19 de dezembro de 2008

Plante sua árvore de natal


Todo fim de ano, acabamos refletindo sobre tudo aquilo que colhemos durante este e tudo aquilo que gostaríamos de colher para o próximo. Desejamos sucesso no amor, no trabalho, na família, saúde para todos, muitas viagens etc. Nem tudo que planejamos se concretiza de fato. Quando fazemos um balanço das coisas positivas e negativas que aconteceram, percebemos que em todo ano as dificuldades são enormes, mas os prazeres, as conquistas e os sucessos recompensam, no final das contas.

Este ano, muitas transformações aconteceram, começando pela grande virada em minha vida em resolver morar sozinho, sendo plenamente independente. As outras vieram “agregar valor”, como a viagem para Europa e o primeiro carro. Porém, outras transformações vêm mostrar que realmente não viemos ao mundo a passeio. Estamos aqui para aprendermos com as dificuldades. Acredito que só assim somos capazes de amadurecer e crescer espiritualmente.

Assim como as tragédias que ocorrem em todo mundo - enchentes e desabamentos, crises financeiras, mortes estúpidas e fatalidades - vêm como alerta para humanidade. Estamos vivendo em um mundo de provas e expiações, passando para o momento de regeneração. E se há uma resposta para tamanha violência que vivemos e presenciamos em nossas rotinas, certamente está na explicação de que tudo isso faz parte do nosso crescimento. Talvez seja polêmica a idéia de que “se vivêssemos num mundo de calmaria plena, os ‘mauzinhos’ de coração não teriam chance de mostrar sua verdadeira face”. Em outras palavras, são em situações de risco, perigo e terror que o ser humano é capaz de mostrar sua natureza. Ok, posso ser mais claro? Só para citar um exemplo recente, em meio à tragédia de Santa Catarina, donativos são roubados e supermercados são saqueados. O homem se torna um sobrevivente, quando o lema é “salve-se quem puder”.

E para não pensar que estou generalizando, há os que estão no mundo para ajudar o próximo SIM! E são esses que acabam aprendendo a “lição” de que estamos neste mundo não de passagem, mas sim para servir ao próximo, para ser solidário, para praticar a caridade e para ser menos egocêntricos. Portanto, ao concluir o raciocínio, se hoje passamos por um mundo de provas e expiações até alcançar mais tarde um mundo de regeneração – do verbo regenerar: dar nova vida, reabilitar, recuperar, corrigir – é porque estamos tendo a chance de evoluir!

Por tudo isso, simbolicamente desejo que este ano, ao invés de presentes caros, sonhos fúteis e “muito dinheiro no bolso”, plantemos a nossa árvore de natal, semeando ainda este ano o que queremos e iremos colher no final do próximo ano. Apesar das dificuldades habituais durante o ano, esta pequena árvore irá crescer até o próximo natal.

15 de dezembro de 2008

Madonna... EU FUI!

Não podia deixar de comentar rapidamente a experiência única de assistir este ídolo pop mundial. Sei que muitos aguardavam ansiosamente por este momento, escrevendo cada notícia sobre a vinda dela ao Rio. A expectativa era grande de fato. E por isso meu medo de não ser correspondido. Confesso até que não esperava tanto pelo show, graças aos comentários de shows anteriores, críticas etc. Mas nada como o Rio de Janeiro, mesmo embaixo de uma chuva torrencial, para receber de braços abertos essa diva. O show foi do ca%#@*&!!!!! Um espetáculo para ser admirado muitas vezes. Certamente, um dos shows mais bem estruturados, emocionantes e empolgantes que já fui! Só a beleza do palco, com seu jogo de luz, movimentação, cenários, bailarinos já valeria a pena. E a estrela maior veio para mostrar porque ela é Madonna, aos seus 50 anos de idade.

A mulher pula corda, dança, canta, cai no chão, enxuga o chão molhado, dança, beija na boca da bailarina, reclama da chuva, canta na chuva, em cima do piano, diz que não vai cantar a música escolhida por um tal de Fábio porque não gosta da música etc, troca de roupa, dança, desce do palco e canta.

Apesar do cansaço, da chuva na cara, da roupa molhada de suor com capa de 5 reais, de muita gente alta na frente tampando a visão, não tem como explicar o calor da pista. Poderia citar vários momentos marcantes, várias músicas que empolgaram, mas resumo tudo isso em Like a Prayer. Sem dúvida, o clímax da festa! O último bloco deixa todos em êxtase até o “Game Over” anunciar que agora chegou ao fim mesmo.

9 de dezembro de 2008

Clandestinos – a peça

14 atores novatos que misturam ficção e realidade numa peça feita sob medida. Entendeu? Ok. Vou começar de novo. Ou melhor, do início.


Lá no mês de maio, o diretor de teatro, João Falcão, lançou inscrições através de um site (http://www.clandestinos.art.br/ ) para formação de uma oficina de teatro com intuito de montar uma peça no final com a companhia criada. Pois bem, na época, a propaganda boca-a-boca sobre o site fez com que 3 mil jovens de todo Brasil se candidatassem. Na inscrição, o candidato deveria falar um pouco de si, suas experiências, suas habilidades (se cantava, dançava, tocava algum instrumento) e porque estaria se candidatando. Até eu me candidatei nesta vaga (não me pergunte por quê!). Toda essa história está descrita no site, mas resumidamente falando, a peça foi escrita a partir dos atores/personagens que foram selecionados.

Na etapa final, 14 foram escolhidos, com suas diferentes origens, histórias de vida, experiências etc. Essa miscelânea deu origem a uma peça divertida, inteligente e inovadora. Ao tentar montar uma peça, o autor recebe influências de personagens ecléticos, que estão em busca de seu sucesso. Coincidência ou não, esses personagens são interpretados pelos atores jovens que sonham com a fama, ou pelo menos ter o reconhecimento de seu trabalho. Verídicas ou não, são essas histórias que costuram essa grande colcha de retalho dramática.

Além das atuações bacanas, chama atenção os talentos musicais de cada um, especialmente os que tocam e cantam durante o espetáculo. A maioria pode dizer que trata-se de um musical. Eu discordo. Em musical, geralmente cada frase vira um verso(o que pode não agradar a todos). Nessa peça, as músicas são bem vindas e se encaixam perfeitamente no enredo, sem forçar diálogos ritmados e melosos, comuns aos musicais. A idéia do cenário aberto, quase invadindo a platéia, também favorece aos movimentos de cena, aos cantos e “danças”.

Aos que já pensaram em ser ator ou atriz na vida, e já passaram pelo menos por um ou dois testes de elenco, em algum momento vão se enxergar no palco.

Pena que já está na reta final e deve sair de cartaz neste mês de dezembro. Mas depois de tudo isso que falei, vale a pena assistir. Eu ainda tive o privilégio de pagar apenas um real para assistir, com a promoção de último domingo do mês, nos teatros da Prefeitura do Rio. A tempo, a peça está em cartaz no teatro Glória.

Segue uma entrevista que li com o diretor e autor João Falcão:
http://extra.globo.com/blogs/eshow/post.asp?t=joao_falcao_homem_por_tras_de_clandestinos_de_um_monte_de_coisa_boa&cod_Post=143295&a=549

1 de dezembro de 2008

8 Coisas...

A pedido da Fabiana, depois de uma longa temporada sem atualizar o rascunho, escrevo o que seria uma lista de oito coisas que gostaria de fazer ou ver (ou ter, ou realizar etc...) antes de morrer. É de certo modo irônico escrever isso justamente depois de escrever um texto sobre “quando crescer...”.

Nascer, crescer e morrer. Seguimos uma linha do tempo em que somos obrigados o tempo todo a optar isso daquilo, andar por um caminho ao invés daquele outro, “desescolher” várias coisas na vida, para ter outras. Mas vamos a lista. Confesso que não é uma tarefa muito fácil.

1- A primeira coisa que devemos fazer antes de morrer, justamente para entender melhor o que é realmente a morte e – o mais importante – saber o que fazer quando chegar lá no outro lado, é ler pelo menos um livro sobre espiritismo. Independente de crença, religião, dogmas, lendas etc., acho importante conhecer um pouco sobre o outro mundo que existe por lá, nem que seja por mera curiosidade.
2- Não tem como não fugir do clichê (acho que todos devem colocar a mesma coisa), mas é fundamental, quase obrigatório na vida, viajar! Acho que se as pessoas fossem menos consumistas, sobraria mais dinheiro para conhecer e desvendar novos horizontes. Conhecer principalmente o Brasil, (Noronha, Foz, Manaus, Fortaleza etc), e países charmosos, com história viva em cada esquina, como Londres, Espanha, França etc.
3- Aprender uma arte, qualquer que seja. Desde criança, somos obrigados a seguir um roteiro pré-determinado que acaba robotizando o ser humano. Escola, curso de inglês, espanhol, francês, informática, kumon, fonoaudiologia, terapia. Acabam se tornando adultas chatas, estressadas e preocupadas com horários, reuniões, metas etc. Não estou sendo radical, afinal, tudo isso faz parte da vida. Porém, se colocarmos uma pitada de arte do dia-a-dia, tudo fica mais saboroso (ou pelo menos mais suportável). Então, vá fazer teatro (nem que seja para perder a timidez), vá aprender a dançar (dança de salão, por exemplo), aprender tocar um instrumento ou a cantar.
4- Pular de asa delta. Ainda não fiz, mas é um sonho que com certeza vou realizar. Quem mora no Rio, isso não é tão difícil.
5- Viver um grande amor.
6- Assistir ao show de três figuras ímpares da MPB: Bethânia, Lulu Santos e Marisa Monte. (Ir) Para entender melhor porque esses caras não precisam aparecer na mídia para serem quem são.
7- Ser uma pessoa honesta, estudar para ser alguém, ajudar o próximo e não perder o bom humor nunca! Fazer a diferença no final. Não precisa ser o ganhador do Prêmio Nobel, mas ter consciência de que fez alguma coisa de útil na vida para humanidade.
8- Construir uma família unida, amorosa e feliz, lembrando que a melhor herança que podemos deixar aos nossos herdeiros é justamente o tripé educação-amor-fé. O resto é conseqüência.

23 de outubro de 2008

Quando crescer...

Quando crescer, não quero ser astronauta, bombeiro, nem jogador de futebol
Quero ter uma profissão que dê dinheiro
O suficiente para não ser um ferrado na vida.
Quando crescer, não quero ser um herói,
Nem um príncipe encantado com um cavalo branco.
Quero ser apenas um homem capaz de fazer feliz a quem me ame,
Quando crescer, não quero ser padre, pai de santo, nem pastor.
Mas também não quero ser descrente da vida, e ter um pouco de fé
Para acreditar em dias melhores.
Quando crescer, não quero acordar, comer e viver para o trabalho.
Mas quero um emprego que me faça feliz.
E que não me desanime só em pensar nele nas noites do Fantástico.
Quando crescer, não quero um palacete como moradia.
Só um apartamento bem confortável, para reunir os amigos no fim de semana.
Quando crescer, quero viver um grande amor,
Não precisa ser com a mais linda do bairro,
Mas aquela que eu enxergue uma verdade em nosso relacionamento
Não quero todos os bens do banco imobiliário,
Mas o suficiente para me permitir uma aposentadoria tranqüila numa casa de campo.
Quando crescer, não quero plástica nem lipoaspiração.
Só peço para não ficar careca, nem barrigudo.
Quando crescer, não quero sonhos, fantasias, utopia...
Só se forem sonhos de valsa e festas à fantasia.
Quando crescer, quero um país menos desigual
Com menos descaso e falta de solidariedade
Mas sei que para isso vai depender um pouco de mim também
Principalmente na hora de saber apertar o botão de CONFIRMA
Quando crescer, espero lembrar de tudo que estou pedindo
Para não ser mais um adulto frustrado e burro...
Como muitos que eu vejo por aí em dia de domingo.

