Casamentos e afins

Como um bom padrinho que sou, minha amiga que casa em junho me pediu para ajudá-la na escolha dos dizeres em seu convite de casamento. Tarefa um tanto difícil, mas prazerosa, porque particularmente gosto muito de ler textos românticos, sobre o amor etc . (“Talvez eu seja o último romântico dos litorais desse Oceano Atlântico”).

Ao mesmo tempo, com receio de cometer uma falha e acabarmos escolhendo algo brega (tudo que envolve o tema casamento deve-se ter muito cuidado, pois a linha entre sofisticação e breguice é bastante tênue!), resolvemos buscar algumas passagens no Evangelho Segundo Espiritismo.

Identificamos pelo menos três passagens interessantes e que têm tudo a ver com matrimônio, união de duas almas, construção de família etc.

A primeira é: “Deus quis que os seres fossem unidos, não somente pelos laços da carne, mas pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se estenda sobre os filhos, e que eles fossem dois, em lugar de um, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir”.

A segunda é: “Ao dizer Deus: ‘Não sereis senão uma só carne’, e quando Jesus disse: ‘Não separeis o que Deus uniu’, essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens”.

Já a terceira é bem conhecida e faz parte da Carta de Paulo aos Coríntios: “Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, nada sou”.

Em cada uma delas, a mensagem é única, simples e emocionante. E tudo isso muito me emociona, porque no final das contas o que realmente vale é a Lei do amor. De nada seria possível, se não fosse a presença do amor em nossas vidas, nos alimentando e cultivando a passar por todos os obstáculos terrenos.

E quando se diz: “a fim de que a afeição mútua dos esposos se estenda sobre os filhos”, é prova que o amor familiar está sempre em primeiro lugar. Vide a minha família, por todos os percalços e tropeços que passamos, o que nos une e nos fortalece é o amor fraternal, de mãe e filhos, de irmão para irmão.

Uma vez já escrevi por aqui (Segue seu caminho) que ao contrário do que costumamos dizer, escolhemos sim nossa família e viemos juntos para crescermos e progredirmos juntos, cada um em seu tempo. E talvez o momento crucial em nossas vidas seja justamente o matrimônio, quando entrelaçamos duas vidas, duas almas em prol da felicidade de uma família.

E quando refletimos: “união segundo lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens” acreditamos que existe sim um casamento para toda vida, quando o amor, o respeito, a cumplicidade andam de mãos dadas até o fim desta vida.

Assim desejo aos futuros casados, como os amigos que casam esse ano e, claro, ao meu próprio destino.