28 de abril de 2010

Jornalismo Científico é...

- Ir para uma entrevista com dúvidas sobre a pauta e retornar à redação com mais dúvidas;

- Tentar compreender em algumas horas o que pesquisadores levaram anos estudando;

- Escrever palavras em português que o word não identifica (sublinhado em vermelho) mas que estão corretas;

- Escrever textos para públicos cada vez mais específicos;

- Fazer cara de entendimento diante do entrevistado, quando você está viajando na maionese;

- Ter escolhido Comunicação Social no vestibular, justamente porque não gostava de física, química e biologia, e só escrever sobre isso (e coisa pior!);

- Sentir-se um burro quando o entrevistado explica várias vezes e você continua não entendendo o que se trata;

- Escrever sobre avanços da medicina e acreditar que vai revolucionar o mundo com suas matérias;

- Ter seu texto jornalístico todo rasurado pelas fontes (entrevistados) que insistem incluir somente termos técnicos, e ainda corrigir o SEU português ainda de forma errada!

- Ter orgulho quando alguém lhe diz “li sua matéria e aprendi (ou me interessei) muito sobre o assunto”;

- Descobrir que depois de um tempo você já fala e entende bem a língua do “tecnês”;

- Achar que cada texto publicado equivale a um artigo científico, com tantas referências e termos técnicos;

- Acreditar que ainda vale a pena fazer jornalismo científico, mesmo escrevendo sobre a “reflectância de vitrinita”.

Em tempo: "A reflectância de vitrinita é um parâmetro muito importante na determinação da paleotemperatura a que uma bacia sedimentar, onde se encontra o petróleo, foi submetida", entendeu?

27 de abril de 2010

Nosso Lar - Os bastidores do filme

Mais uma vez, volto a comentar sobre um filme que agora já não é tão “misterioso” assim. Ao contrário, Nosso Lar – o Filme já está sendo bastante comentado e divulgado pelos quatro cantos. E merece! O longa promete ser mais que um filme sobre universo espírita, mas uma obra prima da sétima arte, com efeitos especiais produzidos no Canadá (empresa Intelligent Creatures), fotografia de Ueli Steiger ( de “10.000 A.C.”, e “O dia depois de amanhã”) e trilha sonora de Philip Glass.

Acabei de assistir ao vídeo com os bastidores do filme e fiquei impressionado e fascinado pelo que vem por aí.


Aos que já passaram por aqui, lembram do post de julho 2009, quando tive o privilégio de assistir de perto uma das locações e a filmagem da cena em que André Luiz é encaminhado ao hospital de Nosso Lar.

Mais detalhes, acesse o site oficial do filme.
Fonte: Matéria do G1 sobre os bastidores.

26 de abril de 2010

Cadê Alice?


Assisti ontem ao badalado Alice no País das Maravilhas, em 3D, mesmo não assistindo 3D (saiba porquê). Confesso que minha ida ao cinema foi mais um pretexto para sair com a namorada (que adorou o filme) e com os amigos-bagunceiros do que pelo próprio filme. Desculpe os fãs, mas acho a história doida (a original), sem enredo definido. Neste novo, de Tim Burton, a Alice já adulta volta ao mundo conhecido pelos seus sonhos para tentar fugir de um pedido de casamento.

Vamos lá: valeu pela fotografia, pela fantasia (e aí inclui a caracterização dos personagens exóticos), pela atuação de Johnny Deep como chapeleiro maluco, de Helena Bonham-Carter como Iracebeth (rainha vermelha) e da Anne Hathaway como Rainha Branca. E ponto. Às vezes a boa propaganda do produto já faz valer sua venda, sem que este seja realmente de qualidade. Em outras palavras, a divulgação maçante na mídia dos personagens exóticos de Tim Burton fez-se criar um burburinho tão grande que seria inevitável a grande expectativa deste filme nas telonas. Resultado disso é um filme mediano, em que a grande sacada já tinha sido divulgada. Veja uma crítica interessante.

