Finalmente no último dia 3, o filme Nosso Lar estreou nos cinemas, e eu consegui assistir logo no sábado. A primeira impressão foi que o filme resumiu bem o livro, deixando de lado alguns detalhes e passagens interessantes. Mas como sabemos que nenhum filme consegue ser 100% fiel ao livro de origem, acho que o resultado foi excelente. Não houve preocupação com a ordem cronológica do livro em alguns detalhes, quando, por exemplo, André Luiz (o protagonista) conhece D. Laura, mãe de Lísias e também seu novo lar na colônia. Mas são detalhes que não comprometem o conteúdo.
A grande produção teve preocupação com os efeitos visuais, um cenário futurístico, como o livro propõe, uma trilha sonora maravilhosa, mas nada disso teria sentido se a mensagem não fosse transmitida da melhor maneira. Apesar de ter uma narrativa um pouco lenta (e para alguns parecer arrastado), o filme emociona em diversas passagens. O olhar curioso do protagonista às novidades de um novo mundo é o que torna o filme esclarecedor e de certa forma didático para o espectador. Afinal, trata-se uma colônia espiritual, e para quem não enxerga o filme como ficção científica, acredita que tudo ali seja real.
Vale lembrar que o livro foi lançado em 1944, quando nem se pensava em computadores, e outras tecnologias comuns hoje. Se nos dias atuais, as imagens de uma cidade futurística impressionam, imagina na época quando foi lançado? A história de André Luiz se passa em meados da segunda guerra mundial, quando muitos espíritos chegaram em massa à colônia por conta da guerra. São muitas histórias dentro de uma mesma história. Infelizmente, o filme não contempla todas elas, por isso vale a pena ler o livro, independente de ter assistido ao filme.
Particularmente, a cena que mais me emocionou foi quando André Luiz consegue visitar sua família em sua antiga casa e rever sua esposa e seus filhos já crescidos. Aos que partem para o outro lado, a saudade é a mesma de quem fica e por isso a vontade de reencontrar os familiares encarnados é enorme. André precisou passar um tempo em recuperação após seu desencarne, até mesmo para se preparar para esse reencontro. E quando chegou o momento, ele estava sereno e feliz. Inevitável não chorar quando vi sua filha ao piano tocando a música predileta de André, e ele ao lado, admirando sua filha. É como se eu me visse naquela cena, tocando piano para meu querido avô – meu maior incentivador e admirador. Acredito que ele também esteja escutando minhas melodias por lá, matando a nossa saudade.
No final do filme, notei pessoas bastante emocionadas com que viram. A mensagem do filme é linda e nos convida à reflexão sobre nossos atos, nossas condutas e nossos pensamentos. Para aqueles que pensam que a morte é o fim de tudo, ou pelo menos uma passagem para o paraíso, talvez se enganem ao ver que há muitas moradas do outro lado, dependendo do nosso grau de evolução, assim como há muito trabalho pela frente, independente de nossa formação profissional e nosso status social terreno.
Não só recomendo assistir esse belo filme, como recomendo ler o livro. Tenha olhos para ver e ouvidos para ouvir, pois isso não é tão óbvio como se parece
Primeiro post sobre o filme.
5 comentários:
Quero ver!! Muito!! Vou tentar ir com o maridón amanhã!! beijos, ju
Eu li o livro mês passado e nem sabia que iam fazer filme dele. Quero ver tb!!!
bjs
Eu vi o filme hoje... e voltei aqui para falar que chorei em diversos momentos... emocionante!
Nem senti as duas horas de filme passar... quero assistir de novo! E como li o livro há muito tempo atrás, quando eu tinha uns dezesseis anos, quero pegar o livro para reler ;)
Mais uma vez, suas críticas foram reais, maravilhosas e emocionantes. Além de muito bem escrita você consegue, através da mesma, nos passar seus verdadeiros sentimentos.
Como tive o prazer de assistir esse filme com você, vi como tudo isso faz sentido em sua vida. E ao ler isso aqui me emocionei bastante, realmente você e seu avô tinham uma relação além.
Realmente o filme Nosso Lar é um excelente programa, mas é muito mais que isso. Há um grande ensinamento vivido por André Luís que vale a pena ser visto e quem sabe com muito esforço vivido por nós.
como você comentou, achei que algumas partes se arrastaram mesmo. mas é um bom filme.
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