Já demonstrei aqui no blog minha ansiedade em assistir ao tão
esperado filme sobre Chico Xavier. Finalmente pude assistir no último sábado em
um cinema lotado (sendo segundo final de semana em cartaz), com duas salas de
um shopping, o que é muito raro em se tratando de filme nacional. Percebi que a
expectativa não era só minha, que este seja um filme de sucesso e recordes de
bilheteria. Já para começar, o número de espectadores no primeiro final de
semana já foi recordista, nos últimos 15 anos.
Antes de assistir ao filme, minha curiosidade de saber se
realmente o longa seria fiel ao filme “As Vidas de Chico Xavier”, uma biografia
autorizada escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior, me fez lê-lo antes. É
claro que por mais fiel que seja o filme, nunca um longa irá retratar o conteúdo
de 270 páginas do livro. Mas o resultado foi bem interessante. O próprio autor ficou
bastante satisfeito com resultado final da produção, como o mesmo retrata na
matéria do O Globo.
Particularmente, por já conhecer um pouco da trajetória de
Chico, o filme não trouxe tanta novidade assim, mas trata-se de um belo
registro daquele que foi um dos mais importantes nomes do Espiritismo no
Brasil, principalmente pela sua obra e seu trabalho de divulgação da doutrina. Mas
o que mais chama atenção dessa grande produção é justamente o fato de que os
principais nomes envolvidos no longa – o diretor Daniel Filho, o ator principal
Nelson Xavier e o próprio autor da biografia de Chico – se afirmarem ateus. Como
contar a história de um dos personagens mais importante de uma religião sem
mesmo acreditar nesta? Pois bem, o improvável aconteceu, e muito bem feito por
sinal. E no final de tudo, a mensagem que se passa é que a figura de Chico,
independente da religião pela qual ele defendeu e propagou durante toda sua
vida, transmite paz e conforto.
Nesta entrevista ao Globo, Marcel aponta justamente o que
mais lhe impressionou ao conhecer de perto a figura de Chico e questionava
internamente: “Por que alguém se doaria tanto? Por que abrir mão da autoria de
tantos livros, cujos direitos autorais poderiam tê-lo deixado milionário? Por que
abrir mão da privacidade, da paz e do seu tempo para se dedicar ao próximo?”.
Para os que puderam ler o livro antes do filme, com certeza
puderam compreender melhor algumas passagens do filme. Uma delas é o episódio
em que os jornalistas Jean Manzon e David Nasser, da Revista O Cruzeiro, se
passam por estrangeiros americanos para conseguir uma entrevista exclusiva com
Chico. Depois de enganá-lo, os jornalistas conseguiram escrever uma matéria pejorativa e até duvidaram do “poder” mediúnico de Chico, pois em nenhum momento
este foi “alertado” pelo seu guia que se tratava de uma trapaça dos jornalistas.
O próprio Chico questionou a Emmanuel (seu mentor espiritual) porque ele não
foi informado antes de conceder tal entrevista, e seu guia logo respondeu: “para
você medir sua vaidade”; ainda ironizou: “Você está reclamando de quê? Se Jesus
foi parar na cruz, você pelo menos foi parar no O Cruzeiro”. Mas quem teve a
maior surpresa mesmo foram os dois trapaceiros, que não acreditaram quando
viram uma dedicatória escrita em seus livros (que ganharam de lembrança do
Chico durante a entrevista) com os seus respectivos nomes e ainda assinado por
Emmanuel. No filme, essa mensagem aparece, mas nem todos compreendem que se
tratava da temida “dupla dinâmica” Jean Manzon e David Nasser, bastante
conhecidos na época por suas matérias sensacionalistas da famosa revista O
Cruzeiro.
3 comentários:
Tô doida pra ver o filme!
Vc ganhou um selinho!
beijos
Não é coisa de mulherzinha expressar seus momentos através de imagens!!!! Hunf! Magoei! Beijos
Eu quero muito ver... e estou esperando a biografia para ler antes do meu casamento =PPP
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