16 de outubro de 2008

Um ano de blog

É com imenso prazer que escrevo este post (atrasado!) para comemorar um ano do Rascunho Passado a Limpo.

Realmente este blog foi um presente que eu quis me proporcionar um ano atrás para extravasar “meus rascunhos mentais em textos passados a limpo”. Desde o início, a idéia foi fugir de qualquer regra, tema, propostas etc. Simplesmente queria um espaço (e acabou sendo público) para expor meus pensamentos e também minha humilde visão de mundo.

Tentei (e ainda tento) entender um pouco dos comportamentos humanos, seus conflitos, suas angústias, suas vaidades, seus sonhos, suas futilidades, suas paixões, enfim, aquilo que nos faz entender porque uma pessoa é diferente da outra, não sendo pior nem melhor. Apenas somos diferentes. Aproveitei (e aproveito) também para deixar minha opinião sobre aquilo que gosto de ler, assistir ou ouvir, seja no teatro, no cinema, na TV, em livro, shows e matérias jornalísticas.

E não é que consegui leitores para minhas besteiras mentais?

Certamente, o meu maior presente foi conhecer amigos virtuais, blogueiros ou não, que compartilharam sempre com suas opiniões, idéias, reflexões e críticas. No início, pensei que somente os amigos iriam prestigiar, mas com o tempo, foi somando-se um público cativo, seleto, pequeno, mas cativo e extremamente carinhoso.

Para citar alguns desses amigos, Railer (Ecleticool), Dani e Camila (Não tá comigo), Fabiana (Esbaforida) e Leila (Paisagens na Janela), que estão sempre presentes. Mas, porém, entretanto, contudo, não posso deixar de citar aqui minhas amigas (também blogueiras) Cris , Julinha e Biessa (que acabaram me influenciando na criação deste blog) e meus amigos Rodrigo, Érica, Fernanda, Rachel, Paolinha, Gabriela que, mesmo não comentando sempre, estão atentos aos meus textos.

Também não posso deixar de agradecer aos anônimos que às vezes me surpreendem com seus comentários filosóficos, reflexivos, questionadores, críticos ou simplesmente gentis.

Confesso – e lamento – que gostaria de escrever mais e, portanto, atualizar sempre o Rascunho, porém até por falta de tempo ou de inspiração mesmo, acabo deixando um pouco de lado o ofício de blogueiro.

Enfim, para não prolongar este singelo post que é mais um agradecimento do que um texto propriamente dito, gostaria de relembrar alguns dos meus melhores (se assim posso definí-los) textos. Uns inclusive foram pouco acessados, justamente porque foram publicados logo no início, quando não havia muito público leitor. Embora, já esteja eu aqui selecionando por minha conta os que seriam “os melhores”, deixo aqui aberto também o espaço para você, leitor, escolher aquele que seria o melhor até agora, segundo a sua opinião! Mais que isso... aproveito também para pedir sugestões de temas ou idéias para futuros textos.

Bem, espero sinceramente que continuem lendo (e quem sabe gostando) daquilo que escrevo. Desejo muitos e muitos anos a este blog, se assim for desejado também por vocês! Então... muito obrigado!

Eu sou bom... bom não, sou o melhor
O taxista
Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?
O que é o amor?
Ser carioca...

26 de setembro de 2008

Amor pretérito

Duas pessoas se conhecem em um belo fim de noite, conversam, trocam olhares, falam um pouco dos seus gostos, suas vidas, seus sonhos. Despedem-se com um forte abraço e prometem se rever no dia seguinte. Então chega o segundo dia, eles se encontram e resolvem passear de mãos dadas na rua, continuam se curtindo, trocando simples carinhos enquanto conversam. Ela diz a ele que voltará para o país dela no dia seguinte. Ele promete levá-la até a estação para se despedir. E neste último dia, apenas no instante de despedida, rolou o primeiro beijo. Ela tomou a iniciativa. Um beijo. Ele está namorando... ela não.


Essa história pode parecer tirada de um romance do início do século passado, quando um namoro era consolidado com apenas um beijo, depois de muito tempo. Mas ela aconteceu recentemente e o cenário do breve romance foi Paris. Ele, um francês, ela... uma brasileira.

Parece estranho para nós, mas não para o resto do mundo. O que para nós, brasileiros, se tornou banal e até considerado careta e antigo, para eles, isso é o normal entre um homem e uma mulher em todo início de namoro. Há romantismo em Paris! E em Londres, em Madri, em Moscou, em Roma...

Infelizmente, nos acostumamos com uma relação mais carnal e esquecemos um pouco da relação sentimental e até mesmo espiritual entre os seres humanos. Vivemos na era do sexo fácil, em que basta chegar em uma noite, trocar meias palavras e depois levar para cama, sem mesmo saber seu nome. Esse é o normal.

Se, aqui no Brasil, um homem se aproximar de uma mulher, conforme a história acima, com certeza a mulher vai achar estranho o comportamento dele, no mínimo. Elas já se acostumaram com o amor fácil. O homem romântico virou um chato, meloso, inconveniente e atrasado.

Mas será que todos pensam assim?

Essa amiga que voltou recentemente de Paris – e que foi protagonista deste breve romance – teve a oportunidade de conversar sobre o assunto com outras pessoas, de diferentes nacionalidades. E ela constatou que essa “libertinagem”, como uns ainda definem, só acontece aqui no nosso país. Segundo ela, não existe “ficar” com as pessoas na noitada, como estamos acostumamos aqui. Os europeus, em geral, são conservadores neste sentido. O ato de beijar na boca para eles já significa um relacionamento sério, namoro mesmo. E até chegar no beijo (lembrando que não é o BEIJO que também estamos acostumados aqui), muito carinho, muita pegada de mãos, muita conversa e mais conversa para começar rolar uma certa intimidade. Eles não são adeptos do “ficar por ficar”, conhecer uma pessoa numa night, trocar amassos e depois cair fora.

Já os latinos americanos vão um pouquinho além disso. Eles podem até “ficar” com uma pessoa, desde que esta se mantenha fiel a esta “ficada”. Nada de sair pegando geral, sem ter compromisso com ninguém. Então, eu lhe pergunto, quem está certo nesta história toda?

Será que somos um país “avançado” nesse aspecto, ou ao contrário, mostramos o quanto “selvagens” somos, nos preocupando apenas em satisfazer os nossos “instintos carnais”, comum a todos animais?

Não estou levantando a bandeira de “sejamos puritanos e deixemos de lado o sexo”. Não é isso! Até porque, a idéia de que “entre quatro paredes vale tudo” ainda é válida, desde que seja praticada com alguém realmente especial. Ou estou sendo retrógrado?

25 de setembro de 2008

Filme para Oscar ver?


Começa hoje o Festival de Cinema do Rio 2008. Certamente é um dos eventos mais aguardados pelos amantes da sétima arte. E entre os filmes mais esperados, e também podemos dizer polêmicos, é Última Parada – 174, de Bruno Barreto. Digo polêmico porque não só eu, mas como muitas pessoas, antes mesmo de assistir ao filme, já tem uma concepção sobre este estilo de filme, que cineasta brasileiro adora fazer para gringo ver. Nessa linha, temos Cidade de Deus, Carandiru, Tropa de Elite, e de uma certa forma os recentes Era uma vez e Linha de Passe, sempre trabalhando com o viés da violência urbana.

A polêmica aumentou depois que Última Parada foi indicada por uma comissão especializada para concorrer ao Oscar do ano que vem. Ele concorreu com filmes como Meu nome não é Johnny (Mauro Lima) e O passado (de Hector Babenco), só para citar alguns.

Então, ontem, assisti a uma entrevista no canal TV Brasil, no programa 3 a 1, com a participação do ator Caio Blat e do crítico Mario Abbade (Almanaque Virtual), com o cineasta e diretor do Última Parada – 174, Bruno Barreto. E o que ele falou sobre o filme, sobre o cinema nacional e sua profissão, vale a pena repassar aqui, de forma resumidíssima, é claro.

Barreto já começa a ressaltar que seu filme, diferente de outros, dos quais já citei alguns acima, não tem como foco a violência urbana em si, porém as conseqüências dela na sociedade.

Quando questionado, por que resolveu fazer um filme em que a temática já é bem conhecida pelos brasileiros, por ter sido um episódio “massacradamente” espetacularizado não só na tv mas no cinema, com o documentário feito por José Padilha em 2002; Barreto respondeu: “porque eu fiquei com muitas perguntas depois que assisti ao doc do Padilha e precisava investigar quem eram aqueles personagens, passando para ficção. Quando vi a cena do enterro de Sandro (o “seqüestrador” do ônibus) com a mãe de criação dele carregando uma rosa na mão e uma expressão de ‘uma mãe que enterra um filme’, eu queria saber quem era essa mãe, qual a história dela, como foi sua relação com Sandro”.

A partir desse viés, segundo Barreto, ele buscou contar a história “De uma mãe a procura do filho, e de um filho a procura da mãe”, porque tanto a mãe de criação de Sandro tinha perdido um filho (chamado Alessandro), como o próprio Sandro já teria perdido sua mãe biológica. Além disso, ele também procurou traçar a trajetória deste menino que acabou se tornando o inimigo número um do país. “Todos que conhecem meu trabalho sabem que minha linha é investigar o comportamento humano. Ninguém é bonzinho 100%, assim como ninguém é mauzinho 100%”, ressalta o cineasta.

Em outra comparação interessante, Barreto afirma que, ao contrário dos filmes de 1960 e 70, os atuais têm um olhar mais humanístico e não ideológico. “A miséria (vista, por exemplo, em Cinco vezes favela de 1962) era lírica, em que o pobre era um santo, um objeto e não o sujeito. Hoje não, eles são sujeitos da ação, despidos de preconceito”, interpreta Barreto.

O crítico Mario Abbade apontou, no entanto, uns takes do filme em que Barreto prefere filmar de cima, com um olhar geral, em que Sandro aparece como mais um na multidão. Segundo Barreto, a idéia foi passar uma imagem de que Sandro, comparado a um rato, é mais um numa cidade que o ignora diariamente, preocupada com os negócios, as compras, os prazeres, os lazeres e afins da sociedade. “Eu acredito na redenção da raça humana. E meu filme trata também de encontros e desencontros, em que é possível sim a redenção, de resgatar, de reparar e compensar. Espero que as pessoas saiam do filme carregando algo novo, que os faça enxergarem a vida um pouco melhor” diz o cineasta.

Por último, Barreto foi questionado se um filme para concorrer ao Oscar deve ser o melhor, entre os concorrentes, ou o que apresenta mais chance de ganhar, levando em consideração o estilo da academia, a temática social etc. “Acho que o meu filme foi escolhido por ser um bom filme, e não porque teria mais chance de ganhar. Ele foi julgado pelo que é e não por sucesso de público”. Será? Vamos conferir...

23 de setembro de 2008

Quando blog se torna um vício

Tudo em excesso é preocupante. Esse clichê faz necessário quando pensamos naquelas pessoas que abrem mão da sua vida real para viver quase exclusivamente a vida virtual.
Saiu uma matéria sobre a compulsão de algumas pessoas, entre elas celebridades, em atualizar sempre seus blogs, mesmo em momentos especiais, como lua-de-mel.

