Recebi uma bela mensagem de minha amiga Cris, e resolvi adaptá-la para cá. Então vamos lá:
Nesse ano, o carnaval foi da Unidos da Tijuca, a eleição da Dilma, a reeleição do Cabral, despedida de Lulinha e o Fluminense tricampeão. Houve a pacificação do Complexo do Alemão depois de algumas semanas de terror, o 14º casamento da Gretchen, os shows de Paul MacCartney e do Black Eyed Peas. Houve também uma onda de filmes com temática espírita, entre eles o fenômeno Nosso lar e Chico Xavier. As chuvas de abril, o Morro do Bumba, a reabertura do Teatro Municipal, as fofocas do WikiLeaks, a Playboy da Fani pegando a Natália, o resgate dos mineiros chilenos, 60 anos da TV brasileira e o Faustão cada vez mais magro (e esquisito), a promoção do Nascimento a coronel, Tropa de elite ao vivo na TV, a passagem de Saramago e Nestor Kirchner, a eternidade de Niemeyer (viva 103 anos!), Hebe, Mandela e Fidel, o noivado do príncipe Willian, o fim do namoro da Madonna com Jesus Luz, a demissão do Dunga, Brasil fora da Copa e de olho nos peitos da Riquelme. As compras frenéticas no Peixe urbano, as gerações X e Y “dominando” o mercado, o Censo do IBGE (agora somos 190.732.694 brasileiros), o filme sobre o criador do Facebook (que por sinal anda detonando o esquecido Orkut), a chegada do iPad ao Brasil, o adeus à crise econômica e o que mais vocês lembrarem.
Particularmente, me aventurei num cruzeiro rumo ao Nordeste, redescobri o Planalto Central, troquei uns passos em Buenos Aires, conheci a neve, saboreei os chocolates de Bariloche, além de apadrinhar três casais de afilhados!
Mas o melhor de tudo é que eu mudei, nós mudamos, nós aprendemos, nos magoamos, rimos demais, brindamos, fizemos planos e esquecemos. O mais importante é que vivemos! E com o passar do tempo, só posso dizer que os anos têm ficado mesmo cada vez melhores!
Feliz 2011 para os que habitam este planeta, sonham com dias mais tranqüilos, rezam pela saúde dos próximos e desejam o bem a todos. Rumo a mais um ano de expectativas, promessas, planos. Trabalhar, estudar e celebrar a vida com quem amamos. Damos sentido à vida, por mais que ela pareça confusa, tumultuada e fugaz! Saúde, paz, amor, sexo, vocês sabem todo o resto! Basta viver!
23 de dezembro de 2010
2 de dezembro de 2010
Conto de Natal – O velhinho do 404
O edifício Lar de São Francisco é um movimentado prédio
localizado no caloroso bairro da Tijuca. Lá, moram várias gerações da típica
classe média carioca, desde crianças de mães solteiras universitárias até
aposentados, funcionários públicos. Entre eles, Sr. José: um coronel reformado
que há 40 anos mora no apartamento 404, cuja janela de seu quarto dá de frente
para a área de lazer do prédio, vulgo “playground”. Viúvo há dois anos, ele
preferiu continuar morando sozinho no amplo apartamento de três quartos, mesmo depois
do convite feito por sua filha mais velha para morar em sua casa, num
condomínio de alto luxo na Barra da Tijuca.
Sua aposentadoria de militar reformado garante uma vida
tranqüila, sem muitas regalias, mas com certo conforto. Sr. José, como todo
aposentado tijucano, leva uma rotina pacata, para não dizer chata. Acorda às
cinco da manhã, faz sua caminhada matinal em volta do Maracanã, toma seu café
amargo, lê o jornal quase completo (ele dispensa a seção de esportes, porque
acha uma besteira) e assiste à televisão, praticamente o dia inteiro, só
parando para as devidas refeições e a soneca da tarde. Sua rotina muda um pouco
quando Sr. José tem de resolver problemas no banco, ou quando há uma consulta marcada
no médico da família.
As más línguas dizem que Sr. José é um senhor rabugento,
mal humorado e resmungão, que vive reclamando da zoeira que as crianças fazem
quando brincam na área de lazer do prédio. Intriga dos vizinhos. Sr. José é
apenas um senhor de idade, que tem insônia e, portanto, demora muito para pegar
no sono, por conta da gritaria no pátio interno do edifício. Mas segundo ele,
nunca incomodou ninguém com suas queixas. Coitado.
(cont.)
29 de novembro de 2010
Onde está o erro?
O tráfico
de drogas não é um comércio ilegal como outro qualquer. Ele é extremamente
presente na vida dos cidadãos, desde o fornecedor até o consumista. É
justamente a falta de consciência de quem consome e compra que faz esse
universo crescer, se estabilizar e criar um ciclo cruel de assaltos, mortes e
terrorismo.
A minha
geração já cresceu “acostumada” a esse ambiente onde “favela é lugar de
tráfico”. Todas as pouquíssimas vezes que subi a um morro, tive a sensação que
estava vivendo uma “experiência antropológica”, porque é assim que quem mora no
asfalto pensa, infelizmente.
Se
refletirmos um pouco, só há comércio quando há lucro. Muitas vezes, o indivíduo
inicia seu consumo de drogas por nada, por curiosidade em experimentar e saber
no que vai dar. Se não são os amigos, o próprio incentivo vem de dentro de
casa, com os pais, ou irmãos. Daí, a pessoa começa aos poucos e, dependendo do
hábito, vai aumentando seu consumo até se tornar um viciado. Ok, nem todos são
viciados. Fumam às vezes, dependendo do ambiente, da ocasião, seja numa festa,
seja num show, num encontro de amigos. Há os que têm “ideologia” e procuram
cultivar sua própria horta caseira, tendo sua droga produzida em casa mesmo,
para consumo próprio apenas. Outros já se arriscam mais um pouco e sempre
conhece um parceiro-gente-boa que fornece. Porém muitos nem sequer sabem como
aquela droga chegou até ali, apenas consomem, porque alguém trouxe, alguém
comprou.
Sabe
aqueles ciclos que aprendemos na escola sobre como surgem as coisas? Como surge o bebê, como nasce o fruto, como é feito um carro, os
produtos de origem vegetal, animal, mineral, o ciclo da água etc. Pois então,
essas crianças cresceram, aprenderam conceitos fundamentais da vida, mas
esquecem de raciocinar a origem de sua droga consumida. Não
digo aqui que o que é ilegal é mais prazeroso, porque o cigarro e a bebida
alcoólica são consumidos tão quanto e são legalizados. Então, por que é tão
legal consumir drogas?
O tráfico
amedronta qualquer cidadão. Mas para muitos, ele só aparece quando estoura uma
bomba na cidade, como aconteceu nessa última semana na cidade do Rio de
Janeiro. A onda de medo, criada pelos traficantes, mais uma vez assustou a
população nacional. Mais uma vez, fomos obrigados a nos trancar em casa,
desmarcando nossos compromissos, vivendo uma rotina atípica. Assistimos
estarrecidos pela televisão a fuga de centenas de bandidos de uma comunidade
para outra, ainda mais perigosa, ainda mais preparada para enfrentar a polícia.
Muitos aplaudiram e se emocionaram quando presenciaram as tropas de elite das
polícias militar e civil, e ainda as três forças armadas invadindo as favelas
com toda estratégia de guerra. A guerra estava acontecendo ao vivo, diante de
nossos olhos. Ficção ou realidade? Tropa de Elite 3? Sim, muitos filmaram os
ataques como um verdadeiro documentário para depois vender tais cenas como mais
um filme policial. A ficção de “Tropa de Elite” virou “fichinha” perto da
realidade do Complexo do Alemão.
Por um
lado, o Estado tenta conter o poder do tráfico, criando as chamadas UPPs
(Unidade Pacificadora da Polícia) em algumas favelas, realizando ataques a
essas comunidades, como aconteceu neste domingo histórico (28 de novembro),
quando todos acompanharam pela TV full
time. O resultado final parece ser satisfatório, com apreensão de toneladas
de drogas, munições e 20 prisões. Mas isso é pouco, muito pouco. Das centenas
de cabeças que fugiram diante da TV, com armas na mão, a grande maioria está
desaparecida. Para onde eles foram? Estão escondidos?