Mas aproveitando o post, assisti também neste fim de semana o filme (500) Dias com Ela, uma boa dica de Railer. Na história, o cara se apaixona por uma colega do trabalho, mas ela não. Apesar de ficarem um tempo juntos, sem definir que tipo de relacionamento era aquele, eles vivem um romance bacana, até ele levar um chute dela, ou melhor... ela diz “gosto de você como amigo”. Isso é sempre complicado quando um dos lados se apaixona e espera muito mais da outra. As expectativas são inevitáveis. O filme tem momentos ótimos, quando, por exemplo, a tela é dividia para mostrar o que é real e o que é desejado pelo protagonista durante uma festa. Quantas vezes passamos por essa situação. Imaginamos um mundo perfeito, entendimentos mútuos, quando tudo acontece exatamente como idealizamos, mas na realidade, ficamos frustrados com o rumo da história.

A bela mensagem fica com a idéia de que contabilizamos os dias em que vivenciamos um romance (não-real) até você perceber que não tem mais jeito e conhecer outra pessoa e passar investir nesse novo romance. Daí, reinicia-se a contagem e pronto.

22 de abril de 2010

Entre um feriado e outro...

Como dizia Nelson Rodrigues, "O brasileiro é um feriado". 

Enquanto nós pobres mortais não enforcamos essa quinta-feira preguiçosa, nos divertimos com e-mails como esses... 

A prova de tradução (oral) consta de três módulos... 

1. MODULO BÁSICO

Tres bruxas olham três relogios Swatch. Qual bruxa olha qual relogio? 

Em inglês: Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch? 

2. MODULO AVANÇADO 

Tres bruxas "travestis" olham os botões de três relogios Swatch. Qual bruxa travesti olha os botões de qual relogio Swatch? 

Em inglês: Three switched witches watch three Swatch watch switches. Which switched witch watch which Swatch watch switch? 

3.. E ESTE É PARA MESTRES: 

Tres bruxas suecas transexuais olham os botões de tres relogios Swatch suiços. Qual bruxa sueca transexual olha qual botão de qual relogio Swatch suiço? 

Em inglês: Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch switches. Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?

16 de abril de 2010

"O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer"

Imagina uma mulher, no auge de sua vivacidade e beleza, com seus vinte e poucos anos, linda, loira, independente e casada com um “verdadeiro príncipe encantado”, segundo a própria. Ok, não existe príncipes encantados na vida real, e por mais que ela vendesse essa imagem do maridão, muitos duvidavam de tal perfeição. Na verdade duvidavam até dos gostos do rapaz, de suas atitudes e feições.

Apaixonada, fiel e crente no ideal “casados até que a morte os separe”, ela vivia sua vida de “bem-casados”, mesmo suportando o peso dos desencontros conjugais, devido ao trabalho, principalmente do marido.

Acreditava nele integralmente, capaz de assinar cheques, pagar contas altas com seus cartões, confiar em suas decisões financeiras, como toda “boa esposa”. Entretanto, alguns assuntos eram meio tabus em rodas de amigos, como transas inesquecíveis, loucuras de amor, e prazeres conjugais. Ok, eles tinham direito de serem discretos e preservarem ao máximo suas intimidades. Mas nem para as amigas mais próximas ela fazia confissões amorosas.

Uma vez, numa conversa feminina, ela confessou que o casamento andava morno e estava pensando em fazer uma surpresinha, para esquentar a relação do casal. A amiga sugeriu a compra de um bom espartilho vermelho para causar impacto. Causou impacto sim, mas não fez muito efeito. Na verdade, nem chegou a ser usado.

O mau humor e o constante cansaço já se faziam presentes em seu cotidiano. Brincadeiras à parte, alguns soltavam “isso é falta de sexo”! E realmente podia ser, mas ela insistia dizer que seu relacionamento não se baseava em prazeres carnais.

Certa ou não, ela persistia em viver a dois, sem perceber o quanto sua vida estava sendo deixada de lado aos poucos. Sabia que lá no íntimo ela não era feliz... mas fazer o quê? Terminar um casamento por nada? Ainda trazia consigo a herança cultural da família, em que casamento é para vida toda. O medo de “magoar” seus familiares era grande – maior que a certeza que o fim era inevitável.

Até que um dia... 

Um parêntese aqui: quando somos espectadores da vida alheia, percebemos logo de cara qual o final daquela história, mesmo que o enredo demore um pouco para chegar no clímax. Portanto, o final dessa história já era esperado por muitos, para “felicidade” de uns, e “tristezas” de outros.

Logo depois de um natal indiferente, ela recebeu um telefonema da mãe. “Filha, vem para cá, precisamos conversar com você”. Como assim, precisamos? Além de sua mãe, quem estaria por lá? Em plena segunda-feira pela manhã, dia comum de trabalho, uma reunião familiar? Assunto sério? Estranho.