O tema levanta a questão de: “até quando é saudável manter-se ligado ao mundo da Internet?”. Cada vez mais jovens, adultos e até mesmo crianças permanecem maior parte de sua vida diante de um computador, principalmente on-line. Alguns deixam de lado sua vida social, preferindo ficar horas e horas postando em salas de bate papo, Orkut , blogs, msn e afins. Ainda há os que trocam uma boa noite de sono para madrugar escrevendo, escrevendo, escrevendo...

Particularmente, tento me policiar quando percebo minha resistência em sair diante do PC, mas confesso que nunca troquei por uma boa saída.
Já existem alguns estudos sérios que relatam o perigo que as novas tecnologias podem proporcionar a essa geração. É mais fácil mandar um e-mail, deixar um recado no Orkut que ligar para pessoa, ou pior, estar com a pessoa. É mais fácil entrar em uma sala de bate papo para conhecer pessoas virtuais, que criar oportunidade para sair e conhecer gente. Nas corporações, virou praxe colegas de estação de trabalho se comunicarem por mensagens instantâneas, quando o msn é proibido, ao invés de apenas se olharem ao vivo.

Não estou sendo apocalíptico a ponto de crucificar tais ferramentas, mas como disse lá em cima, tudo em excesso é preocupante. Especialistas apontam isso como vício, compulsão mesmo, algo que deve ser tratado psicologicamente.

Aos amigos blogueiros, deixo aqui meu alerta! Vamos escrever sim, mas não tomemos isso como algo essencial para nossa sobrevivência! Sempre pensemos em primeiro plano nossa vida real!
Para quem interessar, leia a matéria e se quiser testar seu nível de sua dependência tecnológica, faça o teste disponível no final da matéria!

22 de setembro de 2008

Gota d´água - o musical

Semana passada assisti ao musical Gota d´água, que ainda está em cartaz na sua segunda temporada (até dia 5 de outubro!) no Centro Cultural Veneza, em Botafogo.

Para quem não conhece, este é um musical de 1975, escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes, que fez o maior sucesso na época com a atriz Bibi Ferreira no papel de Joana, a mulher abandonada por Jasão. Inspirado na tragédia clássica de Medéia, o musical tem como pano de fundo um conjunto habitacional popular, em que os moradores contam a história trágica da relação entre Jasão, um compositor que começa fazer sucesso, Joana, a mulher abandonada por este e Alma, a filha do dono do condomínio, Creonte.

Nesta nova montagem, Izabella Bicalho assume Joana, em uma interpretação impecável e convincente. Outra característica impressionante desta peça é que todo o texto está em forma de poema, com mais de quatro mil versos.

Eu sou suspeito em falar de Chico Buarque, mas a peça é incrível não só pela musicalidade, com letras emocionantes, como também pelo enredo atemporal. Tirando Izabella, que é um show à parte, todo elenco está numa sintonia única.

Nesta montagem, o que prevalece é realmente a interpretação e a musicalidade de cada personagem. Talvez, seja por isso que o figurino e o cenário não tenham tido a mesma atenção e o cuidado. Em outras palavras... são pobres mesmo.

Mas como já disse, o que vale é a maneira como é conduzida a história. Vale ressaltar que o público curte mais ainda por já conhecer alguns clássicos de Chico, como próprio “Gota d´água” e “Partido Alto”, entre outros.

18 de setembro de 2008

Atriz, modelo e... recepcionista nas horas vagas

O mundo dos negócios é uma caixinha de surpresa. Nele, encontra-se de tudo para chamar atenção dos potenciais clientes.

Esta semana, visitei o mais importante evento da indústria petrolífera da América Latina, o Rio Oil & Gas, no Riocentro, no Rio, e fiquei surpreso com o que vi. Como se trata de uma feira voltada para um público muito específico, portanto, altamente selecionado e muitos de “alto valor agregado”, é de se admirar a presença de donzelas popozudamente vestidas e estampadas em alguns estandes.

Destaco pelo menos dois interessantes, mas já confesso que não irei me lembrar de todas empresas responsáveis pelo deleite visual. Em um estande, em formato de boteco da Lapa, duas belas moças devidamente siliconadas, com seus tops pratas carnavalescos, suas micro-mini-nano-saias à la seleção brasileira de... (bem, deixa pra lá), entregavam brindes aos transeuntes. Nem precisa dizer que se tratavam de duas loirísssssssssimas oxigenadas, com suas longas deixas esvoaçantes que, contrariando o visual, esbanjavam seriedade e competência naquilo para qual foram contratadas: entreter os visitantes. Lá uma certa hora, neste estande do Grupo Feital – especializado em aço oxidante – apresentava um breve show de samba para o delírio dos espectadores de plantão, que com certeza estavam interessadíssimos com o produto exposto durante o show. Não, não se trata do aço oxidante...

Andando mais um pouco, deparo-me com outro tão interessante quanto o primeiro. Logo de início, o visitante pode encarar um enorme painel de uma bela e suntuosa bunda escancarada entre ferros – mercadoria vendida pela empresa responsável pelo estande – acompanhada de um belo par de coxas de uma modelo, tipo menina de família. A comissão de frente do estande não podia ser de mais alto nível. A seleção de loiras, mais uma vez siliconadas, foi impecável. Todas pareciam ter saído da capa da Playboy (se já não saíram de fato), com seus comportados vestidos curtos, com direito a meia-calça sexy até o joelho, mostrando todo talento de uma típica coelhinha. O vidro fumê da porta impedia os mais curiosos desvendarem o que realmente se passava dentro do estande...

Sinceramente, fico imaginando o gerente de comunicação, ou qualquer profissional responsável pela produção de eventos externos à empresa, como no caso a participação deste tipo de feira, no momento de aprovar o projeto e, principalmente, liberar a verba para a contratação da força de trabalho para tais eventos.

“Então, Dr. Coelho, selecionamos algumas recepcionistas para atender nossos potenciais clientes durante a feira, e temos aqui o valor do cachê dessas profissionais de respeito. O senhor pode liberar esta verba?”

Aos mais experientes do ramo, diz-se que já virou praxe este tipo de serviço contratado, para felicidade dos homens de negócio e para infelicidade das esposas de negócio.

9 de setembro de 2008

Um dia pra vadiar...

“Um dia pra vadiar, botar a barba de molho, vendo você passear, bem pertinho do meu olho”!


Há dias que temos vontade de chutar o balde, mandar todo mundo passear (pra não dizer outra coisa) e sair por aí “curtindo a vida adoidado”. Lendo o post da Camila (Não tá comigo!), sobre esse tema, me inspirei para escrever aqui também.

Como é engraçado esse comportamento do ser humano, diante do estresse e da confusão do dia-a-dia. Realmente, há dias que não suportamos a vida que levamos, queremos largar tudo e curtir, pelo menos um dia, uma vida de vagabundo, fazer o que der na telha, sem hora para voltar, sem ninguém te cobrar...

Pois bem, enquanto milhares de pessoas neste momento estão pensando assim, eu, do outro lado do planeta (rs), estou com uma outra visão de mundo. Isso porque neste momento estou sem trabalhar temporariamente, mas prestes a voltar a qualquer momento. Ou seja, isso não quer dizer que estou de férias, porque não posso sair por aí viajando, gastando dinheiro e por aí vai. Por outro lado, não estou vivendo nesse estresse cotidiano de trabalho-curso-academia-badalação-compromissos etc. etc. etc.

É claro que aproveitei esses dias forçados de folga. Nunca estive tão moreno em pleno inverno carioca. Fiz até um álbum de fotografias com o título “Carioca In Rio”, porque me senti praticamente um turista em minha própria cidade. Conheci lugares fantásticos e curti mais o meu lugar. Mas infelizmente não pude contar com muitos amigos para “vadiar” comigo. Tirando dois ou três que também estão na mesma situação que eu, a maioria tem sua vida normal de trabalhador...

Na semana passada, eu tive uma reunião e nesta foi confirmada a minha tão esperada volta ao trabalho. Então, como sabia que seria minha última semana de folga, resolvi curtir um “forrozim” em plena quinta-feira. O detalhe disso tudo é que, mais uma vez, tive que ir com apenas minha companhia...

E digo que foi uma experiência fantástica! Ao contrário do que imaginava, consegui aproveitar cada momento da noite. Conheci pessoas novas, super interessantes, fiz amizades, trocamos contatos (e praticamente arranjei uma estagiária nova só para mim!!! Pena que ela ainda está no primeiro período da faculdade). Confesso que parte da minha animação ficou por conta das garrafas de cerveja (o que mais uma vez me surpreendeu, porque não gosto de cerveja!). Mas tudo isso valeu a pena...

Realmente precisamos tirar um dia para vadiar, e não necessariamente acompanhados dos amigos já velhos de guerra! Conhecer gente nova e se aventurar sozinho também faz parte, nem que seja por um dia...

2 de setembro de 2008

Linha de Passe – o Filme


Quatro irmãos e uma matriarca. Cinco vidas, cinco histórias dentro de um filme. Estou falando do novo filme de Walter Salles e Daniella Thomas. O primeiro, muitos já conhecem por Central do Brasil e Diários de Motocicleta, já a segunda, pouco conhecida, é cineasta e cenógrafa, filha de Ziraldo e que um dia já foi casada com nada mais nada menos que Geraldo Thomas (até ela admite que seu casamento durou mais que deveria).

Para quem conhece um pouco o estilo de Walter, apresentado nesses filmes citados acima, sabe que seus filmes têm uma narrativa própria, com seqüencias longas, às vezes tensas, mas sempre buscando o verdadeiro. São personagens verdadeiros, sem clichê, sem ser caricatural, ali é realidade. Por um lado, isso isso bom, por outro não.

O lado bom, é que esse filme, como Central do Brasil, mostra a realidade de uma nação ainda muito pobre, em que a oportunidade demora chegar, quando chega. São pessoas comuns, em que nada muito extraordinário acontece... como no filme mesmo... nada demais acontece, o que pode irritar alguns espectadores (ou expectador mesmo, no sentido de permanecer na expectaviva!). Porém, é uma bela história de uma mãe batalhadora que tenta cuidar e educar seus quatro filhos, de pais diferentes, com idades e personalidades muito diferentes.

O lado ruim é que mais uma vez é vendida uma imagem de um país pobre, em que a violência impera, o medo, a falta de oportunidade e tudo que nós, brasileiros, estamos cansados de conhecer, mas que os estrangeiros ainda adoram. Não é à toa que filmes como este ganham prêmios em festivais internacionais, no caso o prêmio em Cannes 2008.

Para quem aguarda um filme de ação, com mortes e feridos, esquece de assistir. Mas se você espera um filme que retrata a vida de uma família de classe baixa, mostrando sua realidade, seu dia-dia, suas dificuldades, seus sonhos, seus pesadelos, suas relações, sua visão de mundo, então, você vai encontrar um belo filme. É realmente um retrato da vida, em que captura-se um momento da vida desses cinco personagens. O que significa que o espectador não irá encontrar um grand finale. Até porque as nossas histórias reais também são assim... elas passam e o clichê se faz: “e a vida continua”.

Então, você conhecerá um Dênis (João Baldasserini), o filho mais velho, motoboy, que se esforça para manter um filho, fruto de um dos seus vários relacionamentos, Dinho (José Geraldo Rodrigues) que busca seu refúgio na religião, Dario (Vinícius de Oliveira, o mesmo de Central do Brasil), que insiste em se tornar jogador de futebol, mesmo com seus 18 anos e o caçula, Reginaldo, o único negro entre os filhos, que tenta encontrar seu pai.