E as
outras favelas ainda dominadas pelo tráfico? E os policiais envolvidos em
corrupção? E os traficantes de classe média alta, misturados nas faculdades,
nos condomínios, nas raves, nas baladas, na praia? Por último, não menos
importantes, e os consumidores desse comércio? Onde estão?
O que mais
escutei nesses últimos dias foi a revolta dos cidadãos cariocas, crendo que a
única saída para o fim do tráfico é o extermínio em massa desses traficantes e
bandidos. “Prender para quê? Tem que matar todo mundo”. Nessa cadeia alimentar,
matar os produtores não adianta em nada. “Rei morto é rei posto”. Morre um
traficante, nascem três. Mas se pararem de comprar? Se a oferta for maior que o
consumo? Será que essa indústria se sustentaria? Quantos perderiam o “emprego”?
Quantos deixariam de ganhar? Quantos deixariam de morrer? Quantos deixariam de
matar?
O problema
que o consumo de drogas virou uma questão cultural. Passou a ser normal
consumir na sociedade moderna. Achamos absurdas as sociedades que
misturam religião e política, com massacres de civis em regiões islâmicas,
mulçumanas etc.. Achamos desumano as sociedades machistas que ainda admitem pena
de morte ao adultério das mulheres com enforcamento ou apedrejamento. Achamos o
cúmulo sociedades vivendo sob ditaduras, com prisões e mortes covardes. Mas não achamos absurda a banalização da
droga. Por quê?
O bem
vence o mal, para quem acredita que o mal pode ser evitado por nós mesmos,
começando pelas nossas atitudes conscientes. Não sou demagogo, muito menos
purista. Não sou utópico nem idealista, mas acredito que a única salvação é o
caminho do bem.
25 de novembro de 2010
Lamentável mundo cão
Estamos
vivendo mais uma vez uma época de “salve-se
quem puder”. O Rio volta a ser manchete por conta dos inúmeros ataques dos
bandidos em toda cidade. Eles estão reagindo contra as UPPs, o governo diz que
está contra-atacando, mas quem sofre mesmo somos nós, cidadãos.
Quem achou
que os bandidos iriam apenas fugir
dos morros, onde essas unidades pacificadoras da polícia estão sendo
instaladas, foi ingênuo demais. Era óbvio que mais cedo ou mais tarde eles
iriam reagir ao cerco que a polícia e o Estado estão fazendo para acabar com o
tráfico nas favelas cariocas. Acontece que a reação da polícia não está sendo
suficiente para conter essa onda de violência absurda que toma conta dos
bairros.
E o que
fazemos? Trancafiamos-nos em nossos lares, porque afinal de contas somos nós os
verdadeiros presos.
Faz pouco
mais de um ano que vivi uma das piores experiências da minha vida na cidade,
quando houve um princípio de arrastão dentro do Túnel Santa Bárbara, bem na
hora que eu ia para meu trabalho. Tive que abandonar meu carro, sair correndo,
sem saber o que estava fazendo, porque o medo de morrer faz você correr
desesperadamente. Isso é sobrevida, isso é guerra não declarada, isso é
terrorismo.
Chegaram
afirmar por aí que o tráfico já era, e o perigo está com a milícia... ah é? Então
me expliquem o que está acontecendo agora?
17 de novembro de 2010
Gerações BB, X ou Y
Geração
“baby boomer”- nasceu depois do fim da segunda guerra mundial (décadas de 40 e
50). Tem como característica a construção de uma carreira sólida, com
fidelização ao trabalho. Uma carreira que realiza e não necessariamente oferece
apenas aporte material. Preocupada com o dever, a segurança em permanecer muito
tempo em uma empresa. Hoje, muitos desses se encontram em posições de chefia,
diretoria ou presidência. Aprenderam a chamar os mais idosos de “senhor e
senhora”, pedir a benção, ver nos mais velhos uma figura de autoridade.
Geração X
– nasceu na segunda metade dos anos 60 e década de 70. Brasil vivia a ditadura
militar e, em seguida, as Diretas Já, com a volta da democracia. Época da AIDS,
dos grupos de jovens músicos revolucionários, geração Coca-cola, com a
tecnologia entrando de vez em
casa. Apesar das mudanças de moedas, época de TV com controle
remoto, videocassete, os primeiros PCs. Essa geração quer trabalhar mais, para
ganhar mais dinheiro. Apegado aos títulos, aos cargos, às posições, mérito de
muito esforço que teve. Tem uma certa resistência à tecnologia, não é tão conectado
à inovação, e tem sua forma própria de trabalhar, focada.
Geração Y
– nasceu meados da década de 80 e toda década de 90. Já tem na bagagem uma
democracia feita e uma economia aberta, com fortalecimento do real. O
computador e o celular já chegam com força total. A internet abriu as portas
para essa nova geração, que está voltada para o prazer. Não quer um trabalho
sisudo, fechado, nem um chefe que determina apenas suas tarefas, sem que ele
possa participar, contribuir com suas idéias. Ele é mais impulsivo, mais
impaciente, visa subir logo na carreira, mesmo que em pequenos passos, porém
constantemente. E se aquela empresa não lhe valoriza, ele procura outra, mesmo
sendo a concorrente. Se a proposta for boa, e o retorno financeiro for
compensador, muda sem medo de arriscar.
Essas
diferenças já estão tão evidentes que é impossível não haver conflitos de
idéias, interesses e conceitos. Dentro de uma empresa, o que se percebe são
chefes ou retrógrados, mas com experiência e anos de casa, ou jovens que já
estão assumindo em pouco tempo cargos de chefia, com ousadia e talento. No
final das contas, o que vale é a competência, seja do jovem, seja do mais
experiente.
Independente
de sua idade, em qual geração seu perfil encaixa melhor? Você prefere
estabilidade e ser fiel à mesma empresa durante anos; ou procura sempre o
aperfeiçoamento, conquistando títulos e posições e buscando ganhar sempre mais;
ou nunca está satisfeito com o emprego atual e sempre busca novos desafios,
novas experiências e oportunidades de emprego onde quer que seja e onde paga
mais?
Saiba mais
nas matérias especiais que o Jornal Globo promove durante essa semana.
Primeira
matéria.
Vale a pena ver esse vídeo que resume tudo isso e mais um pouco!
10 de novembro de 2010
O mulato da gafieira (conto)
Mônica era
praticamente casada. Vivia um romance há seis anos com um cara bacana, daqueles
que fazem amizade fácil. Sentia-se realizada, e só não se casava mesmo, de
papel passado, porque não tinha dinheiro para bancar a festa. Ah... a festa!
Ela sonhava com uma grande recepção, com banda, jantar e muitos convidados.
Só faltava ela
passar para o concurso público, e ele também. Os dois fizeram direito e já
estudavam juntos há dois anos. O trato era: quando o primeiro passar na prova,
já marcava a data do casamento.
Em meio ao
estresse dos estudos, da pressão diária, Mônica resolveu investir seu talento
na dança. Ingressou em uma academia no centro da cidade e começou suas aulas na
turma de iniciantes, sempre às terças e quintas. Em um ano, ela dançava mais
que mulata de escola de samba. Os estudos não foram esquecidos, mas aquele
empenho e dedicação de antes foi ficando para trás. Bem diferente de seu
namorado, que continuava estudando rigorosamente todos os dias.
(Cont.)
9 de novembro de 2010
Filmes sobre Mundo Corporativo
O jornal O
Globo fez uma lista com alguns filmes que têm como temática os desafios do
mundo corporativo, desde exemplos de superação como “O diabo veste Prada” e “À
Procura da Felicidade”, até a falta de ética e valores como “O que você
faria?”.
O meio corporativo vem estimulando o ser humano a
superar seus limites e chega a provocar seus instintos mais primitivos. A
competição no mercado de trabalho mostra como estamos sujeitos a todo tipo de
prova. Não basta ter talento, ser um bom profissional, é preciso mostrar
capacidade de superação.
Alguns
vencem porque têm determinação, mas isso apenas nem sempre funciona. O que mais
presenciamos é o profissional com valores duvidosos, quando a ética e bom senso
passam longe. O famoso “puxar o tapete” torna-se mais comum em certas empresas,
porque muitas vezes isso é incentivado pelo próprio chefe. No final, o que
conta são os resultados. O quanto o profissional lucrou com sua “jogada de
mestre”.
