19 de maio de 2014

Primeiro 10k a gente nunca esquece


Realizei um desejo antigo que era participar de uma prova de corrida de rua. Pela primeira vez, participei da Corrida Corujão 2014, que aconteceu sábado passado, na Barra da Tijuca. Em princípio, iria correr 5k (como os atletas costumam chamar 5 km), mas acabei treinando para 10k e, portanto, completei a prova em 1h04.

O tempo não é dos melhores, mas para mim, isso é uma grande vitória. Em janeiro de 2013, fiz uma cirurgia em meu joelho esquerdo, após um incidente que rompeu meu ligamento esquerdo e menisco também. Fiquei alguns meses me recuperando, com muita fisioterapia e depois musculação, mas ainda não sentia firmeza para ir além das atividades que não forçavam tanto o joelho. Por conta da cirurgia, interrompi duas atividades que eu gostava de fazer: correr e dançar. Sabia que precisava fortalecer bem a musculatura para que pudesse voltar com segurança. Mas ainda teria um outro fator a ser vencido: o medo.

Quem já sofreu alguma lesão, sabe que o medo sempre existe só em pensar a possibilidade de cometer novamente o mesmo problema. Por mais que você veja uma melhora, se estiver em treinamento sério, há uma insegurança natural. E com isso, levei um ano para voltar a me sentir seguro. Confesso que o joelho ainda não está 100%, como antes do incidente. Ainda sinto diferença na resposta entre um joelho e outro, principalmente quando não vou à academia por um certo período (uma semana já faz diferença, por exemplo). Definitivamente, virei refém da musculação, algo que hoje não encaro como estética, mas com certeza como uma eterna fisioterapia que preciso levar a sério para manter meu joelho respondendo bem.

Ano passado retornei às minhas aulas de dança, o que já me fez acreditar numa melhora significativa. Até porque a dança é um movimento que mexe bem com a rotação do joelho e, portanto, força mais ainda que uma atividade física que mantém o eixo reto, como pedalar, correr, nadar etc. Dependendo do ensaio, sinto bastante no dia seguinte, mas nada que um bom gelo e um repouso não melhore depois.

A corrida veio depois e contou com um grande incentivo de uma amiga de infância, que vem se dedicando há um ano e meio a essa atividade. Ela já correu duas meias maratonas e não demorará para realizar sua primeira maratona (ainda mais agora que tem um namorado maratonista!). E por sua causa, ela me fez acreditar que era possível aos poucos aumentar meu treino, primeiro de 2k, depois 4, 6, 8 até chegar em 10k. Fui me inteirando dos treinos, aprendi a medir meu pace (ritmo da pisada durante a corrida), e já sabia controlar meu batimento para não forçar muito ao longo da corrida.
O mais interessante é que essa amiga incentivou não só a mim, mas também aos nossos amigos em comum, o que acabou gerando o grupo da corrida com um foco: emagrecer para nossa próxima viagem, quando iremos comemorar vinte anos de amizade!

Amigos de infância e agora de corrida

 Não tenho grandes pretensões, por enquanto, em diminuir meu pace ou alcançar 21k. Meu objetivo ainda é emagrecer e tentar manter um ritmo de corrida importante como atividade física, já que encaro como prazer, não como sacrifício. Definitivamente, não gosto de esportes coletivos (principalmente quando tem uma bola em jogo, rs) e academia se tornou obrigação. Além da corrida, descobri outro prazer esportivo que é o Stand Up Paddle (SUP), o que me fez comprar uma prancha e praticar quase todo final de semana (quando há boa condição no mar).

Essa primeira prova, portanto, veio com gosto de superação, por todo esse tempo que fiquei parado, até desacreditado de que um dia poderia voltar para as atividades de forma segura e confiante. Depois que peguei o gosto, vai ser difícil largar dessa brincadeira!

13 de maio de 2014

Afinal, quem é o público?



Eu tenho hábito de trabalhar escutando rádio. E costumo “zapiar” as estações, sempre na busca por música. Mas é inevitável não reparar as “atrações” das rádios cariocas, que tentam chamar atenção do ouvinte de todo jeito.


A rádio MPB FM, por exemplo, é nitidamente uma rádio voltada para um público que gosta de escutar apenas músicas cantadas em português. Valorizar cultura nacional, incentivar os artistas brasileiros, tudo isso é super válido. Mas acho que falta um direcionamento melhor de qual público ele quer atingir de fato. Independente da programação musical, a rádio tem em sua grade diversas chamadas, programas e boletins com assuntos tão diversos que a impressão que dá é que eles querem atingir TODOS os públicos, sem exceção


Logo após o anúncio das principais notícias do dia, vem o boletim “Nas ondas” às 7h30, quando a maioria está colocando sua gravata para trabalhar no escritório ou já se encontra no engarrafamento a caminho do expediente. A voz do surfista Rico de Souza, no melhor estilo “fala brother! Aloha”, enuncia a condição do mar para os interessados em pegar sua prancha e curtir umas ondinhas pela manhã. E mesmo quando não há onda, ele sugere “uma boa caminhada na orla é sempre bom para saúde”. Bacana, interessante, mas vamos falar sério, soa deboche para quem não tem esse tempo livre para “praticar esporte na orla”.