Ontem, tive a oportunidade de assistir à pré-estréia, em que os diretores e o elenco estavam presentes. É uma experiência única, estar diante daqueles que brilharam na tela. E se eu pudesse dar o prêmio de melhor ator para esse elenco, iria contra os jurados de Cannes, que premiaram a matriarca da história, atriz Sandra Corveloni. Quem realmente rouba a cena de todo filme é o filho caçula da família, o pequeno ator Kaique de Jesus Santos, que tem uma naturalidade incrível na interpretação, pouco comum entre os atores mirins.

30 de agosto de 2008

Os desafinados...


Entre os filmes brasileiros mais aguardados nesta temporada, Os Desafinados finalmente entra em cartaz e decepciona um pouco seu público. É um filme digamos... bacaninha, mas não supera as expectativas. Isso porque a história é um pouco perdida. Você pergunta: qual é a história afinal de Os Desafinados? As opções: trata-se de um resgate da história dos quatro rapazes que acreditaram no sucesso da banda ao conseguir a oportunidade de tocarem em Nova York, quando a então recém criada Bossa Nova fazia estilo nas vozes de João Gilberto, Nara Leão, Tom, Vinícius e por aí vai? Ou se trata da história do triângulo amoroso formado pelos personagens interpretados por Rodrigo Santoro, Alessandra Negrini e Cláudia Abreu? Ou mesmo a história da própria Bossa Nova, contada e – principalmente – tocada durante todo o filme, o que nos leva a crer que o grande protagonista do filme seja ela mesma.

Bem, com isso, você mergulha no universo da trilha sonora e esquece um pouco o que o filme vem propor ao público. Nessa miscelânia de assuntos, arranjaram um espaço para falar das ditaduras, tanto no país vizinho, a Argentina, quanto aqui, no Brasil. Trataram também de cinema brasileiro à la Cinema Novo, que também teve seu cenário na década de 60, ou seja, misturaram tudo e mais um pouco para dar um recheio melhor ao prato principal.

O elenco com certeza foi o grande facilitador da publicidade do filme, desde muito tempo anunciado aos quatro ventos. Afinal, não é sempre que você consegue reunir em um mesmo longa nomes como Cláudia Abreu, Selton Mello, Rodrigo Santoro, sendo estes últimos os nomes mais cotados do cinema nacional atualmente. Entretanto, porém, todavia, contudo... as interpretações não são as melhores desses três... acho que ficamos mau acostumados com um Santoro de “Bicho de Sete Cabeças” ou “Carandiru” e um Selton Mello de “Meu nome não é Johnny”, só para citar alguns.

Posso afirmar que o ponto alto do filme é o início dele, quando os jovens músicos resolvem bancar sua viagem para os Estados Unidos e tentarem assim uma oportunidade por lá. Os quatro mostram talento musical, principalmente. Mas depois o filme meio que se perde, se torna morno, longo e arrastado. Joaquim, o músico interpretado por Santoro, fica numa indecisão chata entre as duas mulheres de sua vida.

Outro ponto negativo, e particularmente tosco, é a dublagem desnecessária do Selton Mello em seu personagem envelhecido, Dico, interpretado pelo ator Arthur Kohl. Enquanto todos os outros atores, que interpretam os músicos mais velhos, aparecem com sua voz, só a do Dico continua com a mesma voz.

E, por último, bem... para não estragar a surpresa, vou apenas descrever o que uma amiga, que assistiu ontem comigo à estréia, disse sobre o final do filme: “Sabe aquele filme de cachorro, tipo k-9, em que no final os filhotinhos aparecem para ‘tomar’ o lugar do pai? É a mesma coisa esse filme”. Então, vá assistir ao filme para entender essa metáfora.

21 de agosto de 2008

Homens polígamos vivem mais que monógamos...

Esta afirmação é de um estudo britânico publicado em uma matéria na BBC Brasil. Uma das explicações é que os homens casados com várias mulheres (de diferentes idades) acabam se cuidando mais porque, afinal, têm que dar conta de todas, principalmente das mais novas!

Interessante este estudo. Em países onde a poligamia é permitida, a expectativa de vida dos homens acima de 60 anos aumenta em 12% em relação aos homens de países monogâmicos.

Pois bem, depois de receber por e-mail essa matéria, o assunto gerou uma filosofia de botequim entre algumas amigas do estilo: “cafajestes vivem mais que bonzinhos e nós somos culpadas disso”. Afinal, elas sempre acabam escolhendo os cafas e estes vivem mais porque gostam de todas (e pegam todas!).

Os bonzinhos (tradução para fiéis), por serem assim, morrem mais cedo. Que trágico, não?
Fantasia ou não, pensar que os polígamos vivem mais não tem nada a ver com a questão de ter uma ou várias mulheres mas sim porque têm uma vida sexual ativa na terceira idade. Está relacionado à qualidade de vida, nem que isso signifique – aí sim – ter mulheres fogosas, insaciadas por sexo, o que é mais comum entre mulheres... jovens!

Daí, o que se pode deduzir é que realmente o homem só pensa naquilo! Até na terceira, quarta idade. Enquanto a mulher...

Bem, no mesmo estudo, a longevidade feminina apresenta outra explicação. Segundo a pesquisa, o estímulo é outro e recebe o nome de “efeito avó”. Ou seja, com a chegada da menopausa (aquela que causa longas pausas entre uma relação e outra!), a mulher fica mais preocupada em cuidar dos menininhos... não, não é isso que você está pensando! Elas preferem cuidar de seus netinhos!

Pronto! Está explicado! Enquanto o homem com seus 70 e lá vai fumaça toma seus estimulantes e corre atrás das menininhas para saciar a sede, a mulher idosa se ocupa de limpar bundinha de bebê, cuidar da papinha, de levar o neto para creche, de tomar conta do baby enquanto a filha vai para farra com o marido e por aí vai...

Só me responde uma coisa: quem é o machista aqui? O homem ou a mulher?

14 de agosto de 2008

Nome próprio - o filme


Assisti hoje ao filme Nome Próprio, de Murilo Salles, com interpretação impecável de Leandra Leal. Bem, tenho meus prós e contra em relação a esse filme.

A proposta de narrativa desconstrutiva, uma linguagem mais lenta, planos-seqüência longos e às vezes superficiais, ou seja, tudo isso mostra que se trata de um filme “diferente”. Mas mesmo este “diferente” não foge muitas vezes ao clichê, ao senso comum e, por que não, ao brega?

Cenas desnecessárias, algumas falas forçadas (ou seriam interpretações ruins?) e um longo filme que se repete de tempos em tempos. O filme nem é tão longo assim (1h54 minutos), porém, em vários momentos observei um fim.

Como dito anteriormente, a interpretação de Leandra Leal é o grande ganho do filme. Ela interpreta Camila, uma jovem um tanto perdida na vida, que depois do término trágico de um longo relacionamento, não consegue sair de um caos em que se transformou sua vida... chata.

Ela tem um blog. Este deveria ser o ponto forte do filme. Mas não é. Desde o início, o espectador percebe que este blog é a vida da protagonista, que não tem pudor em expor sua própria vida (seus relacionamentos, traições, sentimentos etc) nele. De forma superficial, dá pra perceber também que ela tem um público leitor cativo... maioria adolescente. Mas entender que tanto sucesso ela faz, o filme não explica. Que textos são esses? Que pensamentos são esses? Como disse, tudo superficial.

O que o filme mostra – e muito bem mostrado – é a vida amorosa e conturbada da protagonista, que se envolve com inúmeros homens e inclusive com uma “amiga”. Bem, sobre esses relacionamentos, não faltam cenas picantes e algumas chegam ser engraçadas, como a do fedelho que resolve “patrocinar” a vida de Camila, em troca de “desejos sexuais” resolvidos em uma punheta (desculpe o termo chulo) e também do jovem de interior de São Paulo que tenta “dominar” a situação de transa de forma decadente e patética.

A história conta, portanto, essa vida perdida de Camila, entre bebidas (muitas bebidas), bolas (remédios), alucinações, sexo e só. Uma frase dela “preciso arrumar o caos que é a minha vida. O problema que eu vejo ordem em caos”. Isso resume bem o filme. O filme é um caos ordenado do início ao fim.

Para falar a verdade, eu não sei se gostei deste filme. Algumas coisas me agradaram, confesso. Uma delas, como já disse e repeti, é a vida que Leandra Leal dá a sua personagem. Dá para entender ali que não se trata de uma puta, mas sim de uma perdida. E como isso existe na vida real. Mulheres que não conseguem viver normalmente... vivem intensamente, indo até seu limite. É claro que isso tem um preço e, geralmente, esse preço é o fundo do poço.

Não. Camila não morre no final. Aliás, não acontece nada demais com ela. Ela não é internada, não acaba no manicômio, não conhece seu príncipe encantado, não muda nem de casa. Ou seja, o filme acaba e nem o livro que ela pretendia escrever (desde o início do filme, diga-se de passagem!) é sequer finalizado...

Não existe começo, meio e fim. Às vezes, esses filmes pretendem mostrar alguma coisa, não sei o que exatamente, mas querem mostrar alguma coisa. Ainda estou querendo saber a verdadeira proposta de Nome próprio.
Bem, como a idéia inicial tem a ver com blog, nada mais justo existir um blog sobre o filme. Então, para quem quiser acessar:http://nomepropriofilme.blogspot.com/


Acho que de tudo, o blog ainda é o melhor da história.

31 de julho de 2008

Monopegação, você sofre disso?

Escrever sobre besteiras é bom e acaba nos fazendo rir... às vezes escrevo futilidades com o único intuito de me divertir...

Em mais uma terapia de botequim, uma conversa muito animada com duas amigas de longa data veio esclarecer um problema que aflige muitas pessoas. A patologia se chama monopegação. Grave bem este nome e saiba se você também sofre deste mal.

Segundo a psicóloga, terapeuta e bem resolvida D. Miguez – minha amiga –, um dos sintomas da monopegação é a ansiedade. Pois muito bem. Para a especialista no assunto, se você se interessa por uma pessoa e consegue ter um affaire com esta (vale lembrar que a palavra affaire significa “negócio” em francês e, ironicamente, um relacionamento amoroso não deixa de ser uma espécie de negócio), mesmo que seja por pouquíssimo tempo – uma ficada, duas, mas não mais que três – e depois toma uma atitude incisiva, colocando-o (a) contra a parede: pronto! Você já está sofrendo desta patologia!

Geralmente, as pessoas não conseguem se desvincular de seus mais profundos sentimentos por quem se apaixonou e se acham no direito de cobrar – rapidamente – um posicionamento diante do acontecido! Em outras palavras: quer compromisso sério e ponto final! É aí que a ansiedade mostra sua cara! A pessoa passa então a perseguir com telefonemas e torpedos, e-mails, orkut, msn e toda a tecnologia disponível no mundo virtual. Além disso, você convida para sair, jantar, jogar, dançar, assistir um filme, sempre insistindo um programa para todos os dias da semana (afinal, tem que marcar presença!).

Até você escutar um... “quando EU quiser sair contigo, deixa que eu te chamo, ok?”. A casa cai e você se abala profundamente! No fundo, você conseguiu o que não queria e acabou afastanto. Claro! Você assustou tanto a criatura, cobrando namoro, casamento, filhos, família, cachorro, apartamento que no final não há ser humano que agüente tanta pressão!

Sintoma número dois: a carência múltipla. Você não acredita mais no amor, acha que ninguém lhe ama, ninguém lhe quer. Não entende por que a pessoa se afastou assim... tão rapidamente! “Ela parecia gostar tanto de mim...”

