30 de julho de 2015

Samba com sotaque francês



Dos mesmos diretores de “Intocáveis” (Eric Toledano e Olivier Nakache), Samba é mais um filme surpreendente. Ao mesmo tempo divertido e com umas cenas leves, o filme é profundo sobretudo pela temática que aborda: a vida de um imigrante ilegal na França. O protagonista cujo nome é Samba, interpretado pelo excelente ator Omar Sy (também de “Intocáveis”), é um imigrante do Senegal que já vive há 10 anos da França, mas nem por isso consegue ter uma vida tranquila. A realidade dele, assim como de muitos imigrantes, é bem sofrida a custas de trabalhos temporários, com baixíssima ascensão social e pouca oportunidade de crescimento profissional.

Por outro lado, temos Alice (Charlotte Gainsbourg), uma executiva bem sucedida profissionalmente, mas que é forçada a tirar uma licença médica após um ataque nervoso, devido sua rotina estressante em seu trabalho. O destino juntou duas realidades díspares que, em princípio, dificilmente dariam caldo, se não fosse um roteiro muito bem escrito, uma interpretação fantástica de Omar e cenas super divertidas.

Outro ator impecável é o francês Tahar Rahim, que também interpreta um imigrante ilegal chamado Wilson, passando por brasileiro. Inclusive o filme é cheio de referências brasileiras, desde o nome do personagem principal (apesar de ser uma palavra de origem africana), passando por trilha sonora que inclui clássicos de Gilberto Gil e Jorge Ben, até o próprio personagem Wilson.

Interessante notar a percepção que o brasileiro passa lá fora, como na França. Nem sempre o jeito “malandro de ser” do brasileiro tem um olhar pejorativo, como alguns ainda acham. No filme, os diretores brincam com a ideia de que os brasileiros são mais charmosos e por isso “vendem mais facilmente”. Com isso, acabam conseguindo mais oportunidades de emprego, em comparação aos outros imigrantes. Daí a escolha de um personagem divertido e sensual, ao mesmo tempo esforçado e talentoso, como no caso do imigrante Wilson.

Mais que uma boa opção em cartaz, Samba é um longa que mostra como filmes estrangeiros não-americanos podem atrair o grande público aos cinemas, fugindo um pouco do comum.

Vale a pena assistir à entrevista com os diretores, que o site “Adoro Cinema” publicou recentemente sobre o filme. Acesse o link aqui.

Veja o Trailer

29 de julho de 2015

Pedra da Lua – a sensação dos cariocas

Pose do Gigante na Pedra da Lua

Mais um lugar para os cariocas e visitantes da cidade do Rio desbravarem! Já ouviu falar na Pedra da Lua, na praia Funda?

O que chama atenção são os buracos formados no meio da rocha, pelo efeito das ondas do mar batendo nas pedras. Daí o nome “Pedra da Lua”. A área ainda é pouco conhecida porque o acesso é difícil. Fica numa área chamada de Praias Selvagens, na costa do Parque Natural Municipal de Grumari.

Vista para as Praias Selvagens: Perigoso, do Meio, Funda e Inferno
Só há duas maneiras para chegar: por trilha ou por mar. A trilha é feita por Barra de Guaratiba, no mesmo ponto de partida para a Praia Perigoso. Mas há bifurcações e o nível da trilha é considerado médio, pelas inúmeras subidas. Já pelo mar, é possível encarar uma travessia de stand up paddle (SUP), saindo de Grumari  e passando pelas praias.

Travessia por SUP até Praia Perigoso, saindo de Grumari
Vale lembrar que, tanto por trilha quanto por mar, a aventura é mais segura quando acompanhada por um guia profissional. A travessia percorre a costa do Parque, passando pelas praias do Inferno, Funda, do Meio até chegar à Praia do Perigoso, onde encontra-se a pedra da Tartaruga. A remada é considerada de nível médio, chegando até uma hora cada trecho.

Além de um mar com águas cristalinas, o visual tanto por terra quanto por mar é incrível. A parada na praia Funda rende uma sessão fotográfica divertida. Haja criatividade para as fotos na tal Pedra da Lua.

Galera "enterrada"na rocha
Como são consideradas praias selvagens, não há infraestrutura para os visitantes (barracas, bebidas, cadeiras etc.). Portanto, é sempre importante lembrar que preservar a região é fundamental. Se levar comida e bebida, não esquecer de voltar com o lixo. Para que haja beleza natural e preservação ambiental, é imprescindível consciência ambiental também aos visitantes!