Daí, a
vontade de abandonar esse mercado é cada vez maior. Muitos procuram no concurso
público uma saída para uma carreira profissional mais tranqüila tanto no ritmo
de trabalho quanto na recompensa financeira. Em compensação, por outro lado, a
competição nesses concursos é absurdamente maior. Já outros preferem trabalhar
por conta própria, abrindo um pequeno negócio, mas com grandes desvantagens,
sem incentivo fiscal, por exemplo.
O estímulo
à superação é saudável e faz parte do gerenciamento de toda equipe, porém há
uma tênue fronteira entre o equilíbrio e o absurdo. Uns apostam alto, abrem mão
de uma qualidade de vida e uma vida sociável, em prol da família. É comum
perceber os efeitos do estresse diário, os cabelos brancos, as doenças
crônicas, fora o mau humor peculiar dos big
boss e, consequentemente, dos seus subordinados.
Não deixa
de ser um grande desafio diário ultrapassar essas desvantagens, os medos, os
excessos, as frustrações e as ameaças constantes. Uma dica é tentar se desligar
por completo quando estiver fora do ambiente de trabalho. Ocupar a mente com
coisas saudáveis e que proporcionam prazer, como um bom filme após o expediente
ou caminhar à beira mar. O importante é relaxar!
Confira a lista
7 de novembro de 2010
É minha lei
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
É minha
lei
Cuidar do
próximo
Pregar a
paz e agir com calmaria
É minha
lei
Desvendar
os mistérios do ser
Decifrar
os códigos do além-mundo
Descobri o
sentido da vida
É minha lei
Fazer
novas amizades
E cultivar
as antigas
É minha
lei
Acordar bem
disposto
Abrir o
sorriso para o mundo
E espalhar
boas energias
É minha
lei
Enfrentar
as desigualdades
Criar
coragem contra os medos
Tirar da
cartola o trunfo para sorte
Duvidar
dos espertos
E alertar os
inocentes como criança
É minha
lei
Amar uma
só mulher
E ser
correspondido
Ser fiel,
na saúde ou na doença
É minha
lei
Tentar não
julgar
Não
zombar, ignorar ou prejudicar
Não
brigar, mas apaziguar
É minha
lei
Expressar
meus sentimentos
Assobiar
meus cantos
Sonhar
minhas vontades
E chorar quando emocionado
É minha
lei
Derramar
lama aos corruptos
Derrubar
os insultos e os pobres de espírito
É minha
lei
Ser único
Ser
autêntico
Ser
verdadeiro
É minha
lei
Amar a
família
Honrar pai
e mãe
Felicitar
os irmãos
Beneficiar
a vida
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
5 de novembro de 2010
Sabiá Laranjeira
Assobiar
ou assoviar? Tanto faz, os dois estão certos.
“Assobiar:
executar assobiando, apupar, zunir com som agudo”...
Meu canto
sai como assobio dos pássaros
Desde
garoto, aprendi assobiar como raros
Vou do
grave ao agudo num sopro só
Sou capaz
de escolher a escala do meu dó
Entre
letra e música
Quando não
esqueço, troco a letra, então...
Resta-me a
música.
Muitas
vezes, sem perceber, me pego assoprando
Uma cantiga
fácil, como se estivesse sozinho no canto
Assobiar é
um dom que já nasce sabendo
Mas pode
ser aperfeiçoado conforme o tempo.
Ouvia meu
pai e meu avô, cada um com seu talento
Cheio de
técnicas para segurar o alento
Há quem
diga que parece um instrumento natural
Mas há os
que não suportam o tormento matinal
Para mim
não importa o seu aval
Continuo
assobiando para meu feliz astral.
4 de novembro de 2010
Sonho mediúnico
Esta
noite tive mais um sonho mediúnico e desta vez sonhei com minha avó paterna.
Como nos anteriores, o que mais me impressiona nesses sonhos é a realidade do
acontecido, como se eu estivesse vivendo exatamente aquilo acordado.
Estava em
minha casa, com a companhia da minha mãe, e fui à direção da janela para abrir
as persianas quando a campainha tocou. Eu continuei abrindo a cortina, enquanto
minha mãe se encaminhou à porta. Achei estranho alguém tocar a campainha porque
não estava aguardando ninguém. Quando abriu, lá estava ela na entrada, minha
avó.
Por um
segundo, não estava acreditando na minha visão, pois ao mesmo tempo que eu
reconhecia minha avó, eu sabia que ela estava “morta”. Minha mãe também ficou
surpresa e ficou parada na porta, enquanto minha avó adentrava a sala. Estava
muito bem arrumada, com uma blusa verde de gola alta, o cabelo volumoso,
grisalho, penteado para o alto, conforme ela gostava de arrumar. Parecia bem
disposta, saudável, serena, bem diferente do quadro doente e fragilizada quando
nos deixou.
Ela
estava diante de mim e eu a via bastante emocionado, surpreso e com a certeza
que tal situação não parecia tão absurda, em princípio, porque por um instante
aquilo me parecia familiar, como que já soubesse que ela, na verdade, não
estaria morta. Não sei explicar exatamente essa estranha sensação, mas o que me
recordo é justamente meu diálogo, em que dizia: “nossa, então eu estava certo
em meu sonho. Você me aparecia assim... como a senhora está agora. Muito bem e
viva! Olha, como fiquei arrepiado”, e eu mesmo apontava para meu braço,
enquanto ela me olhava.
O pouco
que ela falou me marcou profundamente. Disse que tinha feito uma cirurgia
espiritual, apontava a mão na região da garganta, como se não pudesse falar
muito para poupar a voz, e que estava se recuperando “nesta nova etapa da
vida”.
Mais uma
vez, minha emoção falou mais alto e, quando menos esperava, acordei assustado.
E quando acordei, aquelas imagens de minha avó muito bem disposta e feliz na
sala de estar estavam ainda muito vivas, claras, extremamente reais para mim.
Fiquei
alguns minutos, sem noção de tempo, atordoado comigo mesmo, sem saber o que
pensar sobre tal sonho. Ao mesmo tempo, a emoção tomou conta e fiquei
extremamente feliz por ter vivido, mais uma vez, uma experiência mediúnica tão
forte quanto foi a primeira, quando sonhei com meu avô.
Tal sonho
me mostrou uma realidade diferente da que temíamos, de um espírito em
sofrimento e angústia. Estamos longe de saber sobre a misericórdia divina, porque
apenas Ele é capaz de nos compreender e saber quando estamos recuperados,
conscientes e prontos para reconhecer a verdade da vida, o caminho e a luz.
Fiquei muito feliz e saudoso em reencontrá-la, e aproveito para agradecer essa
oportunidade única.
Leia também - Os sonhos falam...
1 de novembro de 2010
O país dos sonhos possíveis
Definitivamente
não sei falar sobre política. Não sou politicamente engajado, não discuto sobre
as propostas de governo, as disputas eleitorais etc. Mas como cidadão, acho
importante tentar entender essa máquina que muda (ou não) de quatro em quatro
anos e que pode (ou não) transformar a vida de muitas pessoas. Ser ou não ser
um bom presidente – para mim – é muito subjetivo. Primeiro porque sabemos que o
poder não se concentra em uma única pessoa apenas. Pode haver sim, a imagem de
um líder político, carismático ou não, que pode alavancar ou destruir a imagem
de um país.
Talvez
estejamos vivenciando uma Era Lula que poderá ser comparada a Era Vargas daqui
a décadas, nas escolas e academias. A figura do Lula se tornou positiva de
verdade publicamente depois de três derrotas nas disputas presidenciais. Até
então ele era visto como uma ameaça perigosa, um analfabeto sem preparo algum,
que iria denegrir a imagem do Brasil externamente. Seu português errado, sua
imagem grosseira de um operário com barba, seu discurso radical e ferrenho
tiveram que ser amenizados, amaciados, embelezados e preparados para ser
“aceitos” pelo povo e parte da elite brasileira que, convenhamos, deu um voto
de confiança em 2002.