Pois é, meu amigo, o seu problema foi não saber controlar seu impulso! A monopegação lhe faz sofrer, porque ser fiel é mais forte que você! Ninguém tem mais graça que ela, ninguém chama mais atenção do que ela. Mesmo quando você tenta conhecer outra pessoa, parece que não rola a mesma química que rolou com ela...

E agora, José? Acabou?

Bem, segundo a especialista D. Miguez, você pode dar uma reviravolta na situação. Como? Mostrando que você não precisa desta pessoa para ser feliz! Você é bem resolvido (a) e pronto! “E como faço para ele (ou ela) tomar ciência disso?”! A partir de agora, caro leitor, não me responsabilizo pelo que irei escrever. São idéias alheias! E no final, você vai dizer: “isso é coisa de adolescente!”, mas que segundo elas, acaba funcionando!

Sempre entre no msn com frases de efeito, do tipo: “hj a noite promete!”, “ontem foi perfeito”, “obrigado por tudo, vcs são demais!”. Parece que não, mas fica sempre uma pulga atrás da orelha da outra parte pensando “o que é que ela tem feito e com quem anda saindo?”, “nossa, ela parece que se recuperou tão rápido, está tão bem! Saindo até dia de semana...”.

Outra dica (essa é pior!): vá nas noitadas mais badaladas da cidade! Chame todos os amigos solteiros, de preferência bonitos (bonitas), e chame também todos os fotógrafos dos sites de festas! Tire várias fotos e depois coloque no seu álbum do orkut! (ahahhaha! Isso é péssimo!). Vale tudo para se tornar “bem resolvido (a)”!

Há casos que a outra pessoa não resiste... e acaba lhe procurando. Ou seja, tudo que você queria, e melhor, agora você é quem domina a situação!

D. Miguez, muito obrigado pela tarde hilária que passamos! Como prometido (Pris e D.), aqui está o texto explicativo sobre a patologia que agora já tem nome próprio: monopegação!

Diante de tanta coisa absurda, não tem como achar graça disso!

28 de julho de 2008

O que você faria se pudesse ler os pensamentos alheios?


Ler os pensamentos dos outros talvez seja um dom almejado por muitos, quase todos. Você descobriria os verdadeiros amigos assim como os falsos, os hipócritas, os mentirosos, os que ocultam seus mais íntimos sentimentos por você.

Se for homem, você pode descobrir se aquela pessoa amada gosta de você, antes de levar um toco. Se for mulher, ler o pensamento do homem amado pode abrir uma esperança ou não.

Saber o que os outros pensam da gente é uma curiosidade desejada porém perigosa. O velho ditado “o que os olhos não vêem, o coração não sente” seria o mais apropriado para essa situação. Às vezes, é melhor não conhecer a verdade, para não magoar o próximo e, principalmente, não se magoar.

Afinal, ninguém é legal 100% na vida. Mesmo para seu melhor amigo, até para sua mãe, uma hora você se torna insuportável. Você gostaria de “escutar” isso? “Ai, mas o fulano é muito chato, lá vem ele falar comigo”. Na mesma hora você mudaria de atitude com este, esse, aquele, e aquele outro... no final, quase todos os que lhe rodeiam não prestariam. Não é verdade. Os mais próximos, se forem de fato íntimos, vão falar isso na sua cara, se for necessário. E você, no final, vai acabar reconhecendo.

Há os que tirariam proveito da situação para roubar as idéias brilhantes alheias! O famoso “puxar o tapete” seria mais fácil, pois a pessoa nunca iria saber que você teve acesso aos pensamentos dela, e trataria como uma coincidência maldita. Com certeza a ética neste caso passaria longe...

Outros talvez pudessem usufruir da melhor maneira esse dom, ajudando as pessoas necessitadas. Quantas pessoas sofrem intimamente e nós, pobres mortais, não identificamos? São os chamados infortúnios ocultos. Muitas pessoas sofrem de depressão ou escondem seus sofrimentos para não demonstrar fraqueza e acabam cometendo loucuras, que poderiam ser evitadas se um ombro amigo, um conselho, uma conversa fraternal, enfim, uma caridade pudesse ser feita.

Aos que acreditam – como eu – na espiritualidade, dizem que os espíritos já evoluídos se comunicam só em pensamentos. Por isso a força dos nossos pensamentos é muito importante! Assim como somos responsáveis pelos nossos atos, também somos responsáveis por aquilo que pensamos. Um pensamento maldoso pode gerar no futuro uma maldade. O mesmo vale ao contrário. Por isso, muitos acreditam que ser otimista na vida vale a pena! Você pensa no melhor, para si e para os outros, e acaba atraindo bons fluidos!

Às vezes, não precisamos ler o pensamento alheio para reconhecer se uma pessoa é “má” ou “boa”. Está na cara dela! No semblante, no olhar, nas atitudes... mesmo que demore um pouco para a máscara cair (em muitos casos), a intuição de como pensa aquela pessoa está dentro de nós.
Mas por curiosidade, aqui, cá entre nós, o que você faria se pudesse ler o pensamento alheio? Quem seria a primeira pessoa de quem você escutaria os pensamentos?

21 de julho de 2008

Bizarro é pouco!

Depois do grande sucesso do personal amigo Toni Sá, que já apareceu recentemente no Programa do Jô Soares, agora apresento mais dois sites bizarros que merecem ser conhecidos!

É incrível como a internet se tornou o veículo mais democrático para divulgar qualquer tipo de serviço! Eu disse QUALQUER serviço! Alguns são tão excêntricos que merecem atenção, pelo menos para garantir alguns segundos de riso solto!

Pois bem, o primeiro que lhe apresento é o sensacional site Zaldirene – Noivas, Estética e Lingerie . Com o convite: “Venha revelar sua sensualidade”, o nome já denuncia a breguice peculiar dos serviços ofeceridos. Já na home, não dá para entender se a idéia é transformar uma garota de programa (com rosto escondido para não revelar a identidade) em uma noiva pudica e singela.

Vale tudo: modelos sensualíssimos de lingerie e fantasias eróticas (que caem perfeito nas modelos especialmente selecionadas para ensaio fotográfico), Dia da Noiva, com direito a “Douração de Pêlos, Banho de Chocolate, Carro a caráter (?) e duas diárias para sua Lua-de-mel em Pernambuco (imagino o tipo de hotel!)”.

Mas não é só isso! Depois de escolher sua lingerie ou passar pelo tratamento de beleza, você ainda pode dar uma espiadinha na loja de artigos para cozinha, com panelas, talheres, objetos de decoração e muito mais! Zaldirene pensa em tudo, por você – mulher moderna!!

O segundo site pode espantar alguns religiosos, mas o intuito aqui é apenas mostrar a praticidade de um serviço que já está disponível no seu computador!

“Já pensou em fazer trabalho pra alguém? Tem preguiça de ir a um terreiro? Gosta de serviços ao estilo delivery, tudo feito de casa mesmo? Seja qual for o motivo, se você deseja fazer um trabalho para alguém, este é o local. Aqui você pode encomendar diversos trabalhos e despachos que acompanham a tecnologia. Faça sua macumba sem sair de casa, seja pra você mesmo ou para o seu vizinho, sua sogra, seu gato, seu professor, em busca de dinheiro, amarração, trazer a pessoa amada, tudo o que você conseguiria num terreiro, na tela do seu computador. O melhor de tudo: É GRÁTIS. Tenha comodidade: não faça o trabalho, deixe que o façam por você!"

É isso mesmo, você não leu errado! Macumba Online já contabiliza 7.923 macumbas realizadas e disponibiliza vários tipos de trabalho: conseguir casar, passar no vestibular, ganhar na loteria, trazer esperteza, inteligência, dar caganeira, deixar vesgo, fazer cair cabelo, dentes, e claro, trazer a pessoa amada! “Você pode fazer o cadastro na página principal para acompanhar o nível de suas e-macumbas. e-Saravá!”!

17 de julho de 2008

Conceito A


É com grande prazer que anuncio aqui o lançamento de uma revista que vai ditar o estilo de vida do carioca a partir de agora! Para quem gosta de arquitetura, decoração, design, mas acima de tudo cultura, arte, bons lugares e tudo que a cidade pode oferecer com muito bom gosto – e o legítimo carioca usufruir –, chega às bancas a Revista Conceito A.

Essa revista foi criada por um amigo, colega de faculdade, Thiago Araújo, ao lado da também jornalista Kathia Pompeu, para “suprir” a demanda de um segmento – arquitetura&design etc. – pouco (ou nada) explorado nas publicações cariocas. Portanto, Conceito A é a tradução perfeita do que acontece nas ruas, residências, ateliês, galerias, lojas... da cidade, buscando sempre enaltecer aquilo que o Rio tem de melhor: sua identidade visual exuberante!

Bem, nesta primeira edição, eu tive uma participação para lá de especial, já que a matéria de capa leva a minha assinatura! A matéria fala sobre “Novo jeito de morar do carioca”, com as tendências e novidades tanto dos lançamentos imobiliários quanto dos projetos de interior das moradias dos refinados.
A equipe se completa com Cláudio Eduardo Vieira (Diretor de Arte), Marco Antônio Rezende (Editor de fotografia), Bruno Coelho (Financeiro), Leandro Braz (Diretor Comercial). Além dos colaboradores, Maritza Leardini, Alexei Waichenberg, Lígia Mas, Victor Miguel, Zulmira Basílio (outra grande amiga!), eu (Mário Cesar Filho) e Gustavo Pereira (Gerente de Contas). Vida longa a Conceito A!

Não falta motivo para conhecer esta nova publicação, que já se encontra em algumas bancas da cidade.

Alguns desses lugares são:

Copacabana - Banca da Rua Duvivier com N.S. Copacabana
Ipanema - Letras e Expressões e Banca da Garcia D´Ávila em frente ao Nik
Leblon - Letras Expressões e Banca na Ataulfo de Paiva em frente ao salão Werner

Espero que gostem!

1 de julho de 2008

Quando a vida imita a arte

Uma história linda e triste, que não foi retirada de um romance, nem de um filme, muito menos de uma novela das sete. Foi retirada da “vida como ela é”. Um pai, desesperado, continua procurando seu filho, perdido há 49 dias na mata fechada. Mesmo diante do quase impossível, mesmo diante da descrença, da desesperança, lá esteve aquele homem buscando por um filho, vivo.

Um jovem com seus dezoito anos, acostumado a caçar para suprir a fome de sua mãe, como se fosse um sobrevivente de uma guerra dura e cruel, se perde entre onças, cobras e tantos bichos de uma amazônia perigosa. Se perdeu dos amigos, não conseguiu voltar para casa, mas lutou contra a morte até o último segundo.

E nesses eternos 49 dias de desespero, finalmente o pai-herói salvou seu super-filho! Uma história em quadrinhos sem happy end. Parecia que o garoto esperou todo esse tempo para se despedir do pai. “Agora estou em casa”, e assim, ele aos braços de seu pai-herói conseguiu ser salvo da selva, mas não da morte. Partiu, deixando um pai feliz, por ter lhe encontrado vivo. “Tristeza não tem fim, felicidade sim”, já traduziu Vinícius de Moraes.

Ele enfrentou a selva, a fome, a sede, lutou até o fim e teve sua recompensa: uma morte consoladora, nos braços de um anjo chamado pai. “agora estou em casa”... agora está em paz.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/07/01/jovem_morre_nos_bracos_do_pai_apos_49_dias_desaparecido_no_amazonas-547045966.asp

21 de junho de 2008

Ser carioca...

