Vamos lá: segundo a matéria, a natureza inventou três
mecanismos cerebrais que controlam o amor nos seres humanos: luxúria (desejo
sexual), paixão/romance e ligação. O primeiro depende da quantidade de hormônio
testosterona. O segundo é alimentado pela dopamina. Já o terceiro é criado pela
ocitocina (mulher) e vasopressina (homem). Esses três sistemas são
independentes entre si, porém, ao mesmo tempo, podem interferir uns com os
outros. Ou seja, o sexo bom pode provocar a paixão que, por sua vez, cria
ligação.
Enquanto essa primeira fase do romance equivale ao período
da paixão, quando tudo são flores, já a segunda prevalece a rotina, quando
quase nada é surpreendente na vida do casal. Até o apetite sexual diminui, o
que desenrola uma série desencontros. Por último, chega a fase do término,
quando nada mais combina. Agora, olha a “explicação” científica ou
antropológica para isso:
“Para entender, é preciso voltar no tempo e fazer um passeio
pelas savanas africanas, 3 milhões de anos atrás. O homem caçava e protegia a
família. A mulher cuidava dos filhotes. Mas, em determinado momento, os casais
se separavam. O objetivo da família nuclear – nome técnico que os antropólogos
dão ao conjunto de pai, mãe e filhos – era garantir que o homem ficasse por
perto tempo suficiente para criar o filhote. Somente isso. Quando o filhote já
estava crescidinho e não exigia atenção integral da mãe, o pai estava livre
para ir embora e procurar outras fêmeas para procriar. É daí que vem a chamada
crise dos 7 anos. Esse é o período necessário para que uma criança se torne
minimamente independente”. Será que cola essa explicação? Será que o ser humano
não evoluiu o suficiente para discernir que fidelidade e companheirismo estão
acima de qualquer sentimento, digamos, selvagem, ou irracional?
Pois bem, outro ponto interessante dessa matéria: com ou sem
ciúme (sentimento que tenta preservar a monogamia), a verdade é que boa parte
dos relacionamentos está destinada a acabar E mesmo assim o ser humano não está
preparado (como também a morte do próximo) para esse momento da separação. O
cérebro se acostuma com a pessoa amada, então reage de diversas maneiras: desde
o sofrimento físico e emocional (a pessoa se sente frustrada, arrasada,
depressiva etc.), até a fase da raiva ou da aceitação. Vale ressaltar aqui a
definição de ódio (versus amor): “é uma defesa do organismo para nos fazer
seguir em frente”.
De tudo isso, eu penso que se há uma razão científica para
explicar o fim de relacionamentos, por que as pessoas acreditam em amor eterno?
Será que isso virou utopia? Ou a ciência insiste em criar teorias, fundamentos,
fórmulas e razões para tudo? Prefiro continuar pensando como o matemático
Blaise Pascal: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”.
2 comentários:
que tem validade é verdade: ou alguém morre ou então acaba mesmo. concordo que muita coisa evoluiu mas sinto que o homem tem dentro de si, mais do que a mulher, essa necessidade de 'espalhar a semente', essa coisa do sexo. pode até ser que venha lá de trás, mas algo ficou sim.
como disse um professor meu, 'o problema dos casamentos não durarem tanto hoje em dia é que as pessoas vivem mais'.
Olá Mário! Perambulando pelo google descobri seu blog e gostei muito!! Sou do Paraná, tb tenho um blog onde escrevo meus desabafos e coisas do cotidiano: www.blogdaprizoca.blogspot.com
Parabéns pelos textos!!
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