Quando ela chegou a casa de seus pais, o circo estava armado. Seus pais, sua irmã e até seu futuro cunhado estavam reunidos aguardando sua chegada, menos ele. “O que está acontecendo?”. É simples. Seu casamento acabou. Seu marido nos procurou, disse que vocês já não estavam bem e que ele não pode mais ficar em casa. Pediu-nos que ficássemos ao seu lado para dar o apoio e o conforto necessário. Filha, vai ficar tudo bem com você.

O motivo veio à tona pouco tempo depois. Ela descobriu (não por ele, é claro) que ele era gay e estava saindo não só do armário como de sua fingida vida de casado. Era tudo uma farsa? Nunca saberá de fato quanto tempo ele escondeu isso dele mesmo. Talvez por medo de rejeição dos próprios familiares, dos amigos mais próximos, enfim, da sociedade.

O fato é que ela foi “enganada” por uns longos nove anos de relacionamento, entre namoro e casamento. Depois vieram as outras descobertas, como cheques sustados, pagamentos não-realizados, um verdadeiro rombo em sua conta bancária. O prejuízo passava do emocional e invadia o financeiro. Ela deixou tudo para trás, carro, apartamento, móveis etc.. As megalomanias dele só a deixaram mais “desfalcada” no final das contas. Inevitáveis seriam a tristeza, a baixa auto-estima, a depressão. Ela chorou por semanas seguidas.

Porém, o estalo se deu em meio ao desespero total: “sabe de uma coisa? Foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Quanto tempo eu iria viver no engano? Engano dele, engano meu em acreditar num casamento infeliz e farjuto”. Portanto, o “despertar da consciência” seria necessário e surgiu no momento certo. Recuperada totalmente talvez seja exagero dizer, mas ela hoje está bem. Meio tímida ainda, ela anda descobrindo prazeres até então desconhecidos.

Essa história é real. Sem exageros, hoje vejo que esta pessoa encarou a desilusão amorosa como mais uma provação dentre tantas que passamos na vida. Como dizia padre Antônio Vieira, “Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera!”

15 de abril de 2010

Novidade do mercado jornalístico

Não menosprezando o trabalho dos coleguinhas deste segmento, mas achei engraçado um e-mail que recebi por esses dias. Tratava-se de um “Curso de Desenvolvimento Profissional” em Jornalismo de Celebridades. O assunto do email já chamava atenção: “O Mercado de Celebridades espera por você”, olha que máximo?

Costumo apagar esses e-mails quando o título já não me interessa, mas a curiosidade em saber como funciona o tal curso me fez ler a propaganda e veja a descrição do curso:
“Noticiar a vida dos famosos tem movimentado a indústria jornalística. A cada ano, surgem novas revistas, programas de TV, sites e colunas que tratam sobre o assunto. Diante deste panorama, o CDProf de Jornalismo de Celebridades tem como objetivo mostrar o dia a dia dos profissionais deste segmento, instrumentalizando o público alvo a atuar na área”. Ou seja, o negócio é sério!

Então, você aprende a ser um jornalista de fofoca com categoria e certificado (lembrando que diploma em jornalismo virou peça decorativa!). Aprende, por exemplo, “Universo dos Famosos”, “Dia a dia de redação”, “Coluna Social”, “Jornalismo na Web” e o melhor de todos: “A Arte de ser Paparazzi”. O investimento? Mais de dois mil reais, acredita?

Não sei se é puro preconceito meu, porque trabalho com um repertório e público COMPLETAMENTE diferente desse mundo, mas acho tudo isso um tanto... forçado e fútil. “Ah, vai dizer que você nunca procurou saber sobre a vida alheia dos famosos”. OK, já, mas daí a se especializar a ponto de pagar por um curso de “desenvolvimento profissional” para escrever se fulana traiu o seu marido com outro famoso, acho desnecessário. Mas enfim, o mercado está aberto para todas as oportunidades, e não devo dizer “dessa fonte nunca beberei”, porque nunca sabemos o dia de amanhã

14 de abril de 2010

Um ano e um mês de romance

Pensar em você

(Chico César)
É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá prá ver
Não dá prá esconder
Nem quero pensar
Se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu e eu vou só
Pensar em você
Se a chuva cai
E o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
E em paz com o mundo
E comigo
E consigo

13 de abril de 2010

Uma imagem vale mais que mil palavras

 .