É acordar no sábado, abrir a cortina e descobrir um sol convidativo. “Hoje vai dar praia”!
É ter uma bike stand by para deixar a preguiça de lado e dar uma volta na Lagoa.
É passar pelo aterro do Flamengo, dirigindo ou não, e se deleitar com o estrondoso Pão de Açúcar à sua frente.
É ter a experiência única de passar por debaixo da ponte Rio-Niterói, com a luz do luar.
É estar em qualquer ponto da cidade e procurar lá em cima o imponente Cristo.
É pegar o charmoso bondinho de Santa Teresa e vislumbrar lá do alto uma cidade a brilhar. Depois é só descer do morro e, entre uma caipirinha e outra, trocar os passos de um samba bem marcado da Lapa.
É ter o privilégio de escolher qual praia do momento – Barra, Copa, Ipanema, Leblon, Leme, Prainha, Grumari, Arpoador...
E por falar em Arpoador, não tem como fugir do visual de suas pedras esculturais.
É ser mais um na multidão da arquibancada lotada do Maraca, abraçando e comemorando o gol suado com seu mais novo amigo de infância do lado.
É andar no calçadão no fim de semana, se prometendo a cumprir - a partir daquele dia - uma rotina de caminhadas, afinal o verão está sempre chegando e a forma física deve estar em dia.
É não se importar muito “com que roupa eu vou ao samba que você me convidou”. Tem havaianas? Então está bem vestido.
É ter sempre um ângulo diferente para admirar o Cristo (acho que já falei dele hoje... mas o que importa?)
É saltar de asa delta da Pedra Bonita e sentir-se um pássaro, perfurando o ar e sentindo a brisa salgada das orlas.
É simplesmente olhar para o lado e perceber uma natureza incubadora, com suas montanhas protetoras.
E por falar em natureza, lembremos dos bosques, florestas e jardins botânicos que inundam a caótica capital com sua tranquilidade esverdeada.
E quando você acha que já conhece todos os cantos da cidade, ainda se surpreende com uma deslumbrante cachoeira em plena fervilha urbana.
Um conselho de amigo, se possui uma digital, não se descuide. Você pode perder a oportunidade de registrar uma boa foto do dia.
Ser carioca é representar ao mundo uma identidade, um estado de espírito, uma beleza desigual, uma expressão de vida.
É ter a certeza de ser bem recebido por onde quer que vá, dentro ou fora do país.
Porque, no fundo, todos sabem que o carioca já nasceu com o visto aprovado para o paraíso.

17 de junho de 2008

“Tornar o amor real é expulsá-lo de você, para que ele possa ser de alguém” (Nando Reis)

Ele coleciona amores platônicos. É mais fácil pra ele lidar com a frustação. Passou a ser cômodo idealizar um amor perfeito, uma deusa, um futuro bom... mas nunca fez nada para mudar isso, ou se fez, acha que não deu certo...

A última paixão platônica dele não tem muita explicação. Se apaixonou, para variar, por uma mulher linda, sorriso claro, simpática, boa conversa, atenta, delicada. Até que essa era acessível! Olhou pra ele, dançou, conversou, trocou elogios, se aproximou... pronto! A velha história do simpatia é quase amor. Confundiu, talvez... comum aos bobos. Ser romântico passou a ser patético.

Daí encheu-se de esperanças, sorriu, espalhou aos quatro ventos sua alegria, sua admiração, seus sonhos. Se expôs demais - desnecessariamente - aos mais próximos, menos a ela. Ela não sabe dessa admiração. Ela mal o conhece. Ela está longe dele. Lá longe, quase intocável, uma deusa, uma perfeição.

Enquanto isso, ela se apaixona, se entrega, se aproxima de outros, que lhe procuram. Enquanto isso, ele sofre calado, escondido. Enquanto isso, ela termina namoro, desfaz qualquer relacionamento. Enquanto isso, ele enxerga uma esperança, tenta se aproximar novamente, quem sabe é agora? Quem sabe?

O tempo passa, e ele nada.

Ela tudo. Aberta para um novo amor, este reaparece na pele de um outro cara bacana...

É meu amigo, o que dirá agora? Quanto tempo mais levará para abafar mais esse amor utópico?

Ele percebe que ela não lhe pertence, nunca lhe pertenceu e nunca lhe pertencerá. Se ele não age, como ela pode saber de seu amor? Nada fez para mudar a situação cômoda.

Joga fora esses óculos escuros, rapaz! Vá enxergar a vida! So many special people in the world! Mas é preciso mudar de atitude, ou melhor, da falta dela! Perceba as oportunidades e saiba aproveitá-las! Esqueça as impossíveis, creia nas reais! Não tenha medo!

Ok, você vai dizer que é fácil falar, estando fora do aquário. Tudo bem. Mas te permito apenas um dia de tristeza, e nada mais! Chore! Chore bastante! Coloca a raiva de um amor frustrado para fora em um único dia! Mas no dia seguinte, ah o dia seguinte! Este será diferente! Ao invés de colecionar paixões platônicas, expulsa-as de si, de seus sonhos tristonhos.

12 de junho de 2008

O que é o amor?


Os homens deram vários nomes a ele: há o amor fraterno, amor de irmão, amor-amigo, amor bandido, amor materno, amor próprio...
Desde que o mito de Tristão e Isolda se propagou, ainda no século IX, acredita-se na mais bela e fascinante história de amor entre o homem e a mulher. Daí surgiram Romeus e Julietas e tantos outros casais apaixonados. Mas ainda pergunto: o que é o amor?

Talvez seja o instinto mais elevado do ser humano. É o sentimento mais puro e, ao mesmo tempo, mais evoluído do homem. Não é egoísta, não é passageiro, não é pagão, não sente inveja e nem se envaidece. É o eterno amor menino e que, portanto, não envelhece. Não sei explicar o que é o amor. Quem saberia definir na linguagem dos homens? “Ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria”.

O mais bruto e criminoso dos homens ainda sabe amar. Pode não reconhecer, perceber tal puro sentimento em si, mas de alguma maneira, em algum momento, transmite isso a alguém. Afinal, o amor é instinto, por mais que seja elevado, evoluído, ainda é instinto. E instinto, como sabemos, é inerente ao animal.

Preservemos o amor. Não importa quem amamos. Somos seres amantes! Podemos viver e amar sim nossas conquistas, nossas riquezas. Mas amemos a vida em primeiro lugar! Amemos a natureza e tudo que nos cerca. Amemos nossos pais, por mais que estes sejam tão diferentes de nós. Amemos nossos irmãos sanguíneos, por mais que estes nada têm a ver conosco. Amemos nossos amigos, já que estes escolhemos ainda conscientes. Amemos até os inimigos, para que esses um dia percebam que da vida só nos restam amizade e... amor. E mais que tudo: ame a ti mesmo, para que te conheças tão intimamente, capaz de perceber seus defeitos, e que saibas repará-los antes que alguém te julgues imperfeito. (Imperfeitos todos nós somos, mas é mais fácil apontar o defeito do outro do que os nossos primeiros)

Existem muitas histórias de amor. Entretanto, prefiro resumir uma linda história de amor à imagem de dois velhinhos, que mesmo diante dos anos passados, dos 56 anos de casados, continuaram se amando. Por mais que a surdez ou esclerose pudessem afetar o entendimento e a compreensão, a paciência, o companheirismo e o respeito estiveram sempre presentes. Quando ela tentava ensaiar algum desentendimento, ele retribuía... com beijos. É esse o retrato que guardo do amor. O amor que meus queridos avós viveram até a partida dele. Minto. Amor assim não se resiste apenas a uma breve separação. A carne envelhece, apodrece. O amor não. Ele está acima de nós, pobres mortais. É desse amor eterno que nascem famílias. Hoje marido e mulher, amanhã pai e filha, depois irmão e irmã... por isso, nós humanos demos vários nomes a ele, mas este, no fundo, não precisa ser adjetivado. Chamemos simplesmente, então, de amor.

6 de junho de 2008

O Erudito clama pelo popular

Ou é o popular que clama pelo erudito? Só sei que hoje tive uma experiência fascinante. Graças ao projeto “Rio Folle Journée” (Jornada Louca, no Rio), em que concertos são apresentados a preços populares, estudantes de escolas públicas do Rio e tantos outros jovens de classe média baixa, ou baixa, puderam se deliciar ao som clássico e retumbante de Mozart e Beethoven. A Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem, composta – como o próprio nome já sublinha – por jovens e talentosos músicos, se apresentou hoje, na sala Cecília Meireles para um concerto único e admirável.

É comum pessoas julgarem música clássica como música para elite, ou seja, para poucos. Muitos fazem cara feia, torcem o nariz ou resmungam quando escutam alguém dizer que a verdadeira arte está na profundidade e eloqüência (no sentido de expressividade) da música de Ludwig Van Beethoven, Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Johann Strauss, Tchaikovsky, Frédèric Chopin e tantos outros. “Música clássica só serve para dormir”, já ouvi várias vezes. Ou então: “música assim só na entrada dos padrinhos e noivos num casamento”.

Onde e quando você escuta música clássica?

Aos mais idealistas, puritanos da arte clássica, só os mais preparados e estudiosos conseguem compreender a verdadeira grandeza da música erudita. Por aí, mergulham-se em opus, quartetos, sonatas, primeiro, segundo e terceiro movimentos, sinfonia número 39 em mi bemol maior, com adágio, allegro, andante, allegretto ou menuetto... Mas vamos falar a verdade, precisa entender tudo isso para apreciar a boa música? Qual a sensação que sentimos ao ouvir uma orquestra? Eu pelo menos, não muito raro, me vejo com olhos fechados, refugiado em lindas paisagens, com cachoeiras, montanhas, bosques, banhado de luz e energia positiva, sentindo a presença dos bons fluidos.

Essa sensação de fuga não é tão utópica quanto pensamos. Quando assistimos um filme, em que um clássico alinha à trilha sonora, conciliamos os sentidos audiovisuais em sentimentos, em sensações de fuga da realidade. Saímos do nosso mundo para invadir o mundo cinematográfico, da fantasia, do irreal. É certamente o casamento perfeito.

Onde quero chegar com essa filosofia barata? Ao ponto de partida: quando o erudito clama pelo popular. Vamos nos permitir ouvir os acordes e arranjos de um clássico. Perceba as sensações que a música nos proporciona, sem preconceitos, sem elitismo, bemóis, sustenidos, allegrettos, opus... não importa nomes, técnicas, teorias musicais. O que importa é o sentimento sublime de paz íntima e grandeza espiritual que a música clássica nos propicia! Perceba o diálogo entre violinos e violoncelos, trompas e trompetes, oboés e fagotes, piano e flautas!

Se Beethoven, mesmo com deficiência auditiva, teve a bravura de compor suas últimas sinfonias, tendo apenas a percepção da marcação do ritmo com as batidas no piano (e para tanto, ele cortou os pés do piano de caldas, para “ouvir” direto do chão as vibrações emitidas pelo instrumento), por que nós, agraciados de audição, não consentimos ao espetáculo sonoro?

Saiba mais sobre Rio Folle Journée

4 de junho de 2008

Devaneios Líricos - o livro

É com imensa satisfação que convido para o lançamento do livro "Devaneios Líricos" da minha queridíssima amiga, jornalista, poetisa (e futura escritora de auto-ajuda, como gosto de brincar com ela!) Cristine Gerk. Aqui é proibido merchandising, mas para ela, eu abro uma exceção!!!!