Apesar
dos inúmeros escândalos políticos que marcaram seus dois mandatos,
principalmente o primeiro, a imagem do Lula “nunca na história desse país” foi
tão valorizada e querida pelo povo. A resposta nas urnas dessa eleição, que
elegeu a primeira presidenta do país, demonstra que, se fosse possível, Lula
teria seu terceiro mandato. Com certeza, muitos não votaram na pessoa Dilma, e
sim no partido, ou melhor, na substituta do insubstituível Lula. Nossa nova
presidenta não tem a metade do carisma que Lula conquistou durante anos, não
tem uma trajetória política respeitável, muito menos um discurso eloqüente e emocionado
que as lágrimas e a vibração de Lula.
Mas há de
convir que o Brasil está caminhando – a passos largos – para um país
transformador. Onde trabalho e com quem convivo, vejo essa transformação
acontecer a cada momento. A inovação tecnológica hoje é uma realidade no nosso
país, recebendo reconhecimento internacional. São mais jovens entrando nas
universidades públicas ou privadas do país. São famílias planejando um futuro,
financiando sua casa, comprando bens duráveis. O Brasil é um país em
crescimento e muito bem quisto lá fora. Em um discurso do Lula, em que estive
presente, ouvi a seguinte frase: “Deixo o governo com a certeza que o
brasileiro hoje não se sente mais envergonhado lá fora. Hoje, erguemos a cabeça
e temos orgulho de dizer que somos brasileiros, porque sabemos que somos respeitados”. Finalmente, o Brasil deixou de ser apenas o país do futebol, do
carnaval, das praias bonitas e de mulheres sensuais. Passamos exportar
conhecimento, tecnologia, cultura.
Confesso
também que ainda sinto falta de um patriotismo de verdade. Senti uma certa
inveja ao ver bandeiras da Argentina penduradas em todo canto desse país, seja
num palácio, seja num estádio, seja num casebre. Por aqui, só vemos bandeiras
em época de Copa, infelizmente.
Independente
de partido ou líder político, quero acreditar no meu país como um lugar em
transformação contínua. Quero acreditar no presidente eleito hoje, daqui a
quatro anos, daqui a cinqüenta anos, para as próximas gerações.
26 de outubro de 2010
Juventude - uma vida de “big brother”
Final da adolescência início da fase adulta é um momento de muitas descobertas, mas também de conflitos internos e auto-afirmação. Os jovens são críticos por natureza e não perdoam qualquer tipo de atitude que foge da “normalidade”, mesmo sabendo que nessa fase nada é 100% normal. Ao começar pelas descobertas sexuais.
Quando você é jovem, perder a virgindade é uma questão de honra e afirmação da masculinidade entre os amigos, principalmente. Se não arranja um sexo com alguma menina da sua idade, ou com as mais “experientes”, procura as profissionais mesmo. E aí é que está o primeiro conflito. Quem disse que o garoto tem que perder a virgindade logo cedo, com seus 14 anos ou até menos? E por que tem que pagar para transar com uma estranha?
Ser popular na escola, ter boa lábia, conquistar as meninas mais sebosas e, obviamente, as mais gostosas do colégio parece ser o mais importante para um garoto considerado “normal” para essa faixa etária. E aquele que não se encaixa nesse perfil, já pode ser considerado marginal, esquisito, ou problemático.
Passar por essa fase da vida “ileso” não é garantia de que o adulto em que este jovem irá se tornar será bem resolvido com ele mesmo. Muitas vezes, o adulto cresce, mas continua com pensamento infanto-juvenil, querendo mostrar para os outros aquilo que ele muitas vezes não é. É claro também que as preocupações são outras, os problemas são muito mais sérios que isso. Mas quando o jovem enfrenta certos problemas chamados de “gente grande”, eles são desafiados a crescerem de forma rápida e drástica. Isso acontece, por exemplo, quando se torna órfão, quando passa por uma doença grave, ou questões financeiras etc.
Realmente, uns amadurecem e se tornam adultos respeitáveis. Já outros não aguentam a carga e acabam entrando em caminhos tortuosos, perigosos e, quando não, mortais, se “fazendo de vítima das circunstâncias”.
No inteligente filme “As melhores coisas do mundo”, os conflitos peculiares dos jovens estão lá: puberdade, sexualidade, relacionamentos, frustrações amorosas, desejos, problemas familiares, escolares etc. Em princípio, pode parecer um filme para essa idade, mas não é. Com quase trinta anos, eu me vi em alguns momentos do filme, se não agora, pelo menos pela lembrança das mesmas histórias vividas enquanto adolescente, terminando o antigo ensino médio.
Na história, Mano é um jovem de 15 anos que parece ser como outro qualquer, mas não é bem assim. Ao contrário dos seus amigos, ele não teve coragem de ir para cama com uma prostituta, não tinha lábia fácil para conquistar as meninas de sua idade e era apaixonado pela garota mais bonita (traduz: a mais gostosa) da escola. Estudava violão para impressionar as meninas. Seu melhor amigo na verdade era uma menina que andava entre os garotos, e que era a única para quem ele contava seus segredos. Admirava seu irmão um pouco mais velho que ele, por ser um cara mais “safo”, ser músico e poeta, namorar uma linda garota e levar uma vida tranquila, aparentemente sem complicações.
Talvez Lulu Santos traduzisse bem em suas letras um pouco de Mano e tantos outros garotos dessa idade. “Faltava abandonar a velha escola, tomar o mundo feito coca cola, fazer da minha vida sempre o meu passeio público, e ao mesmo tempo fazer dela o meu caminho só, único”, ou ainda “Os garotos da escola só a fim de jogar boa, e eu queria ir tocar guitarra na TV; aí veio a adolescência, e pintou a diferença, foi difícil de esquecer. A garota mais bonita, também era a mais rica, me fazia de escravo do seu bel prazer”.
Mas ao longo do filme, principalmente depois da separação de seus pais e a descoberta que seu pai tem uma nova companhia (no caso, um novo companheiro), seus problemas aumentam de forma incontrolável. Mesmo nos tempos modernos, como passar ileso numa conturbada fase da vida, quando o seu pai tem um namorado e toda sua escola fica sabendo disso? Daí entra a questão em voga do bullying (intimidação), hoje tão discutido nas escolas. Mano sofre e até apanha por preconceito dos outros garotos. Mas como ele mesmo afirma, o problema não é só com ele. Na verdade, ele é a vítima da vez, porque qualquer jovem está sujeito a passar por constrangimento, exposição e preconceito entre seus colegas. “Vivemos em um big brother do mal”, ele diz revoltado no pátio do colégio. E realmente o que se tem hoje, facilitado ainda mais pelas mídias digitais, é uma exposição exacerbada e inescrupulosa da vida alheia. Ninguém pode peidar debaixo do edredom porque no final todo mundo vai sentir o cheiro, de uma maneira ou de outra. E com certeza vão rir da sua cara, sem piedade.
O que achei interessante, talvez porque na minha época de escola não era tão comum assim, é como os jovens hoje vivem interligados e até viciados em tecnologia em tempo integral. A fofoca chega por torpedo. Uma das alunas do colégio é praticamente uma paparazza juvenil, que anda para todo canto da escola com sua máquina digital, sempre pronta para captar a imagem de alguém em situação suspeita, e depois jogar em seu blog sensacionalista para criar polêmica.
Os educadores de agora têm preocupações a mais por conta disso, assim como os pais desses jovens. Não basta educar, tem que acompanhar de perto esse avanço tecnológico, pelo menos para entender a língua dos jovens e como a Internet, através de sites de relacionamentos, comunidades online, blogs etc., interfere na vida deles.
Esse olhar crítico dos jovens está cada vez mais aguçado, apurado e, portanto, perigoso. Não existe inocente nesse jogo. O que deve existir sempre é limite dado pelos pais, principalmente. Mas isso é papo para outro post.
O que é legal citar aqui é como às vezes nós, já adultos, não percebemos como essa fase é importante para o resto das nossas vidas, seja para o bem, seja para o mal. É nessa fase que estamos formando nossa personalidade, nossos princípios, nossos ciclos de amizade, nossa conduta para vida. Aos que passaram por essa etapa cheio de dúvidas e conflitos, podem se tornar adultos emocionalmente perturbados ou, no mínimo, mal resolvidos consigo mesmo, transferindo ao próximo seus medos, suas culpas, suas frustrações.
É claro que isso não vale para todos. Muitos conseguem crescer de fato e perceber que isso foi apenas uma fase chata da vida, sem muitas boas lembranças para contar. Ninguém vai “morrer” se não foi o mais popular, o mais inteligente, o mais pegador, o mais querido etc. Não somos programados para sermos o máximo, pelo menos não deveríamos.