- Colocar o "selinho" e regras no seu blog!
- Responder com muita sinceridade... apenas com IMAGENS, FOTOS ou DESENHOS (não vale responder por escrito).
- Indicar 3 pessoas para responder e colocar seus devidos links no final do post!
- Deixar um comentário para a pessoa, avisando que ela foi indicada para a brincadeira.




quem sou eu:

o que me faz sorrir:



o que me faz chorar:


minha cor:


a maior lembrança:


a música é:
 o filme:
 meu pecado:


 minha vitória:


o cheiro:


o esporte:



um hobby:


o livro:



minha bebida:


uma frase:


um sonho:


Eu ganhei este selinho da Angélica, e indico Luciana, Paloma e Dani

12 de abril de 2010

Chico Xavier - o filme


Já demonstrei aqui no blog minha ansiedade em assistir ao tão esperado filme sobre Chico Xavier. Finalmente pude assistir no último sábado em um cinema lotado (sendo segundo final de semana em cartaz), com duas salas de um shopping, o que é muito raro em se tratando de filme nacional. Percebi que a expectativa não era só minha, que este seja um filme de sucesso e recordes de bilheteria. Já para começar, o número de espectadores no primeiro final de semana já foi recordista, nos últimos 15 anos.

Antes de assistir ao filme, minha curiosidade de saber se realmente o longa seria fiel ao filme “As Vidas de Chico Xavier”, uma biografia autorizada escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior, me fez lê-lo antes. É claro que por mais fiel que seja o filme, nunca um longa irá retratar o conteúdo de 270 páginas do livro. Mas o resultado foi bem interessante. O próprio autor ficou bastante satisfeito com resultado final da produção, como o mesmo retrata na matéria do O Globo.

Particularmente, por já conhecer um pouco da trajetória de Chico, o filme não trouxe tanta novidade assim, mas trata-se de um belo registro daquele que foi um dos mais importantes nomes do Espiritismo no Brasil, principalmente pela sua obra e seu trabalho de divulgação da doutrina. Mas o que mais chama atenção dessa grande produção é justamente o fato de que os principais nomes envolvidos no longa – o diretor Daniel Filho, o ator principal Nelson Xavier e o próprio autor da biografia de Chico – se afirmarem ateus. Como contar a história de um dos personagens mais importante de uma religião sem mesmo acreditar nesta? Pois bem, o improvável aconteceu, e muito bem feito por sinal. E no final de tudo, a mensagem que se passa é que a figura de Chico, independente da religião pela qual ele defendeu e propagou durante toda sua vida, transmite paz e conforto.

Nesta entrevista ao Globo, Marcel aponta justamente o que mais lhe impressionou ao conhecer de perto a figura de Chico e questionava internamente: “Por que alguém se doaria tanto? Por que abrir mão da autoria de tantos livros, cujos direitos autorais poderiam tê-lo deixado milionário? Por que abrir mão da privacidade, da paz e do seu tempo para se dedicar ao próximo?”.

Para os que puderam ler o livro antes do filme, com certeza puderam compreender melhor algumas passagens do filme. Uma delas é o episódio em que os jornalistas Jean Manzon e David Nasser, da Revista O Cruzeiro, se passam por estrangeiros americanos para conseguir uma entrevista exclusiva com Chico. Depois de enganá-lo, os jornalistas conseguiram escrever uma matéria pejorativa e até duvidaram do “poder” mediúnico de Chico, pois em nenhum momento este foi “alertado” pelo seu guia que se tratava de uma trapaça dos jornalistas. O próprio Chico questionou a Emmanuel (seu mentor espiritual) porque ele não foi informado antes de conceder tal entrevista, e seu guia logo respondeu: “para você medir sua vaidade”; ainda ironizou: “Você está reclamando de quê? Se Jesus foi parar na cruz, você pelo menos foi parar no O Cruzeiro”. Mas quem teve a maior surpresa mesmo foram os dois trapaceiros, que não acreditaram quando viram uma dedicatória escrita em seus livros (que ganharam de lembrança do Chico durante a entrevista) com os seus respectivos nomes e ainda assinado por Emmanuel. No filme, essa mensagem aparece, mas nem todos compreendem que se tratava da temida “dupla dinâmica” Jean Manzon e David Nasser, bastante conhecidos na época por suas matérias sensacionalistas da famosa revista O Cruzeiro.