Há também o boletim da moda, com uma espécie de “personal stylist” com voz de gripada, meio anasalada, mostrando “a tendência das cores, tecidos e cortes” da última estação.  É o momento mulherzinha que abrange todas as mulheres bem resolvidas, com alto poder aquisitivo para consumir as tendências das vitrines do Village Mall. Não esqueçamos também da hora “Mais sustentável”, com a voz calma e suave da atriz Isabel Fillardis, que traz um pouco de esperança para humanidade, com mensagens de como transformar o mundo com pequenas atitudes sustentáveis! Enquanto você imprime vinte páginas de um relatório que vai virar lixo depois da reunião, você aprende que reciclagem é uma responsabilidade de todos nós!


Finalmente, temos o boletim do marqueteiro Diego Maia, especialista em dar as melhores dicas para ganhar dinheiro com sua empresa fundo de quintal. Com voz expressiva e ar-ti-cu-la-da, típica de quem fez aquele curso de oratória para impressionar o ouvinte, o cara é tão incisivo em suas mensagens que você, leitor, se questiona “por que ainda sou empregado se posso ter minha empresa e ser rico”? Fico imaginando todos os empresários ligados na rádio escutando, entre um sambinha e outro do Zeca (“Deixa a vida me levar!”), as dicas imperdíveis desse guru das vendas.

12 de maio de 2014

Sobre espiritismo e novo blog



Quando retornei ao grupo do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), na Agremiação Espírita Isabel, no início de março, tive a necessidade de organizar os textos e artigos que recebi nas reuniões. Mais que isso, percebi uma vontade de refletir e analisar alguns textos sobre a doutrina espírita.

Para reunir esses textos e dividir esses conhecimentos aos que também se interessam pelo tema, resolvi criar o blog “A caminho da verdade e luz”. Assim, tenho um espaço próprio também para reunir reportagens que tratam direta ou indiretamente sobre o espiritismo.

No segundo post, por exemplo, comento sobre o artigo escrito pelo Frei Betto, “Para além dos dogmas”, que descreve muito bem a diferença entre religião e espiritualidade. É um texto que ressalta como a espiritualidade está acima de qualquer crença ou ritual. Ela vai além das práticas religiosas e está presente nas boas ações do homem com o próximo. Buscar ser um homem de bem é mais importante (espiritualmente falando) que um religioso praticante. Quantos que se dizem ateus ou descrentes praticam muito mais o bem ao próximo do que aqueles que se julgam religiosos e piedosos com o próximo?

A cada dia, creio na bondade humana, independente de sua religião ou crença. Devemos realmente acreditar no próximo como um ser (imperfeito) em evolução constante. Assim como “Rascunho passado a limpo”, escrever me faz refletir e vice-versa. A prática da escrita nos leva ao estudo e à concentração. E se esses ensinamentos podem me confortar e proporcionar esperança, por que não compartilhar?

Assim, para quem gosta e se interessa, convido a ler o novo blog “A caminho da verdade e luz”.

7 de maio de 2014

Reunião de condomínio



Não costumo participar de reunião de condomínio. A última vez que fui, presenciei trocas de acusações entre moradores e síndico e reclamações das mais estapafúrdias, além de encontrar figuras que infelizmente compartilham do mesmo endereço. Mas recentemente, recebi na minha caixinha de correios a ata da “assembleia geral ordinária”.

Retirando as burocracias de sempre e prestações de contas, a ata é um documento um tanto cômico, verdadeira piada pronta. Vejamos alguns trechos: “A moradora do apto 101 reclamou que os meninos jogam bola nas paredes e na grade do ar condicionado da vizinha e que também jogam objetos nas pessoas na rua. Foi questionada a possibilidade de advertir os pais das crianças”. Velha chata sempre existiu em qualquer condomínio e estatísticas comprovam que 90% moram no primeiro andar, com a janela do quarto voltada para o playground. Próxima.

“A moradora do apartamento 1202 reclamou que o cachorro da moradora do apartamento 107 fica avançando nos outros”. Geralmente cachorro reconhece gente mala e por isso ataca. Quantas vezes a moradora do 12º andar encontra o cachorro da moradora do primeiro andar para ela saber que avança não só nela como em outros vizinhos? Das duas uma, ou ela vive bisbilhotando a vida alheia ou já tem implicância direta com a dona do cachorro. Solta os cachorros nela! Próxima.

“Também foi feito reclamação dos vizinhos do apartamento 506 que fazem muito barulho com gritos, atrapalhando o descanso do 505”. E o mundo está cheio de recalcados! Fala sério! A pessoa não deve saber o que é sexo faz tempo e por isso se incomoda com o prazer alheio. Da próxima vez, abafa os gritos ao som de “Beijinho no Ombro”, da mais nova pensadora contemporânea Valesca Popozuda: “Keep calm e deixa de recalque”!

Nada mais havendo a debater, foi encerrada a sessão às 21h30. Por ser verdade, lavre a presente Ata que vai assinada pela secretária e pelo Sr. Presidente.