27 de outubro de 2014

Por um país mais igualitário




Depois de uma eleição disputadíssima, com debates acalorados, trocas de acusações e inúmeras manifestações das mais radicais nas redes sociais, finalmente chegamos ao fim. Se o resultado não agradou 48,36% dos brasileiros que votaram contra ao atual governo, o que vale agora é a união de um país, não o preconceito e a repulsa.

Assusta-me o nível de preconceito nas pessoas que se dizem a favor da democracia, da justiça e de um país por todo igualitário. Preconceito com o pobre, com o nordestino e com todos que pensam e votam contra seus ideais. Todos desejam mudança, até quem votou no atual governo. Todos desejam um país desenvolvido, em todas as instâncias. Mas para isso de fato acontecer, precisamos enxergar além do nosso umbigo. Ir além do poder de compra, principalmente. Antes de repugnar a corrupção em alto escalão, que de fato existe e deve ser combatido, perceber suas próprias atitudes, mesmo nas pequenas ações.

Um povo que não respeita seus idosos, os necessitados, os vizinhos de estados, as leis de trânsito, a fila do supermercado, a vaga restrita, que joga lixo na rua, não deve exigir de seus representantes postura melhor. 

Diante de tantas atrocidades que li, como melhor resposta, cito um amigo que soube definir bem essa imagem de um homem negro, trabalhador rural. “Pense, por favor, que ele é brasileiro, nordestino e inscrito no bolsa família... Sei que para alguns é difícil acreditar. Mas a democracia é assim: um homem, um voto. Sim, ele tem e MERECE ter direitos. Independente de bens, riqueza, educação (aqui me refiro a acadêmica, e não sabedoria), sabedoria (aqui me refiro à capacidade generosa de saber aprender com a vida, e não com os diplomas que você tem), independente de carros, viagens, benefícios sociais, calos nas mãos... Todos votam de acordo com os seus interesses, ele também. Todos votam defendendo seu futuro, ele também. Todos votam com suas convicções, ele também. E assim é formado esse país chamado Brasil... tão seu, tão meu e tão dele também. E sinto muito orgulho disso!”