9 de abril de 2010

Depois da tempestade, vem sempre a bonança


Ainda é muito triste a situação do Rio por conta das chuvas dos últimos dias. E o que mais entristece não só aos cariocas mas a todos que acompanham os noticiários são as histórias de famílias que perderam seus entes queridos soterrados por causa dos inúmeros desabamentos das encostas.

Cada ser humano é insubstituível e respeitamos a dor da perda de todas essas pessoas, mas ao ler a história do pai que perdeu seu filho de oito anos no Morro dos Prazeres, no Centro do Rio, é impossível não se emocionar. Alguns trechos da reportagem do G1 contam o drama vivido por esse pai ao ver seu pequeno Marcus sobreviver a um desmoronamento mas acabar morrendo antes de ser resgatado por conta de um segundo deslizamento durante o processo de resgate.

Inevitável não questionar o por quê de tanto sofrimento para essas famílias que perdem tudo em questões de horas por causa de catástrofes como essas. Deve haver uma explicação para suportar tal sofrimento e tentar buscar forças para continuar vivendo, mesmo com a permanente dor da perda humana.

Aos que acreditam, o sofrimento vem nos provar que é através dele que somos capazes de crescer [rapidamente] e aprender com a dor. Não desejamos essa dor para ninguém, mas sabemos que tragédias acontecem em todo mundo, em toda época com pessoas de todos os níveis sociais. As grandes guerras devastaram cidades, acabaram com milhões de vidas e trouxeram lições de paz mundial, solidariedade e compaixão ao próximo. Aprendemos, no mínimo, que o nosso sofrimento é ínfimo perto do sofrimento alheio, e que sempre podemos ajudar ao próximo de alguma maneira.

E o que diriam então esses pais que perdem famílias inteiras em tragédias assim? Será que são merecedores de tamanho sofrimento? Nunca saberemos tamanha “dívida” que carregamos nessa vida, trazida de outras que já passamos. Mas podemos acreditar que nosso sofrimento atual pode ter sua explicação e fundamento no nosso passado sim. O que nos fortalece para enfrentar nossos desafios, da dramaticidade que for, é a fé que temos nas forças superiores, e acreditar que nunca estamos sozinhos na batalha. Sempre teremos ajuda, se não dos próximos na terra, pelo menos dos amigos invisíveis que nos cercam a todo instante. Só precisamos acreditar nessa ajuda, saber pedir e, o mais importante, saber reconhecê-la e agradecer a cada uma recebida.

Essa ajuda pode estar em pequenos acontecimentos, intuições, sonhos, conselhos, atitudes nossas que tomamos sem saber qual razão. Quantas vezes ouvimos lá dentro de nós uma voz dizendo exatamente como agir em determinadas situações de risco ou de dúvida? Podemos não reconhecer, nem acreditar, mas certamente estamos sendo ajudados.

E é nesse pensamento que acredito para poder buscar um entendimento para tanto sofrimento alheio, para as tragédias em nossa volta, para dores irreparáveis, doenças inexplicáveis, acidentes inevitáveis e por aí vai. Para tudo há uma explicação, que nem sempre estamos preparados para ouvir, entender e aceitar.

Algumas pessoas de infinita bondade, como Chico Xavier, vieram ao mundo para nos ensinar isso e muito mais. Trazer-nos um pouco dessa explicação para “as coisas da vida”, tentando nos orientar para o bem, mesmo quando insistimos praticar o “mal”. Quando escrevo “mal” entre aspas é justamente para apontar a falha que nem sempre é percebida aos olhos da humanidade, porém já bem definida no mundo espiritual.

Aos poucos, essas mensagens de conforto e sabedoria superior vão nos chegando, primeiro através dos livros, mensagens psicografadas e estudos; segundo pelos meios de comunicação como rádio, TV e cinema. Para quem se destinam essas mensagens? “Para aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir”, deixamos a mensagem subliminar no ar.

7 de abril de 2010

Uma cidade planejada


O que se esperar de duas cabeças comunistas: Lúcio Costa e Oscar Niemeyer? Uma cidade perfeitamente projetada, pelo menos no papel. E foi mais ou menos o que aconteceu com Brasília.

