29 de abril de 2011

Espetáculo de casamento



O fascínio que um casamento real desperta não só em seu reino, mas em todo o mundo, impressiona. O mundo parou para assistir o casamento de um príncipe e sua noiva, plebéia, nesta sexta-feira, dia 29 de abril. Com os olhares voltados para os detalhes desse matrimônio espetaculoso, o que se conclui daí é que nós ainda nos encantamos com os efeitos da nobreza e realeza de um mundo de “faz de conta”, como nos contos de fada. Excetos os indiferentes, quase todos idealizam estar, pelo menos por um instante, no lugar deles, os reis, rainhas e príncipes.

Desde o anúncio do casamento real, a mídia se voltou para os preparativos da cerimônia mais comentada desde o casamento dos pais do príncipe, em 1981. As semelhanças são indiscutíveis: ambas as noivas eram lindas e carismáticas, e despertavam o desejo de qualquer mulher em se casar com um verdadeiro príncipe. Depois da morte da princesa Diana, os súditos procuravam ainda uma substituta, que parecem agora ter encontrado na nova lady, a princesa Catherine.

Para nós, brasileiros, ao mesmo tempo que tudo isso parece muito distante de nossa realidade – somos um povo simples, sem ostentação de riquezas, vivemos em uma república e lutamos pela democracia – também compartilhamos os valores do povo inglês, ao se encantar pelas histórias de reis e rainhas, mesmo sabendo que esses já não mandam de fato, como no regime monárquico de antigamente. Restaram apenas as pompas e circunstâncias das famílias reais, o que no fundo é o que interessa para maioria.

Quem já visitou Londres, sabe que faz parte da cultura deles essa admiração pela realeza britânica, e é indispensável no roteiro de viagem as passagens pelo Palácio de Buckingham, a troca de guardas e as Torres de Londres, onde se encontram as jóias e coroas da rainha. Interessante notar também que não é qualquer príncipe ou princesa que mobiliza a atenção do mundo para seus acontecimentos reais. Só lembro-me dos acontecimentos da família real britânica e, mesmo assim, especialmente do príncipe Charles, da princesa Diana e de seus filhos. Alguém se lembra dos nomes dos outros filhos e netos da rainha Elizabeth II? Nessa onda de casamento real é que descobri que o neto mais velho da rainha, filho da filha mais velha de Elizabeth II, já é casado, teve recentemente um bebê, o primeiro bisneto da rainha, e nem título de nobreza tem, ou seja, apesar de fazer parte da família real, é tão desconhecido quanto eu e você.

Então, por que o príncipe William e princesa Catherine são tão badalados? Qual o papel da mídia nessa super exposição dos dois? Todos sabem o quanto a então princesa Diana sofreu com a perseguição dos paparazzi até culminar em sua morte trágica. A própria rainha sempre buscou privacidade e, de certa maneira, “culpava” a nora por tamanha exposição nos tablóides. No filme “A Rainha”, esse comportamento da soberana é muito bem demonstrado, principalmente quando ela e seu marido resolveram isolar seus netos diante da espetacularização da morte de Diana. Ela sofreu duras críticas de seu povo, por não se mostrar solidária ao sofrimento pela morte da ex-princesa.

No fim das contas, tudo não passa de conto de fadas, narrado com todos os apetrechos que a tecnologia nos proporciona atualmente. Se já no casamento dos príncipes Charles e Diana, milhões de pessoas puderam acompanhar ao vivo a transmissão, hoje essa divulgação ganhou esforços da internet, dos celulares e das redes sociais. Acabou o espetáculo, desligamos a TV e voltamos para nossa vida normal de sempre.

2 comentários:

Ju disse...

Eu vi uma matéria semana passada, na qual era abordado o fato de que a rainha queria lucrar com este casamento... Não só para resgatar a imagem da família real perante o povo inglês, mas perante ao mundo também. Com a morte da princesa Diana, a popularidade dela ficou abalada.;.. até melhorou com o casamento do filho dela com a amante, mas mesmo assim, muito longe de todo o prestígio que a Diana tinha. Além disso, ela esperava lucrar financeiramente tb... uma vez que Londres lotou por conta do casamento, ou seja, o casamento real movimentou muito dinheiro e ajudou a economia do país.

beijos, ju

railer disse...

eu nem perdi tempo com isso...