Quando você é jovem, perder a virgindade é uma questão de honra e afirmação da masculinidade entre os amigos, principalmente. Se não arranja um sexo com alguma menina da sua idade, ou com as mais “experientes”, procura as profissionais mesmo. E aí é que está o primeiro conflito. Quem disse que o garoto tem que perder a virgindade logo cedo, com seus 14 anos ou até menos? E por que tem que pagar para transar com uma estranha?
Ser popular na escola, ter boa lábia, conquistar as meninas mais sebosas e, obviamente, as mais gostosas do colégio parece ser o mais importante para um garoto considerado “normal” para essa faixa etária. E aquele que não se encaixa nesse perfil, já pode ser considerado marginal, esquisito, ou problemático.
Passar por essa fase da vida “ileso” não é garantia de que o adulto em que este jovem irá se tornar será bem resolvido com ele mesmo. Muitas vezes, o adulto cresce, mas continua com pensamento infanto-juvenil, querendo mostrar para os outros aquilo que ele muitas vezes não é. É claro também que as preocupações são outras, os problemas são muito mais sérios que isso. Mas quando o jovem enfrenta certos problemas chamados de “gente grande”, eles são desafiados a crescerem de forma rápida e drástica. Isso acontece, por exemplo, quando se torna órfão, quando passa por uma doença grave, ou questões financeiras etc.
Realmente, uns amadurecem e se tornam adultos respeitáveis. Já outros não aguentam a carga e acabam entrando em caminhos tortuosos, perigosos e, quando não, mortais, se “fazendo de vítima das circunstâncias”.
Na história, Mano é um jovem de 15 anos que parece ser como outro qualquer, mas não é bem assim. Ao contrário dos seus amigos, ele não teve coragem de ir para cama com uma prostituta, não tinha lábia fácil para conquistar as meninas de sua idade e era apaixonado pela garota mais bonita (traduz: a mais gostosa) da escola. Estudava violão para impressionar as meninas. Seu melhor amigo na verdade era uma menina que andava entre os garotos, e que era a única para quem ele contava seus segredos. Admirava seu irmão um pouco mais velho que ele, por ser um cara mais “safo”, ser músico e poeta, namorar uma linda garota e levar uma vida tranquila, aparentemente sem complicações.
Talvez Lulu Santos traduzisse bem em suas letras um pouco de Mano e tantos outros garotos dessa idade. “Faltava abandonar a velha escola, tomar o mundo feito coca cola, fazer da minha vida sempre o meu passeio público, e ao mesmo tempo fazer dela o meu caminho só, único”, ou ainda “Os garotos da escola só a fim de jogar boa, e eu queria ir tocar guitarra na TV; aí veio a adolescência, e pintou a diferença, foi difícil de esquecer. A garota mais bonita, também era a mais rica, me fazia de escravo do seu bel prazer”.
Mas ao longo do filme, principalmente depois da separação de seus pais e a descoberta que seu pai tem uma nova companhia (no caso, um novo companheiro), seus problemas aumentam de forma incontrolável. Mesmo nos tempos modernos, como passar ileso numa conturbada fase da vida, quando o seu pai tem um namorado e toda sua escola fica sabendo disso? Daí entra a questão em voga do bullying (intimidação), hoje tão discutido nas escolas. Mano sofre e até apanha por preconceito dos outros garotos. Mas como ele mesmo afirma, o problema não é só com ele. Na verdade, ele é a vítima da vez, porque qualquer jovem está sujeito a passar por constrangimento, exposição e preconceito entre seus colegas. “Vivemos em um big brother do mal”, ele diz revoltado no pátio do colégio. E realmente o que se tem hoje, facilitado ainda mais pelas mídias digitais, é uma exposição exacerbada e inescrupulosa da vida alheia. Ninguém pode peidar debaixo do edredom porque no final todo mundo vai sentir o cheiro, de uma maneira ou de outra. E com certeza vão rir da sua cara, sem piedade.
O que achei interessante, talvez porque na minha época de escola não era tão comum assim, é como os jovens hoje vivem interligados e até viciados em tecnologia em tempo integral. A fofoca chega por torpedo. Uma das alunas do colégio é praticamente uma paparazza juvenil, que anda para todo canto da escola com sua máquina digital, sempre pronta para captar a imagem de alguém em situação suspeita, e depois jogar em seu blog sensacionalista para criar polêmica.
Os educadores de agora têm preocupações a mais por conta disso, assim como os pais desses jovens. Não basta educar, tem que acompanhar de perto esse avanço tecnológico, pelo menos para entender a língua dos jovens e como a Internet, através de sites de relacionamentos, comunidades online, blogs etc., interfere na vida deles.
Esse olhar crítico dos jovens está cada vez mais aguçado, apurado e, portanto, perigoso. Não existe inocente nesse jogo. O que deve existir sempre é limite dado pelos pais, principalmente. Mas isso é papo para outro post.
O que é legal citar aqui é como às vezes nós, já adultos, não percebemos como essa fase é importante para o resto das nossas vidas, seja para o bem, seja para o mal. É nessa fase que estamos formando nossa personalidade, nossos princípios, nossos ciclos de amizade, nossa conduta para vida. Aos que passaram por essa etapa cheio de dúvidas e conflitos, podem se tornar adultos emocionalmente perturbados ou, no mínimo, mal resolvidos consigo mesmo, transferindo ao próximo seus medos, suas culpas, suas frustrações.
É claro que isso não vale para todos. Muitos conseguem crescer de fato e perceber que isso foi apenas uma fase chata da vida, sem muitas boas lembranças para contar. Ninguém vai “morrer” se não foi o mais popular, o mais inteligente, o mais pegador, o mais querido etc. Não somos programados para sermos o máximo, pelo menos não deveríamos.
25 de outubro de 2010
Black Eyed Peas - show carioca
Assisti ontem ao show espetáculo do Black Eyed Peas na
Apoteose. Show deste porte, só vi da Madonna no Maracanã. Confesso que me
surpreendeu, já que assisti (ou tentei assistir) o último show no réveillon em
Ipanema, há três anos. Eles transformaram o show em uma grande boate com a
pista bombando. Foram pouquíssimas músicas que eu desconhecia, o que é raro num
show de duas horas para quem não é tão fã assim (a ponto de conhecer todo
repertório da banda). Mas convenhamos que se tratando de BEP é difícil – mesmo para
quem não curte – não conhecer suas músicas que estão em todas as rádios pops,
nas festas, nas academias etc.
Apesar da chuva fina, do atraso absurdo de quase uma hora e
meia e alguns caras que se misturavam entre a galera na pista para roubar na
cara dura, o show valeu muito a pena! Destaque para participação especialíssima
de Jorge Bem Jor que mandou muito bem cantando “Chove chuva” acompanhado do fã
Will.I.Am e de Fergie, que não se cansava em se esfregar nele. Aliás, Fergie é
show a parte e cantar é o que menos importa nessa mulher. Suas caras e bocas,
suas danças sensuais e seu figurino que valorizava (e muito!) seu belíssimo
corpo, mostra que ela é unanimidade entre nós homens e representa bem “Fergalicious/
Glamorous”!
Will.I.Am mostrou seu lado DJ tocando um mix de Michael
Jackson, Guns, Red Hot Chili Peppers etc, não deixando de cantarolar “chove
chuva, chove sem parar”, enquanto caía a tal chuva fininha na pista.
Pena que o som estava baixo, e não sei se a escolha pela
Apoteose contribuiu para isso. Aliás, esse era um show para Maracanã, mas como
este está em obra, não restou outra opção (será?). O palco era total righ-tech
com telas de alta definição, show de luzes e tudo que um mega-show tem direito.
A impressão que ficou que eles realmente rendem homenagem ao
Brasil, mais especificamente ao Rio. Diferente de várias bandas internacionais
que vêm aqui e parecem indiferentes ao público em questão, eles mostraram que
gostam da cidade, com toda sua diversidade, e principalmente do público carioca
(indiscutivelmente) mais animado e receptivo (às vezes até demais!)
Ler mais sobre show
20 de outubro de 2010
Uma prova de amor
Há aqueles
filmes que você sabe que é bom, mas sabe também que é triste... Assisti ao
filme “Uma prova de amor” (ou My Sister´s keeper) e este é um desses.
