Esse filme é para quem viveu a vida de glórias e a morte
estúpida de um dos verdadeiros protagonistas do Brasil: Ayrton Senna da Silva.
Emocionante é pouco. Eu ainda era garoto (tinha 12 anos) quando vi naquele
domingo, primeiro de maio de 1994, o acidente fatal que levou o piloto mais
querido do Brasil (e talvez do mundo!). Lembro como se fosse hoje o anúncio da
morte do piloto na TV. A nação chorou como se fosse uma perda de alguém
realmente muito próximo. Parece exagero, mas era assim que o povo enxergava
Senna, a cada conquista nas manhãs de domingo.
17 anos depois, esse documentário vem relembrar a trajetória
de um jovem piloto destemido, corajoso e confiante. O grande mérito desse filme
talvez seja mostrar os bastidores das corridas no auge de sua carreira, suas
brigas com seu maior rival Alain Prost e muito pouco de sua vida pessoal, fora
das pistas. Senna era um guerreiro, determinado e vencedor, o que explicava a admiração
de sua nação, em uma época de tamanha pobreza e insatisfação do povo
brasileiro. Muito bem registrado no documentário, o “povo fala” mostra que
Senna era “a única coisa boa do Brasil. O verdadeiro orgulho nacional”, aquele
que levava a bandeira brasileira aos quatro cantos, com raça e amor. Tímido,
Senna pouco se expressava em
público. Mas seu sorriso, seu carisma e, principalmente, suas
ações (dentro e fora das pistas de corrida) é que conquistavam fãs de todas as
idades. Ele realmente foi o responsável pela popularização de um esporte tão
elitista que é a Fórmula 1. Domingo era dia de corrida e todos, jovens e
velhos, acordavam cedo para acompanhar e torcer por ele.
“Tema da Vitória” tornou-se um hino sagrado aos domingos e
que foi associado unicamente às vitórias de Senna. Por isso, é impossível não
lembrar dele quando um piloto brasileiro vence uma corrida hoje (o que se
tornou cada vez mais raro por sinal). Para falar a verdade, o brasileiro era
mal acostumado, porque quando Senna não ganhava, ou não ia bem numa corrida,
era como não valesse aquela corrida.
Às novas gerações, vale a pena conhecer um pouco a história
desse esportista que escreveu com talento sua biografia e até hoje faz
brasileiros se emocionarem quando relembram sua morte precoce. Senna tinha
apenas 34 anos quando se foi e todo mundo não só lamenta como até hoje
questiona por que a equipe Willians permitiu tal corrida, quando sabia-se dos
defeitos que o carro apresentava na época, com instabilidade que o próprio
piloto alertou ainda nos treinos.
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