Olha o convite!


para conhecer mais um pouco, acesse Devaneios Líricos (blog)

3 de junho de 2008

O fanatismo à beira da loucura

Que crença é essa que preza pela competição, pelo menosprezo ou, pior, pelo confronto? Tenho medo dessas religiões que se dizem únicas capazes de garantir a salvação! E por serem únicas, não adimitem concorrência. São os donos do paraíso eterno e garantem sua passagem para lá em troca de fiéis contribuições. Alucinados por uma religiosidade pragmática, são ferozes aos que não compartilham da mesma fé. E por isso, são capazes de insultar, xingar, pisar, destruir, ridicularizar as crenças alheias.

Foi o que aconteceu na noite de ontem, quando três jovens fiéis fanáticos invadiram e depredaram um templo religioso no Rio (Jovens depredam templo religioso no catete). Aos gritos, os três diziam que, por ordem de Jesus, todos os presentes deveriam abandonar o demônio, que estaria ali presente. “Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes” (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, “Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos”).

O fanatismo religioso é capaz de destruir nações. Não falta exemplo na chamada terra santa. Por aqui, esses religiosos entorpecidos estão destruindo (ou pelo menos tentando) a liberdade da crença pelas múltiplas religiões. O maior receio está naqueles que aproveitam essa cegueira fidedigna dos crentes para alcançarem o poder, principalmente o do Estado. A supremacia religiosa é uma ditadura, tão covarde e brutal quanto às outras já conhecidas pela sociedade.



“Ele diz que tem, que tem como abrir o portão do céu/ ele promete a salvação/ ele chuta a imagem da santa, fica louco-pinel/ mas não rasga dinheiro, não./ Ele diz que faz, que faz tudo isso em nome de Deus/ como um Papa na inquisição/ nem se lembra do horror da noite de São Bartolomeu/ não, não lembra de nada não./ Não lembra de nada, é louco/ mas não rasga dinheiro/ promete a mansão no paraíso/ contanto, que você pague primeiro/ que você primeiro pague dinheiro/ dê sua doação, e entre no céu/ levado pelo bom ladrão/ Ele pensa que faz do amor sua profissão de fé/ só que faz da fé profissão/ aliás em matéria de vender paz, amor e axé/ ele não está sozinho não/ Eu até compreendo os salvadores profissionais/ sua feira de ilusões/ só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz/ deixa o outro vender limões./ Um vende limões, o outro/ vende o peixe que quer/ o nome de Deus pode ser Oxalá/ Jeová, Tupã, Jesus, Maomé/ Maomé, Jesus, Tupã, Jeová/ Oxalá e tantos mais/ sons diferentes, sim, para sonhos iguais” (Guerra Santa, Gilberto Gil)

1 de junho de 2008

Amigos para sempre

Eles se conheceram no cursinho pré-vestibular. Estudaram juntos, passaram para a mesma faculdade, mesmo curso, mesma turma. A convivência era intensa e se extendia para as suas casas. Ela namorava na época um militar. Ele preferiu curtir a vida de solteiro. Às vezes pintava uma cena de ciúmes entre eles. Um confidente do outro. Compartilhavam suas experiências, seus amores, aventuras, até que ela resolveu se casar. Ainda estavam cursando engenharia.

Ele não foi convidado para padrinho, mas com certeza era um convidado especial. Até seus familiares foram convidados para o casório. E que casamento! O mosteiro de São Bento, com sua elegância banhada a ouro, repleto de flores e luzes. As espadas se cruzaram para os recém casados passarem. Um lindo casamento.

O marido foi transferido para Santa Catarina, e ela teve que se despedir da família e dos amigos para viver numa nova e estranha cidade. A distância era grande. Mas o casamento valia pena.

Um ano depois, ele decide pôr fim àquela história romântica. “Não era bem isso que esperava para minha vida”, simples assim, como se fosse trocar uma peça decorativa da sala. Mas a verdade veio à tona. Havia uma terceira pessoa no jogo conjugal. Uma antiga e resistente amante, que esperou o matrimônio se consolidar para provocar a bruta e seca separação.

Ela voltou para o Rio, desolada, arrasada, descrente do casamento. Mas encontrou o conforto e o amparo de um ombro amigo, aquele antigo amigo da faculdade.

Amigos eles já eram, mas o momento pedia uma atenção maior, um carinho maior. A afinidade também era grande. Passaram a se ver mais, sair mais, viver mais. Com a convivência maior, foi quase dedutiva uma aproximação afetiva. O olhar passou a ser diferente, havia um brilho diferente. O ciúme também aumentou. O sentimento de posse era visível. A amizade se confundia com amor. E este sentimento acabou vencendo.

Eles se casaram. Não no papel, mas na vida à dois. Foram morar juntos. Certamente um casamento perfeito. Eles se completam em tudo. Curtem as mesmas amizades, os mesmos passeios, os mesmos desejos, as mesmas viagens.

Almejavam o mesmo futuro: trabalhavam muito para curtir a vida. Viajaram muito, conheceram várias cidades, países, culturas. É a tal da afinidade, não adianta. Até o espírito aventureiro era compartilhado.

Depois de oito anos dividindo o mesmo teto, eles anunciaram o fim do casamento para surpresa de todos. Ninguém acreditava. Nem Eduardo e Mônica eram tão perfeitos quanto eles. Até hoje não tem uma explicação para o fato. “Incompatibilidade de idéias”. Como assim? Não eram tão afinados?

Vai entender a mente humana...
Separação sim, fim da amizade não. Esta continua acesa, como sempre foi. Talvez confundiram as coisas, nem sempre tamanha afinidade significa sucesso no casamento. A parceria pode ter chegado ao fim entre quatro paredes, mas não fora de casa. A separação ainda dói, mas são amigos para sempre...

(baseado numa história real, pra falar a verdade, bem próxima! Aliás, na época da tal separação, escrevi um post “Eduardo e Mônica se separam” )

30 de maio de 2008

Um ombro amigo...


No post anterior, relatei a velha história de dois grandes amigos que se amam, mas não assumem ou não têm coragem para assumir um romance.

Pois bem, e quando um namoro vai mal, muito mal, e aí o consolo de um ombro amigo passa ser algo mais? Um affair com amigo pode surgir em um momento de completa carência, um clima surge, às vezes acompanhado por uma embriaguez culposa, e pronto: um beijo rola.

A confusão já está feita. Do simples e inesperado beijo para uma paixão fulminante é um passo, que pode significar um divisor de águas para o bem ou para o mal... geralmente para o mal.

Quando o ex – ainda envolvido no término do namoro – descobre o novo romance, o pior pode acontecer. Aquela falsa expectativa de um retorno se desfaz, proporcionando o mais profundo desgosto, um sentimento amargo. Todo respeito e carinho que ainda restavam por aquela pessoa amada se transformam em revolta, raiva, desprezo, às vezes nojo, repulsa, aversão completa. Quem é o mais culpado nessa história: a quem eu dediquei durante anos meu amor, machucado porém eterno, ou a quem confiava uma preciosa amizade? “Não passam de falsos, trapaceiros, fingidos, escrotos, nojentos, traidores. Apunhalaram-me pelas costas, enquanto acreditava em seus sinceros sentimentos por mim”.

Mas há culpados nessa história?

Se um novo amor surge – depois de um término – o que há de mal nisso? Só porque os envolvidos são duas pessoas muito próximas? Alguém já explicou como surge o amor por alguém? Pode ser por afinidades. E quando aqueles que até então não se enxergavam, não percebiam tamanha afinidade, porque estavam cegos por um amor pretérito, descobrem isso no momento de maior fragilidade? Estão fadados ao desprezo completo da sociedade? Sim, porque não basta o enfadonho rompimento com maior prejudicado (o suposto traído), os amigos – aqueles que se intitulavam como tal – também acabam comprando a “briga” e partem para o desprezo. “Atirem a primeira pedra!”

Mas nem tudo está perdido. Agora são só nós dois! Temos a obrigação de provar a todos que seremos felizes, porque o nosso amor é verdadeiro! Se o mundo está contra nós, seremos cúmplices do nosso amor. Quem sabe amanhã, eles caem na real?

29 de maio de 2008

É só amizade?


Ontem assisti ao filme “O melhor amigo da noiva” (Made of Honor). Uma comédia romântica bem estilo sessão da tarde, mas com uma mensagem interessante. Quantos amores são perdidos por insegurança ou medo de que algo pode dar errado? Tom prefere ter seu grande amor, Hannah, como sua amiga, porque assim tem a certeza de tê-la para sempre em sua vida. Se assumisse um caso com ela, podia não dar certo no futuro. Daí uma forte e duradoura amizade poderia se evaporar.

Mas é a partir de uma situação ameaçadora, para ele, que Tom descobre o que era inaceitável até então. Hannah, durante uma viagem para Escócia, encontra seu par quase perfeito, decidindo se casar pra ontem! Como assim? Como pode me abandonar de uma hora pra outra? E a nossa amizade, como vai ficar? Você vai morar longe e me deixar sozinho, cercado de mulheres vazias, lindas mas vazias?

Sim, ela vai deixá-lo. Será?

Não precisa assistir ao filme para saber que o happy end é garantido. Ele resolve escancarar seu amor para a “melhor amiga”, que por sua vez sempre foi apaixonada por esse velho mulherengo, descrente do amor eterno e da felicidade conjugal.

E quando aquele velho amor (às vezes platônico) só vira amizade? A história só deu uma reviravolta porque ELE resolveu mudar de atitude. Mas se ele não mudasse, o que aconteceria com ELA? Se casaria com o tal escocês só por casar? Deixaria para trás seu amor verdadeiro, platônico, mas verdadeiro?

Volto a repetir: quantos amores são perdidos pela falta de atitude?
Você já ouviu a expressão “não deixa virar amizade, porque depois já era”. É o que mais acontece... você começa ser simpático demais, ouvinte demais, carinhoso demais até se tornar confidente. Daí pra ela começar a contar os seus amores e casos, querendo saber sua opinião, não custa.

Lembro-me de uma menina do colégio por quem era apaixonado, logo com meus 13, 14 anos. Então, de tão próximo que fiquei, tão amigo, passei a ser o confidente. Era horrível escutar da boca dela seus desabores amorosos, com os garotos mais velhos. Toda menina com essa idade nem pensa em beijar um fedelho, mesmo tendo a mesma idade que ela.

Tom foi mais que confidente, foi escolhido para ser “a dama de honra” da amiga Hannah para seu casório. Tom foi paciente. Na verdade percebeu que esta seria uma boa oportunidade para se aproximar ainda mais dela. O plano deu certo e antes que fosse tarde demais, ele impediu um casamento, praticamente na hora do sim.


27 de maio de 2008

Alguns dias difíceis...

Entre uma louça e outra, escrevo texto para uma revista nova. A cabeça não pára. Telefona para um, entrevista outro, apura um dado aqui, especula uma informação ali. E no meio de toda uma doida rotina, há livros e textos espalhados pela casa. É que ainda se estuda para uma prova de concurso, mas isso é um outro assunto. Não há tempo pra nada, nem para atualizar este veículo.

É difícil escrever bem. O meu estilo não é o mesmo que o seu. E aquilo que pode soar como natural e espontâneo para mim, pode ser clichê ou sem graça para você. Então cada um no seu quadrado, como sugere o funk carioca.

Sou impulsionado pela ação, por algo que vai acontecer. Um estímulo me faz produzir muito, mas não o suficiente para agradar o próximo. Vou me superar. Tenho que me superar.

