3 de julho de 2010

Infinito enquanto dure? (parte 3)


O roteiro do filme “Entre Lençóis” traça uma idéia que resume o comportamento do ser humano. Estamos sujeitos a tudo nessa vida, e a qualquer momento podemos ter uma reviravolta porque somos volúveis, imprevisíveis e insatisfeitos 100%. Até o certo ponto.

Eles se conheceram numa boate, numa noite qualquer. Trocaram os primeiros olhares, se sentiram atraídos, e essa atração lhes fez saciar a vontade do corpo. Foram para um motel e transaram. Sem nomes, nem identidades, se permitiram por um instante os prazeres da carne. Sem culpa, sem história de vida. Um não conhecia o outro.

Mas depois do sexo animalesco, a consciência se fez presente. Ele era um homem ainda em processo de separação. Ela uma noiva na véspera de seu casamento. Eles tinham vida lá fora. Cada um com sua história. E do diálogo, nasceu um entendimento, que gerou uma curiosidade, uma vontade de experimentar mais e mais. Foram aos poucos se conhecendo de verdade. Finalmente se apresentaram: Roberto e Paula. Ele fotógrafo. Ela arquiteta. O roteiro segue uma sequência de mais descobertas, mais entendimentos e até as primeiras brigas. Perceberam que até ali, o passado era “perfeito”, o sexo era bom com seus respectivos, suas expectativas eram praticamente as mesmas, eles tinham uma vida comum. Depois, perceberam ao longo da madrugada que seus parâmetros estavam ultrapassados. Agora o sexo era bom diante do novo parceiro. Mas só de sexo se faz um bom relacionamento? Não importa, eles estavam se entregando a ponto de se apaixonarem, mesmo que em pouquíssimo espaço de tempo. Era apenas uma madrugada, mas que significou uma vida, praticamente. Chegaram a cogitar um recomeço a partir dali. Ela estaria disposta a deixar seu noivo no altar e ele deixar sua esposa em casa. Mas no final, perceberam que tudo não se passava de uma fantasia. Viveram intensamente aquele momento. Um relacionamento com começo, meio e fim. O tal do infinito enquanto dure. Afinal, a vida continuava para ambos depois daquele encontro no motel.

2 comentários:

Ju disse...

Não vi este filme... Mas sei que é uma copia de um filme espanhol. Não gostei da versão espanhola e tenho certeza que não vou gostar deste. O filme fica na superficialidade, e acaba sendo monotono...

railer disse...

é a coisa da paixão, do momento. por isso romeu e julieta fizeram história, pois morreram nesse momento bom de sexo, paixão e emoções à flor da pele. mas o mais difícil é depois, é sustentar isso.