toda forma, amizade que gera “desconforto” e “ameaça” definitivamente não é saudável e, portanto, dispensável.

3 comentários:

Geli, Angie, Angel, Angélica disse...

Li seu texto e só consegui pensar numa pessoa... Bjs

Ju disse...

Concordo com vc! Não sei se consideraria um frenemy um amigo! Pois não dá para confiar numa pessoa assim.

Eu tenho sido mais seletiva em relação a minhas amizades, colegas tenho muitos, mas são poucas as pessoas que quero levar para a minha vida!

#prontofalei

railer disse...

nunca tinha ouvido falar em 'frenemy'...