Quando nos
deparamos com uma situação de morte iminente na família, a primeira reação é de
desespero, medo e depressão. Logo em seguida, vem a busca por possíveis
soluções, tratamentos que, se não curam totalmente, pelo menos amenizam a dor,
o sofrimento. E o câncer é uma doença que transforma vidas, tanto de quem a tem
quanto das pessoas que convivem.
No filme,
Sara é uma mãe que tem um objetivo único: salvar a vida de sua filha Kate, que
tem leucemia descoberta aos dois anos de idade. A menina precisa de um doador
compatível e, em último recurso, os pais seguem o conselho do médico de gerar
um filho geneticamente compatível com Kate. Então nasce Anna – uma menina
adorável que ama sua irmã incondicionalmente, mas que – ao contrário de sua mãe
– aceita as condições de Kate.
O grande
lance do filme é quando a pequena Anna, de apenas onze anos, procura por conta
própria um famoso advogado para ir contra seus próprios pais na justiça,
buscando a emancipação médica. Isso significa que Anna vai contra aos
princípios da mãe e, em princípio, parece ser uma atitude desumana e, portanto,
absurda. Como pode alguém rejeitar tentar salvar a vida da própria irmã? A
reação atônita dos pais não poderia ser diferente.
Mas o longa
mostra que a história não é bem assim. Ao longo do filme, o que se percebe é o desespero
de uma mãe que faz de tudo para tentar salvar a vida de sua filha, mesmo que
seja necessário “agredir” a saúde da irmã caçula – projetada para isso. O amor
cego e, até certo ponto, egoísta da mãe gera conflitos familiares, até mesmo
entre marido e mulher.
Em uma
bela cena, a Kate – entrevada numa cama de hospital há tempos – pede para o pai
que a leve para ver o mar. Ele então pede permissão ao médico e com seu
consentimento reúne a família mesmo contra gosto da mãe para satisfazer a
vontade de sua filha doente. A mãe só percebe depois que aquela atitude do pai –
em princípio irresponsável– era na verdade uma prova de amor, para ver sua
filha doente e debilitada em um momento de prazer e felicidade.
Diante de
nossa cegueira e de nosso egoísmo, somos capazes de enfrentar a tudo e a todos,
sem medir as conseqüências e – o mais importante – sem saber a verdadeira
vontade de quem sofre dessa terrível doença que destrói aos poucos não só o
corpo, como a auto-estima e o amor próprio. “Enquanto houver esperança,
lutaremos”! Ok, acredito nisso. Mas não podemos ir contra a única certeza da
vida: a morte, ou melhor, a morte terrena.
Para
terminar, conto aqui uma triste passagem de uma filha que vivenciou a morte da
mãe, após anos de sofrimento por conta de um câncer que se tornou metástase. Ao
ver o desespero de dor que sua mãe sentia, em fase terminal, ela e os irmãos
tinham consciência que o desencarne era apenas uma questão de tempo. Eles só
queriam acabar com todo sofrimento, então, a filha perguntou:
“Mãezinha,
há um remedinho, que se a senhora desejar, vai lhe fazer dormir agora e quando
você acordar, estará ao lado do vovô e da vovó, sem dor nenhuma”. E sem esperar
concluir a pergunta, sua mãe murmurou: “onde está esse remédio? Por favor, onde
está?”. Há os que irão julgar tal atitude. Seria uma forma de eutanásia? “Só
Deus tira a vida de alguém”. Concordo também, mas diante de tamanho sofrimento,
não seria um ato de amor maior e desprendimento?
14 de outubro de 2010
Essa tal modernidade
Antigamente, não muito antigamente, os casais se conheciam,
namoravam, noivavam, marcavam o casamento. Daí, vinha a despedida de solteiro,
quando geralmente o homem (apenas o homem), como o nome já diz, se despedia da
vida de mulherengo e fanfarrão para assumir uma família. Casavam, construíam um
lar, e dali em diante constituía mais uma família na sociedade.
A via agora está invertida como num flash back. Os casais
moram juntos, têm filhos, depois marcam casamento, comemoram com os amigos –
agora de forma mais democrática: homens na despedida de “solteiro” e mulheres
no chá de lingerie - e aí sim, estão prontos para dizer SIM no altar. É o
chamado test drive matrimonial. Assim ninguém engana ninguém. Se der certo logo
no início, consolida no papel passado, caso contrário, é só separar as escovas
de dente e pronto!
Antigamente também era comum os pais dos noivos ajudarem ou
na compra da casa nova, ou na festa do casamento, ou nos dois. Hoje, é mais
comum o casal decidir comprar primeiro o apê, montá-lo, para depois, quando o
orçamento ficar mais folgado, juntar uma grana para realizar o tal sonhado
casamento. Casar sempre custou caro, mas a independência financeira hoje é mais
importante que décadas atrás.
No pretérito-mais-que-perfeito, era o pai da noiva que
bancava a festa, enquanto o pai do noivo garantia o dote, ou seja, as terras de
propriedade da família. Até hoje, de alguma forma, acontece isso (geralmente em
famílias endinheiradas), mas deixou de ser tradição.
5 de outubro de 2010
Eles são fiéis
O filme é antigo, mas só agora assisti “Marley e
Eu”. Demorei tanto para ver porque todo mundo que assistiu, independente de ter
cachorro ou não, dizia que tinha chorado. Parece besteira isso, mas eu me
preparei psicologicamente para assistir, já sabendo que ia me lembrar dos meus
velhos cachorros.
O filme é realmente emocionante no final (chega ser uma tortura ver
o animal sofrer e a família acompanhar o processo), mas eu achei muito triste
mesmo. E eu me vi em vários momentos do filme, desde a “escolha” do filhote
(mesmo sabendo que quem nos escolhe é o animal, rs!) até o final. Eu tive dois
cachorros: um fila chamado Lion e a fêmea – uma mistura de pastor alemão com
vira lata – chamada Madonna. Gostava muito dos dois, mas tinha um cuidado e
carinho especial pela Madonna, porque eu criei praticamente sozinho. E eu
explico porquê.
Na época, nós tínhamos uma casa de veraneio, mas enquanto
filhotes eles foram criados no apartamento do Rio
mesmo. O primeiro, Lion, quando chegou, eu era muito novo, tinha meus nove pra
dez anos, e como toda criança, eu só gostava de brincar com o cachorro, sem me
preocupar com as necessidades do animal. Lembro-me que eu e meus irmãos dividíamos
o quarto e dormíamos num treliche, e eu na cama debaixo. Como todo filhote,
Lion nunca dormia a madrugada toda, e acordava para brincar. Eu fingia que
dormia para não ter que ficar brincando com ele, o que sobrava para meus irmãos
mais velhos a tarefa de “entretê-lo” até pegar no sono novamente.
Quando chegou a Madonna, meus irmãos se vingaram e me fizeram cuidar
sozinho dela, inclusive nas madrugadas, quando passei a brincar com ela quase
todas as noites. Por conta disso, me apeguei com a Dona (como a chamava) que
era do estilo “Marley de ser” – incontrolável!
Mais tarde, quando já crescida, ela foi para o tal chalé ser
companheira do Lion, então só nos víamos quando viajávamos final de semana ou férias.
Foram vários episódios engraçados com os dois. A cada ida para a casa, a recepção
era uma festa. Era inevitável impedir que ela pulasse com as patas sujas de
lama na roupa limpa, mas a alegria era tanta que isso não importava
nem um pouco.
Infelizmente, meus cachorros morreram de tristeza, numa época de
quase abandono porque quase não íamos visitá-los. Isso virou uma tortura para
mim. Não tinha idade suficiente para pegar o carro e lá buscá-los. Era
criança, não podia tomar decisão sozinho. O que me
serviu de experiência sobre a responsabilidade de ter um animal doméstico.
Todo mundo que tem um sabe que cachorro é um companheiro para todas
as horas. Lhe ver chorar, e não pergunta nada, mas fica do seu lado. Faz festa
sempre quando lhe ver, mesmo quando você passa um bom tempo distante. Quando
faz besteira, finge que não é com ele e faz “cara” de inocente. Acaba com o pé
do sofá, rouba suas meias, disputa comida e por aí vai. Pode parecer clichê
tudo isso, mas é verdade.