Nesta viagem que fiz, conheci o projeto urbanístico idealizado por Lúcio Costa que se chama “Unidade de Vizinhança”. A ideia é simples: a cada quatro superquadras, compostos por edifícios de no máximo seis andares, uma unidade funcionaria de forma exemplar, contendo: comércio local; igreja; escola; clube de vizinhança; posto de saúde; um jardim de infância; uma biblioteca e um cinema.


Oscar Niemeyer projetou o que seria a primeira unidade de vizinhança de Brasília servindo de referência para o restante da cidade. O projeto, apesar de ser fantástico, acabou não sendo adotado. Por um lado foi ótimo, porque a cidade não só cresceu como se diversificou. Foram construídas novas escolas, shoppings, igrejas (e outros centros religiosos!), clubes etc. sem padronização.

Inclusive, o tal “avião” idealizado como Projeto Piloto hoje já não é tão percebido facilmente. A cidade realmente está crescendo a olhos vistos. Nota-se também grandes áreas sendo habitadas – com construções de condomínios de alto luxo inclusive – totalmente ilegais, com posses de terra. Mas também há muitas terras vazias.


Em 50 anos, Brasília se estruturou, com grandes comércios, escolas, faculdades, entretenimentos etc. Algumas gerações já se estabeleceram na cidade, mas ainda é grande o número de imigrantes, principalmente de funcionários públicos e militares. Muitos chegam desacreditando um pouco do potencial da cidade, até se estabelecer, criar um vínculo e passar a “gostar” do ritmo da cidade. Os cariocas, por exemplo, fizeram da região chamada Cruzeiro a sua área, com direito a sambinha a la Lapa.

Diante dos últimos acontecimentos catastróficos do Rio, com essas enchentes e desabamentos monstruosos, ficamos imaginando se a nossa cidade fosse projetada para receber grande volume de água com suas chuvas tropicais, assim como o cuidado com as encostas para o crescimento urbano ordenado e controlado. Assim como o Rio, muitas metrópoles brasileiras foram crescendo de forma desordenada. O resultado? O caos estabelecido na última terça-feira.

6 de abril de 2010

O DIA EM QUE O RIO PAROU

É triste ver uma cidade boiando diante do volume inesperado de água. Já são mais de 30 horas de chuva (já atualizando o blog no dia 7), o que só piora a situação das encostas na cidade. Mais de 90 mortos, e um número desconhecido de desaparecidos. A ajuda é necessária em vários pontos do Rio. 

Vale lembrar o pensamento de Nelson Rodrigues, que dizia:
Em meio ao caos, não há improviso, só obras de séculos!

O volume de água da chuva daria para encher 300.000 piscinas olímpicas, segundo informaram na tv.Com certeza é uma situação atípica. Mas diante do cenário lamentável, não há como imaginar que uma cidade como essa possa receber uma Copa e uma Olimpíada, com água invadindo a quadra do Maracanazinho e alagando as principais vias de acesso. Há pontos centrais, como Praça da Bandeira, Av. Maracanã e Lagoa, por exemplo, que sempre alagam com os temporais do Rio. É um problema crônico que existe há muitos anos (pelo menos os registros das primeiras grandes enchentes são da década de 1960) e até hoje não foi solucionado pelos inúmeros governos. O atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, durante sua campanha, criticou o então prefeito, César Maia, justamente com as constantes enchentes, afirmando que a cidade não estava preparada para escoar o volume de chuva. E o que ele fez até agora? Nada. Os mesmos lugares são alvo e continuam atrapalhando o direito de ir e vir do cidadão carioca.

As pessoas são impedidas de saírem de suas casas. O próprio prefeito pede para população não sair de lugar seguro. Resultado: a cidade pára.

A cidade pode estar salva de terremotos etc, mas não das enchentes, afinal, vivemos em um país tropical. Então, se o problema é crônico, por que não investir em soluções tecnológicas para isso? Cadê os Centros de Excelência de Ensino e Pesquisa do país? Por que os governos estadual e municipal (e por que não o federal também?) não encomendam estudos e investem em soluções para resolver de uma vez por todas o escoamento?

Falta educação dos cariocas? Sim. Precisamos nos conscientizar do problema do lixo, dos bueiros, das encostas. Saber que a cidade tem seu limite e respeitar isso.