Mais uma vez a equipe do 360 Sports é a responsável por essa aventura! Com uma equipe profissional, os guias garantem segurança nos passeios, tanto por trilha quanto pela travessia. A travessia, por exemplo, deve ser feita em condições perfeitas de mar (correnteza) e vento, para não oferecer qualquer perigo aos esportistas amadores.

Pedra da Tartaruga na Praia Perigoso

Fizemos esse passeio em maio de 2015, e as fotos nas redes sociais fizeram tanto sucesso que virou notícia no G1. Olha a matéria que saiu hoje aqui.

Se gostou da novidade, agende um passeio com a equipe 360 Sports:
(21) 96904-2600
contato@360sports.com.br

Fotos: Bruno Santana

site: 
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26 de julho de 2015

Dia 26 de julho


Ontem, quando fomos ao cinema, fui infeliz na compra dos assentos. Como pude esquecer do peso da idade e achar que comprar na penúltima fileira não teria problema algum? Pois ela já não sobe as escadas com tanta facilidade assim, e demorou alguns minutos para recuperar o fôlego.
Engraçado, esse mesmo fôlego que eu precisava para acompanhar aqueles passos largos e ligeiros, quando me buscava na pré-escola. A diferença é que eu deveria ter uns cinco anos, enquanto ela tinha seus 56. Hoje, ela tem 84, veja só.

Deus me deu a felicidade de conviver até a fase adulta com meus quatro avós. Há exatos 10 anos, eu perdi meu avô paterno. Meu querido avô João Baptista me contava velhas histórias, de antepassados que não tive a oportunidade de conhecer. Minha avó Odete, ou melhor, vovó Dedé, ironicamente não gostava de apelidos e só me chamava de Mário Cesar Filho

Meu avô Hugo é um caso de outras vidas. Desde meu nascimento, até sua partida, fomos sempre ligados. Digo que somos ligados até hoje, porque ele está sempre presente meus sonhos. Ao lado dele, minha doce avó de nome difícil, mas de coração fácil. Lugenira, nome que aprendi muito cedo e sempre tive orgulho de explicar aos meus amigos desde a infância. Se dizem que avó é mãe duas vezes, a minha confirma isso. Porque ela é mãe da minha, mas se desdobrou em três para ser mãe de Marcelo, Márcio e Marinho. Ela que se tornou avó com quarenta e poucos anos, sempre se mostrou presente em nossas vidas e com um gás de dar inveja.

Minha avó trouxe a segurança e o apoio que minha mãe precisou, durante nossa infância. Enquanto minha mãe se dividia entre casa, trabalho e estudo, ali estava minha avó oferecendo o suporte necessário, zelando por nós. São nas manhãs em sua casa escutando o disco na velha vitrola, com o socador de alho em formato de microfone, em que eu cantava na sala enquanto ela preparava o almoço, que guardo as minhas melhores lembranças da infância. Minhas férias escolares eram no antigo edifício Orquídea, onde fiz meus primeiros amigos da vida. Às dez da noite, quando o play era fechado, e nós insistíamos permanecer no corredor, ela descia as escadas (às vezes de pijama) para me chamar. “Filho, vem pra casa. Já está tarde”.

Poderia citar aqui tantas coisas que aprendi com ela ao longo de minha formação. Mas minha avó me ensina o valor da família todos os dias. Ela não mede esforços para isso. Força e fé traduzem a mulher, a mãe, a esposa, a avó que se tornou. Mas chega ser paradoxal e até engraçado seu jeito um tanto pessimista para algumas situações, além de seus inúmeros medos. E com todos seus medos, ela se casou cedo, se mudou para longe de sua família, criou sua filha, construiu seu lar ao lado do meu avô, e hoje goza de suas conquistas.

Hoje ela continua conquistando novos corações. São os sorrisos de seus bisnetos que mais a felicitam. Minha satisfação é vê-la feliz, vivendo seus 84 anos com seus defeitos, medos, preocupações, mas cheio de experiências, histórias e vivacidade.

O dia dos avós deve ser lembrado e comemorado, não como uma data comercial, mas como um dia especial, para reconhecer essas pessoas que fazem a diferença em nossas vidas, em nossa formação. Meus avós são presentes de Deus em minha vida, e agradeço imensamente por ter crescido convivendo com cada um deles, com cada experiência, cada história, cada carinho, bronca, lição de vida. Continuo aprendendo com minha avó, inclusive agora que já sei qual melhor fileira para ela no cinema.