No final do filme, a mensagem resume o que significa um animal tão
amigo na vida do homem: “Um cachorro não precisa de carrões, de casas grandes
ou roupas de marca. Um graveto está ótimo para ele. Um cachorro não se importa
se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração
para ele, e ele lhe dará o dele”.
Saudade grande dos dois.
4 de outubro de 2010
Retrato do Brasil
Tiririca, Romário, Bebeto, Garotinho.
O que faz o povo escolher seus representantes em cargos políticos importantes? Ser inusitado? Ser famoso? Ser populista?
“Você sabe o que os deputados fazem na Câmara? Nem eu. Vote em mim para eu saber”, esse foi o lema do suposto analfabeto Tiririca. Resultado: o mais votado em São Paulo, com mais de um milhão de votos. Já no Rio, Garotinho também foi o mais votado no estado.
Democracia é feita para cabeças pensantes e para quem leva seu país a sério. Não queremos viver em ditadura nunca mais, mas o voto obrigatório leva ao absurdo, ao deboche e ao “descompromisso” com a realidade brasileira.
1 de outubro de 2010
Tem preguiça de ler?
No meu trabalho, escrevo sobre coisas chatas (com devidas
exceções!), para um público específico, mas nem por isso deixo o “bom senso” de lado na hora de escrever.
Falo isso porque, de certa maneira, fico imaginando a paciência de quem lê e o
tempo que este leva para chegar até o final do texto.
Criei o hábito de não ler mais jornal em papel. Prefiro o
online, e por isso só clico na matéria quando a chamada é impactante. Mas nem
sempre uma boa chamada me leva para bons textos. Há textos chatos demais na
internet que parecem ignorar quem é o potencial leitor.
Quando fiz um curso sobre webwriting, a premissa é “não importa a informação a ser
apresentada, seja ela uma notícia em tempo real, um serviço de utilidade ou um
texto institucional, quem precisa criar interesse ao que está sendo apresentado
e tornar clara a informação é o redator”. Portanto, bom senso em primeiro
lugar!
Vivemos numa época em que somos massacrados de informações
por todos os lados. Temos à disposição a tecnologia que permite acesso a essa
informação a qualquer momento e lugar. E o que faz a gente parar para ler e
absorver a informação? Aquilo que não é só interessante por natureza, mas
principalmente o que é bem apresentado, seja em imagens, seja em textos, seja
em interatividade.
O que eu vejo é uma certa “preguiça mental” quando deparamos com tanta opção, mas não temos
paciência para ler e absorver o conteúdo. Mas parte dessa preguiça é causada
pelo escritor. Portanto, o exercício da escrita, até para os mais experientes,
deve ser contínuo. O que você tem para me dizer? Seja criativo e objetivo; me
mostra em linguagem fácil mas não chula e mostre que sua informação é
importante para mim. A persuasão é a
palavra chave.
Então, este texto foi chato para você? Lhe disse alguma
coisa?
30 de setembro de 2010
Conjugar no tempo certo
Talvez não seja ainda o pretérito mais que perfeito
Porque não vejo assim.
Não diria que foi pretérito
imperfeito, mas perfeito também
não foi.
Só sei que o presente
ainda está confuso,
Sem saber como conjugar o futuro.
Não gosto dos imperativos,
prefiro o gerúndio.
Também não gosto do condicional,
muito menos do futuro do subjuntivo
“Se faria, se fizer...”
Adote o futuro,
simplesmente.
“Farei”.
Por enquanto estou no particípio
passado.
“Feito”. Ponto.
29 de setembro de 2010
Frenemies X Amizades
O termo frenemy (friend
+ enemy) em inglês remete à idéia “amigo e inimigo”, ou melhor, aquele que pode
ser considerado um amigo, com defeitos de inimigos (competitivo, invejoso,
pessimista etc). Daí, eu pergunto: estamos rodeados de frenemies?
Uma coisa devemos afirmar: amizade entre mulheres é bem
diferente de amizade entre homens, que por sua vez é bem diferente de amizade
entre ambos os sexos. Mulheres, por natureza, são competitivas entre elas.
Disputam quem é mais bela, mais bem resolvida, mais bem sucedida e por aí vai.
Já amizade entre homens é mais sincera e ao mesmo tempo radical, pois quando um
sacaneia o outro, ou se resolve na “porrada” ou se afastam e ponto. Na amizade
entre homem e mulher, quando não há terceiras intenções, pode parecer a amizade
mais verdadeira, porque não há competições diretamente, não há tempo para
conversas fúteis (comum entre mulheres), e respeita-se o limite do próximo
(pelo menos não há agressões verbais/físicas e nem “brincadeiras de mau gosto”,
esse mais comum entre homens) – desculpe generalizar assim, mas é o que penso
em linhas gerais (sei que há exceções em todas essas relações de amizade).
A questão é que amizade ao mesmo tempo que é saudável e
prazerosa, pode ser também traiçoeira e perigosa. Uma decepção da pessoa amada
pode doer, mas não é tão impactante quanto uma decepção de um amigo, porque
partimos do pressuposto que confiamos muito mais em uma relação de amizade que
em uma relação amorosa, concorda?
Amizade para mim é algo sagrado, precioso, mas não perfeito.
Partindo do princípio que para considerar uma pessoa amiga, você deve confiar
nessa pessoa e conhecer aos poucos seus princípios, seus valores e condutas.
Estou falando de amizade verdadeira e duradoura – ou seja, não é coleguismo
e/ou pessoas “legais” de nosso convívio.
É claro que há níveis de amizade, intimidade e confiança. Há
os amigos da bagunça, dos momentos “leves” da vida. Há os amigos confidentes e
parceiros, em que há uma confiança mútua, um respeito e admiração pelo próximo.
Há os amigos-irmãos, que nem sempre estão presentes full time em nossas vidas,
mas você sabe que quando precisa de “um ombro amigo”, ele estará lá, e
vice-versa; são aqueles que Deus não escolheu para serem irmãos de sangue, mas
colocou em nosso caminho não à toa. Há os amigos que não precisam de
explicação: são amigos e prontos; mesmo quando não compartilham das mesmas
idéias, são muito diferentes de nós, mas mesmo assim cultivamos uma boa
amizade.
Mas, sinceramente, não consigo classificar os tais
“frenemies” como amigos, porque esses, se não são confiáveis, não torcem por nós
e competem em vários aspectos, não podem ser considerados amigos de verdade,
certo? Defeitos, todos os amigos têm, mas há os defeitos aceitáveis e os
não-aceitáveis. E para mim, as características do frenemy são inaceitáveis.
“Amigo que é amigo é sincero, e fala na cara quando não gosta de alguma coisa”.
Ok, posso concordar em parte, mas sinceridade não é sinônimo de ofensa. E há os
que pensam que podem falar o que quiser e da maneira que bem entender, sem
pensar nas conseqüências. “Frenemy pode nos causar uma sensação de desconforto
que geralmente não é consciente”, afirmou a pedagoga Patrícia Morgado, em
matéria no jornal O Globo. Ela também completa dizendo que em toda amizade há
os momentos frenemy. De toda forma, amizade que gera “desconforto” e “ameaça”
definitivamente não é saudável e, portanto, dispensável.
25 de setembro de 2010
Livro: Faz Parte do Meu Show
Pelo título acima, já desconfia de quem se trata, certo? Pois esse livro, apesar de não receber declaradamente o nome do poeta e músico Cazuza, é uma “autobiografia” de sua vida após a morte terrena. Assim como no livro Nosso Lar, em que o médico André Luiz narra sua própria experiência no mundo espiritual, após seu desenlace; este romance “Faz parte do meu show” também é um retrato com detalhes emocionantes da experiência de Cazuza no novo mundo.
O processo de auto-conhecimento, suas dúvidas sobre o “despertar” para vida imortal e a descoberta desse novo mundo estão contadas da forma mais natural, espontânea e irreverente, bem peculiar do poeta exagerado que fora. Talvez seja esse estilo na escrita que “denuncie” o autor do livro, mostrando que ninguém muda seu jeito de ser mesmo depois da morte. Aliás, há sim uma mudança significativa no que diz respeito aos novos princípios e valores de um ser que viveu intensamente sua vida terrena, não poupando sua saúde.