O Dia em que a Terra Parou
Composição: Cláudio Roberto / Raul Seixas

Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou

Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém


O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou

 
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar


No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê...)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra parou)


E foi assim no dia 6 de abril de 2010 na Cidade do Rio de Janeiro

3 de abril de 2010

Em Brasília, 19h

Passando feriado da Páscoa em Brasília, estou conhecendo um pouco da nossa capital. Em breve comemorando seus 50 anos, Brasília é uma cidade de Palácios, avenidas largas, centro do poder.


Estou aqui de passagem, escrevendo os primeiros registros. Mas vale a pena publicar as primeiras imagens feitas ontem, dia 2, entre um sol tímido e chuvas esporádicas.


Destaque para o lindo Palácio do Itamaraty, com suas obras de arte riquíssimas, sua elegância peculiar dos diplomatas e um jardim fabuloso projetado por Burle Marx.


Mais fotos



1 de abril de 2010

Pendências...

Eu tenho uma certa dificuldade em me organizar, ou pelo menos dar prioridade na lista de “pendências”. Cá entre nós, todo mundo tem uma lista de pendências na vida, que pode ser desde “tentar emagrecer”, “trocar de carro” até “consertar a máquina de lavar” e “arrumar o armário”. O problema é justamente colocar prioridades e executar. Umas necessitam de dinheiro (a maioria), outras só de tempo, muitas os dois! Admiro as pessoas que conseguem ser disciplinadas, com foco na vida, objetivos definidos e, claro, alcançá-los. Não basta sonhar, acreditar que um dia vai fazer isso, comprar aquilo... tem que conseguir concretizar.

Onde eu trabalho, passei esses últimos dois anos ouvindo muito sobre disciplina de capital e otimização de custos. Algo que deveríamos aplicar em nossas vidas. Tentar conter os gastos com coisas supérfluas, ou não tão importantes assim, e passar a juntar mais dinheiro ou aplicar em algo que dê retorno. Investir em cursos (formação profissional), em academia (cuidar da saúde), ou simplesmente comprar um apartamento (construir bens), aplicar o dinheiro em um fundo de investimento (pensar no futuro).

Os consultores financeiros de plantão sempre aconselham a velha listinha – aquela que lhe ajuda a organizar no papel suas prioridades, e colocar metas e prazos para o cumprimento delas. Às vezes dá certo, muitas vezes não. Mais uma vez, depende do indivíduo colocar em prática qualquer planejamento, listinha, projetos, promessas que inventar. Ok, pode ser o primeiro passo para “arrumar a casa”, e tentar colocar em ordem mental as prioridades reais.

Nessa minha lista, tem de tudo um pouco. Meus desejos passam desde juntar dinheiro para passar alguns meses estudando fora (meu inglês é péssimo e preciso aprimorar quanto antes!), até mandar afinar meu velho piano, para os meus momentos de prazer.

Desde quando passei a morar sozinho – o que já foi uma grande conquista para mim! – algumas coisas foram ficando para trás. O salário que antes era só para meu bel-prazer, passou a ser divido para as contas da casa, mercado, manutenção, gastos com o carro etc. É o preço da independência, c´est la vie!

Resolvi então criar minha lista de Pendências. Conforme o cumprimento delas, vou riscando para lembrar que estou fazendo! Vai demorar para cumprir tudo (ou pelo menos a maioria), mas vou tentar me organizar!

É claro que com tempo, as pendências só vão aumentando, porque na lei de Murphy (estou seriamente achando que é a lei que move nosso universo, rs!), tudo acontece quando você não tem dinheiro nem tempo pra resolver logo!

Vamos à lista!

- Voltar a estudar inglês;
- Voltar para academia de ginástica;
- Terminar meu tratamento de pele;
- Fazer o clareamento dos dentes;
- Afinar o piano;
- Consertar o ventilador de teto do quarto;
- Comprar rodinhas novas para o meu velho patins;
- Comprar novo filtro de água (e parar de comprar água mineral!)
- Consertar a máquina de lavar ou comprar uma nova (e parar de levar roupa suja para casa da mãe!)
- Montar os quadros da sala (já sei onde mandar!)
- Comprar os presentes dos meus afilhados que vão se casar! (um em maio e outro em Junho!)
- Estudar fora;
- E juntar $$ (SEMPRE!)

 
obs: a data deste post não é mera coincidência!