16 de setembro de 2016

Aventurar com consciência



Já na vida adulta, descobri o prazer por aventuras, em praticar esportes e passeios com adrenalinas. Gosto de conhecer lugares novos, traçar trilhas, mergulhar, pular de pedra, voar etc. Mas confesso que a recente morte do ator Domingos Montagner, após se afogar numa região conhecida como Prainha de Canindé de São Francisco, considerada área perigosa para banho, me assustou um pouco.

Realmente, não podemos acreditar que “tudo vai dar certo”, sem conhecer os perigos camuflados que guardam a natureza. E são muitos. Não só o perigo dos animais, mas os rios e mares com suas correntezas, as rochas, tronco de árvores e tudo que pode acabar com a vida em questão de minutos. Desbravar o mundo faz parte da vida, faz bem à alma, mas exige lá seus cuidados. E ter medo não é um ato de covardia e sim de respeito.

Não é à toa que afirmam “os que morrem afogados geralmente são os melhores nadadores”. Porque aquele que não sabe nadar, nem se joga na água. E é disso que essa tragédia me veio alertar. Arriscar a vida por um banho de rio pode parecer ingênuo, quando acreditamos que um rio não traz nenhum perigo. “Se o mar tiver de ressaca eu não entro”. Claro! O risco é evidente, está diante dos seus olhos. Mas quando você enxerga um rio “calmo”, sem ondas, você logo acredita que não há perigo algum...

A autoconfiança pode ser injusta. Há sempre de ter consciência para os limites do corpo, por mais que seja uma pessoa preparada e com bom condicionamento físico. Tragédias e fatalidades acontecem. Não temos o controle de tudo. Mas quando pensamos que há situações que podem ser evitadas, devemos refletir antes que seja tarde...