O artista debochado, rebelde, envolvido com mundo de sexo, drogas e muito rock´n´roll dá lugar a um espírito consciente, longe de ser perfeito, mas a procura de sua evolução espiritual, capaz de reconhecer seus erros terrenos e, o mais importante, tentar corrigi-los procurando praticar a caridade e buscando no trabalho o seu caminho para o tal crescimento pessoal. Artista, ele não deixa de ser, tanto que se envolve com espíritos afins, tão famosos quanto ele, para promover shows de arte e música com objetivo de despertar espíritos situados em regiões de sofrimento no mundo astral.
Uma das passagens mais interessantes do livro é quando ele reconhece o velho guerreiro, Chacrinha, como um grande comunicador e provedor desses shows. É Chacrinha quem convida Cazuza a voltar a trabalhar com música, seu maior talento como artista. Ele passa então a escrever letras, tão bem feitas como as que conhecemos, entretanto, com outro tipo de mensagens, certamente mais impactantes e significantes para os que lá habitam. Para nós, leitores, o fascinante é perceber que a vida lá continua para eles, de certa forma, com os mesmos prazeres saudáveis que cultivamos por aqui. Ao mesmo tempo, música e arte ganham função evangelizadora, servindo de instrumentos do bem-fazer, capaz de atrair e despertar os espíritos ainda sofredores ou ignorantes para conhecimento, a verdade e a luz.
Depois de passar por um momento obscuro, de sofrimento e angústia, o personagem recebe ajuda e reconhece sua fragilidade. O mais bacana é perceber que parte dessa ajuda veio justamente de pessoas que conviveram com ele na Terra, como os amigos mais próximos e a sua mãe, que juntos resolveram criar uma importante obra de caridade conhecida como a Sociedade Viva Cazuza. Indiretamente, o próprio recebeu fluidos positivos que só aceleraram seu processo de recuperação, deixando o período no umbral e passando para o tratamento de socorro em hospitais espirituais. Já consciente de tudo que passou, Cazuza recebe autorização para voltar a Terra, em espírito, para rever parte de seus entes queridos, seus lugares prediletos (como a praia do Arpoador), como também lugares não tão agradáveis que serviram de cenário dos momentos de vícios e exageros da carne, durante sua encarnação. Foi nesse momento, que ele pôde perceber o quanto suas ações terrenas geraram conseqüências degradantes, sofrimentos e doenças que não só atingiram seu corpo, mas principalmente seu perispírito e espírito.
Diferente de Nosso Lar, a leitura desse romance, escrito por Robson Pinheiro e psicografado pelo espírito Ângelo Inácio (que serviu de "intermediário" para esta obra), é bem mais simplificada, mas nem por isso deixa de ser intenso e rico. Ao contrário, para aqueles que não têm leitura de obras espíritas (ou seja, não costuma ler romances já consagrados e clássicos da doutrina), esse é um livro muito bom para começar a entender o “outro lado da vida”. Vale muito a pena ler! E quem sabe no futuro próximo não venha despertar o interesse de algum cineasta para transformá-lo em um longa?
Para finalizar, vale citar as palavras do espírito Ângelo Inácio: "O autor das palavras preferiu não se identificar diretamente; todavia em seus apontamentos, fica a sua marca. Quanto a mim, fui convidado tão-somente a auxliar o intérprete destas experiências com meu jeito escritor e repórter dos dois lados da vida. Sei que este trabalho causará polêmicas, discussões e rebeldia. Afinal, de uma forma ou de outra, todos somos rebeldes, exagerados... aprendizes. Talvez, mesmo, apenas simples aprendizes do grande artista cósmico: Deus. E, como principiantes, ao compor a música de nossas experiências, erramos, gritamos, ou choramos. Exageramos nas atitudes e nos punimos ao realizar o próprio julgamento, no tribunal de nossas consciências. Até o momento em que descobrimos que, com nossa arte, por mais singela, é possível participar da orquestra divina, do show da vida".
O processo de auto-conhecimento, suas dúvidas sobre o “despertar” para vida imortal e a descoberta desse novo mundo estão contadas da forma mais natural, espontânea e irreverente, bem peculiar do poeta exagerado que fora. Talvez seja esse estilo na escrita que “denuncie” o autor do livro, mostrando que ninguém muda seu jeito de ser mesmo depois da morte. Aliás, há sim uma mudança significativa no que diz respeito aos novos princípios e valores de um ser que viveu intensamente sua vida terrena, não poupando sua saúde.
O artista debochado, rebelde, envolvido com mundo de sexo, drogas e muito rock´n´roll dá lugar a um espírito consciente, longe de ser perfeito, mas a procura de sua evolução espiritual, capaz de reconhecer seus erros terrenos e, o mais importante, tentar corrigi-los procurando praticar a caridade e buscando no trabalho o seu caminho para o tal crescimento pessoal. Artista, ele não deixa de ser, tanto que se envolve com espíritos afins, tão famosos quanto ele, para promover shows de arte e música com objetivo de despertar espíritos situados em regiões de sofrimento no mundo astral.
Uma das passagens mais interessantes do livro é quando ele reconhece o velho guerreiro, Chacrinha, como um grande comunicador e provedor desses shows. É Chacrinha quem convida Cazuza a voltar a trabalhar com música, seu maior talento como artista. Ele passa então a escrever letras, tão bem feitas como as que conhecemos, entretanto, com outro tipo de mensagens, certamente mais impactantes e significantes para os que lá habitam. Para nós, leitores, o fascinante é perceber que a vida lá continua para eles, de certa forma, com os mesmos prazeres saudáveis que cultivamos por aqui. Ao mesmo tempo, música e arte ganham função evangelizadora, servindo de instrumentos do bem-fazer, capaz de atrair e despertar os espíritos ainda sofredores ou ignorantes para conhecimento, a verdade e a luz.
Depois de passar por um momento obscuro, de sofrimento e angústia, o personagem recebe ajuda e reconhece sua fragilidade. O mais bacana é perceber que parte dessa ajuda veio justamente de pessoas que conviveram com ele na Terra, como os amigos mais próximos e a sua mãe, que juntos resolveram criar uma importante obra de caridade conhecida como a Sociedade Viva Cazuza. Indiretamente, o próprio recebeu fluidos positivos que só aceleraram seu processo de recuperação, deixando o período no umbral e passando para o tratamento de socorro em hospitais espirituais. Já consciente de tudo que passou, Cazuza recebe autorização para voltar a Terra, em espírito, para rever parte de seus entes queridos, seus lugares prediletos (como a praia do Arpoador), como também lugares não tão agradáveis que serviram de cenário dos momentos de vícios e exageros da carne, durante sua encarnação. Foi nesse momento, que ele pôde perceber o quanto suas ações terrenas geraram conseqüências degradantes, sofrimentos e doenças que não só atingiram seu corpo, mas principalmente seu perispírito e espírito.
Diferente de Nosso Lar, a leitura desse romance, escrito por Robson Pinheiro e psicografado pelo espírito Ângelo Inácio (que serviu de "intermediário" para esta obra), é bem mais simplificada, mas nem por isso deixa de ser intenso e rico. Ao contrário, para aqueles que não têm leitura de obras espíritas (ou seja, não costuma ler romances já consagrados e clássicos da doutrina), esse é um livro muito bom para começar a entender o “outro lado da vida”. Vale muito a pena ler! E quem sabe no futuro próximo não venha despertar o interesse de algum cineasta para transformá-lo em um longa?
Para finalizar, vale citar as palavras do espírito Ângelo Inácio: "O autor das palavras preferiu não se identificar diretamente; todavia em seus apontamentos, fica a sua marca. Quanto a mim, fui convidado tão-somente a auxliar o intérprete destas experiências com meu jeito escritor e repórter dos dois lados da vida. Sei que este trabalho causará polêmicas, discussões e rebeldia. Afinal, de uma forma ou de outra, todos somos rebeldes, exagerados... aprendizes. Talvez, mesmo, apenas simples aprendizes do grande artista cósmico: Deus. E, como principiantes, ao compor a música de nossas experiências, erramos, gritamos, ou choramos. Exageramos nas atitudes e nos punimos ao realizar o próprio julgamento, no tribunal de nossas consciências. Até o momento em que descobrimos que, com nossa arte, por mais singela, é possível participar da orquestra divina, do show da vida".
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