A cada dia, somos provocados, às vezes sutilmente, às vezes de forma grosseira mesmo. “Ah, isto está uma bosta! Refaça isso”. O ser humano não está preparado para escutar críticas. Só elogios lhe caem bem. Lidar com superação é uma aprovação quase íntima. Ninguém deve impor isso a você. Pelo menos não deveria. Entretanto, é o que mais acontece conosco. Somos desafiados e criticados diariamente em casa, no trabalho ou na escola.

Quem sempre tirou 10 na escola, um dia receberá um Zero na profissão.
Provar que você é bom realmente é uma prova (desculpe a redundância).
Trabalhar, trabalhar, trabalhar... quem sabe um dia você é recompensado?

15 de maio de 2008

Checklist para elas

Em mais uma conversa de bar (ou quase isso), estava rolando um papo entre duas amigas minhas (que não se conheciam até então) sobre namoro e afins. Um detalhe importante: um post meu (Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?) foi escrito, pra variar, inspirado na história de uma dessas amigas no bar. Só que como esta, várias outras mulheres (inclusive a outra amiga presente no bar) passam pelo mesmo conflito de “será que é possível ser feliz sozinho mesmo?”. Tanto é, que esta outra amiga, ao ler o post, ficou com tanta raiva de mim (porque achou seriamente que eu teria escrito para ela, exclusivamente) que não conseguiu ler até o final.

Mas o que quero escrever hoje é sobre o resultado dessa conversa à três. Depois da discussão que realmente não vale a pena ficar com uma pessoa só por carência ou algo parecido, uma delas (aquela para quem eu realmente teria escrito o texto) resolveu escrever uma espécie de checklist para o próximo namorado. Isso seria, segundo ela, fundamental para que o pretendido não cometesse as mesmas falhas dos ex e, portanto, ter mais chance de dar certo.

Eu resolvi anotar o tal checklist para reescrever aqui. Outro detalhe importante: durante a conversa, alguns pontos dessa lista foram concordados 100% pela outra amiga presente, o que pode dizer que quase toda mulher deve pensar da mesma maneira. Já outros pontos correspondem a gostos pessoais, portanto, adaptáveis a escolha do freguês (ou no caso, a freguesa).

Vamos a lista:

1- Ser alto: uma característica importante do homem, segundo elas. Principalmente pelo fato de que elas exigem um abraço de urso, ou seja, aquele que cobre todo o corpo da mulher. Além disso, é a satisfação de deitar a cabeça no peito do homem, e não no ombro, pela falta de tamanho.

2- Ser inteligente: parece ser uma característica básica, mas que, segundo elas, está em falto “no mercado”. Saber falar e escrever o português direito já é um bom começo. “nada de ‘derrepente’, porque isso dói lá no fundo da alma”, enfatiza uma delas.

3- Ser independente: aquele que paga as suas contas e de preferência as dela também! Não depender de mãe, pai ou avó, muito menos da própria namorada para decidir sua vida.

4- Ter pegada! Bem, essa característica, segundo elas, deve ser uma das primeiras do checklist de todas as mulheres. “Nada de carinho leve! O negócio é pegar firme! Chegar pegando!”, ressalta a outra.

5- Ter senso de humor: uma pessoa carismática e espirituosa. Não precisa ser engraçado, mas que pelo menos tenha um papo agradável e, principalmente, ser sociável com os amigos da namorada.

6- Saber cozinhar: não precisa cozinhar sempre, mas às vezes saber fazer um prato (mesmo que seja o velho macarrão de sempre) para agradar a namorada, principalmente naquele dia que ela não está a fim de cozinhar para ele.

7- Gostar de dançar: Não precisa saber dançar, mas pelo menos gostar de sair para dançar e não ser aquela mula ambulante que só serve de segurança particular na boate ou em outros lugares (como forró, samba etc).

8- E o mais importante de todos eles, segundo elas. Palavras delas: “Não quer ir comigo? Eu vou, foda-se!”.

Algumas acrescentam ainda na lista: gostar de comida japonesa, curtir os mesmos gostos musicais, ir ao cinema pelo menos uma vez por mês, fazer uma surpresa amorosa e por aí vai. Porém, como foi dito anteriormente, esta é uma lista flexível, que depende do gosto de cada uma.

Se você quiser acrescentar um item que ache fundamental e que não está presente nesta lista, ou melhor, se você quiser contar qual seria seu checklist, comente depois.

Eu ainda escreverei o check-list para eles! Aguardem, meninas!

9 de maio de 2008

Para quem escrevo?

Acho interessante alguns comentários que recebo aqui. De certa forma, parece que escrevo algo para determinada leitora (ou leitor). “Nossa, como isso acontece comigo”, “é incrível como 90% do que vc fala se encaixa no que estou vivendo atualmente”, ou então: “é muito difícil ler reflexões dessa natureza escritas por um homem.”. E por aí vai.

Mas afinal, para quem escrevo?

Acho que 90% de quem passa por aqui é do sexo feminino. Eu, particularmente, tenho muitas amigas e estas me proporcionam várias histórias sobre seus relacionamentos, reflexões íntimas, questionamentos sobre atitudes (ou falta delas) de nós homens.

Portanto, gosto de escrever, quando escrevo sobre comportamento humano, sobre o que costumo escutar e observar do ser humano em geral. Como somos complexos, mas ao mesmo tempo... como somos previsíveis.

Todo mundo sofre mais ou menos pelas mesmas angústias, pelo menos uma vez na vida. Porém, é claro, cada um com sua história e seu ponto de vista. E qual o tema mais aspirado? O amor, é certo!

E sobre isso, venho pela primeira vez também contar um episódio, no mínimo, interessante que aconteceu comigo, graças a um post do blog. Isso me fez perceber o quanto neste mundo estamos sempre precisando do próximo, mesmo que este seja um estranho, ou até mesmo um “conselheiro virtual”!

A história – resumida – é a seguinte. Depois de ler um desses comentários, respondi diretamente por e-mail. Bastou o primeiro para surgir uma troca intensa de e-mails, com confissões, declarações e conselhos que perduraram por algum tempo.

A personagem tem seus 40 anos, casada, com filho e muito bem resolvida... profissionalmente. Uma família linda, digna de comercial de margarina se não fosse, pra variar, um triângulo amoroso. Mas um triângulo ainda não lapidado. De um lado, um marido fiel, amável, maduro, paixão da adolescência que perdura em seus 10, 15 anos de casamento. Do outro, um garoto com seus 20 e poucos anos, um desconhecido, apaioxado, galanteador, alguém que a atormentava em seus pensamentos mais íntimos, mas que nunca teria “avançado o sinal”. Nem um beijo, nem um abraço, quanto mais um caso consumado.

Mas ele mexia com seus sentimentos tão seguros, tão fiéis, tão... deslizantes. E daí a dúvida: largar toda segurança de um casamento perfeito para viver um novo “amor”, ou desfazer dessa prematura aventura amorosa, deixando definitivamente para trás essa tortura sexual vigente?

Eu me senti o verdadeiro Toni Sá – o personal amigo (virtual). E depois de algumas conversas, ela tomou a decisão que a mesma decidiu melhor. Mandou uns últimos e-mails e acabou o diálogo comigo.

Isso me fez lembrar de um trecho do livro que estou lendo “O anjo pornográfico – a vida de Nelson Rodrigues”, quando este, se passando por uma escritora chamada Suzana Flag, escrevia a alma feminina (seus amores e conflitos) como muitas não consegueriam descrevâ-la tão bem quanto ele, o Nelson debochado e escrachado. “(...) A massa de leitores acreditava que ‘Suzana Flag’ existia. (...) Muitos lhe escreviam cartas. Entre essas, havia as de um presidiário que se apaixonara por ela. Nelson respondeu-lhe com cautela, insinuando que ‘Suzana Flag’ era casada ou estava por casar. O presidiário conformou-se e, tempos depois, voltou a escrever, comunicando o seu próprio casamento na prisão e convidando-a para madrinha. Como se sentiria o noivo se soubesse que ‘Suzana Flag’ usava suspensórios?”

Entretanto, só para terminar, gosto desta idéia de participar das vivências alheias, não sendo intruso. Continuo observando e tirando algumas idéias, transcritas em post por aqui. Gosto de ler comentários também. Portanto, para aquelas que só passam e não deixam seus rastros, por favor, eu escrevo para você, também!

29 de abril de 2008

Toni Sá é a solução!!!

Está se sentindo só? Falta uma companhia agradável para suas tardes dançantes? Você precisa de alguém para escutar seus questionamentos ou apenas ter um papo gostoso?

Então você precisa de um personal amigo! Ele lhe acompanha em todos os lugares: cinema, exposição, bingo, shopping, praia, teatro, festas e bailes! Sempre com maior discrição e boa aparência, o elegante e inteligente personal amigo está disponível para ser a sua melhor companhia!

Não escolha qualquer pessoa! Escolha ele, o mais apropriado e preparado profissional da amizade: Toni Sá!

Além de um rosto bonito, o jovial Toni Sá tem cuca no lance! É espirituoso, engraçado, boa praça, carismático, tem bom papo e super inteligente (formado no curso de economia em uma das melhores faculdades particulares do Rio)!

Mas não é só isso! Além de um bom de papo, Toni Sá é um excelente pé de valsa! Um dos grandes mestres da dança de salão e proprietário de uma confortável e aconchegante academia de dança, ele ensina o “dois pra lá e dois pra cá” como ninguém!

Não fique aí parada! Entre agora em contato com personal amigo Toni Sá e faça de sua noitada a mais agitada!

Você ainda pode escolher o traje de seu personal! Toni Sá disponibiliza um guarda roupa variado e flexível ao gosto da contratante!

Veja: se você gosta de uma opção mais esportiva, Toni Sá se veste com t-shirt, calça, tênis e boné! Ótimo para uma caminhada, não é mesmo?

Mas se você quiser a companhia de Toni Sá para um chá da tarde dançante, um cinema ou uma peça teatral, ele pode escolher o estilo esporte fino, com ou sem blazer, gostou?

Entretanto, se você precisar de um galã da novela das oito para impressionar suas amigas naquela festa, então Toni Sá tira do seu closet o smoke (sic) impecável!

Ah, vai dizer que você ainda não está encantada com o gentleman que é Toni Sá? Então, você precisa conhecer já este talento!

Mas ATENÇÃO!!! Toni Sá não está disponível para programas de cunho sexual!

Ficou curiosa para conhecer seu futuro personal amigo, companheiro para quase todas as horas? Então não perca tempo! Acesse agora seu site http://www.tonisa.com.br/ ! Você não vai se arrepender!

20 de abril de 2008

Amanhã será um lindo dia

Nada é por acaso...

Passando pelo orkut de uma grande amiga, li este texto que, sem ter muita certeza se é de fato uma mensagem de Chico Xavier, parece condizer com a filosofia espírita. Fato é que ao lê-lo, percebi o quanto isso responde as atuais angústias minhas. Sou responsável pelas minhas ações e minhas escolhas. E se quero mudá-las, só resta procurar o caminho certo, ter a vontade e buscar por isso.

"Nascestes no lar que precisavas, vestiste o corpo físico que merecias. Moras onde melhor Deus te proporcionou. De acordo com teu adiantamento, possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas, teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização. Teus parentes, amigos são as almas que atraíste com tua própria afinidade. Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle, tu escolhes, recolhes, elege, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes, são as fontes de atração e repulsão na tua jornada, vivenciada. Não reclames nem te faças de vítima. A mudança está em tuas mãos. Reprograma tua meta, busca o bem e viverás melhor.Embora ninguém possa voltar e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

CHICO XAVIER.