22 de novembro de 2007

Padrinhos em fuga

Você é convidado para ser padrinho do casamento do seu grande amigo. Porém, esse casamento será em São Paulo. Beleza. A turma se anima, afinal, é o primeiro do grupo a se casar! Agitamos a viagem, com hotel, passagem, presente, aluguel de roupa! Vamos para Sampa!

Nós seis pegamos o ônibus às 6h40 da manhã de sábado – dia do casório. Chegamos por volta de 12h30, pegamos o metrô, deixamos as malas no hotel e saímos para almoçar! A minha madrinha descobre que tem um salão onde a noiva tinha reservado para suas madrinhas se prepararem! Então, minha madrinha nos abandona no almoço e vai direto para o salão.

Um recado importante: os noivos já tinham nos avisado que haveria vans para levar todos os convidados hospedados no mesmo hotel, e que a primeira van seria exclusivamente para os padrinhos. Horário de saída: às 16h! Grave bem esse horário: 16h! Lembrando que o casamento estava marcado para 17h.

Pois bem, depois de almoçarmos tranquilamente, seguimos para o hotel e já começamos a nos preparar para a grande noite! Exatamente às 16h, eu estava pronto, vestindo meu meio fraque alugado, descendo o elevador para o encontro dos padrinhos na recepção do hotel.

Estavam QUASE todos lá, menos a minha companheira. Ligo para seu quarto e tenho a informação que ela ainda não tinha voltado do cabeleireiro. Começo a ficar um pouco tenso. A primeira van deixa o hotel e segue para a igreja. Penso: não tem problema, pegamos a próxima, certamente.

16h30. Depois de subir novamente para meu quarto, a fim de amenizar a tensão pré-casório, volto a ligar para o quarto de minha companheira. Mais uma vez, a notícia ainda não é boa! Ela ainda não chegou.

A lógica dizia: “liga para o celular dela, vai até o salão. Tenta resgatar essa menina das garras daquela bicha louca que está fazendo o bolo de noiva em sua cabeça”! Calma, tento apenas a primeira parte. Liguei para o celular, mas não tive sucesso. Resolvo descer novamente. O irmão dela resolve tentar a segunda parte. Corre atrás dela.

De repente, surge minha amiga no final da rua do hotel. Embaixo de uma pequena garoa, surge ela linda, cabelo feito, bastante laqueado, maquiagem de miss e... descalça. Desesperada, ela desce a ladeira de forma desgovernada, com as sandálias nas mãos e gritando muito. O quadro era lamentável!

16h45. Minha linda madrinha chega ao hotel para ainda se arrumar! Sem tomar banho, apenas molha as axilas, lava os pés, coloca seu perfume especialmente selecionado para ocasião e enfia o vestido, com ajuda das três amigas. Pronto. Ela desce.

16h55. Todos já prontos procuramos a última van que nos resta para chegarmos à igreja. Vale lembrar que outra madrinha perdida no spray do cabeleireiro também chegou atrasada na van dos padrinhos e, portanto, nos acompanhava na aventura que se tornou o que eu chamo: “padrinhos em fuga”!

Já acomodados na van, seguimos rapidamente para igreja, que aparentemente era próximo do hotel. O motorista entra em uma rua, vira à direita, segue a ladeira, vira à esquerda, direita, esquerda, esquerda, para. Bem, você pensa, o caminho não é fácil, não é mesmo? Ainda bem que tem um motorista para nos levarmos.

O motorista segue a rua, e continua virando à direita, virando à esquerda, direita, esquerda, sobe, desce, para. Resolve entrar em um posto. Aflição aumenta. O celular do noivo já tocou duas vezes, já avisamos que estamos a caminho. Todo casamento atrasa um pouquinho. Queremos acreditar nessa máxima. TODO CASAMENTO ATRASA UM POUQUNHO. Ok, voltemos para situação.

“Por favor, moço, você sabe onde é esta igreja aqui?”! Pára tudo! Você tem idéia de que o motorista, que foi contratado APENAS para levar os convidados do hotel para igreja e da igreja para festa, não sabia o caminho? Como essa criatura não sabia o caminho? Como? A última van que segue para o casamento contendo dois casais de padrinhos atrasados e desesperados tem um motorista que NÃO SABE O CAMINHO!!!!

O outro padrinho toma uma atitude. Vamos de táxi, pelo menos nós padrinhos. Isso. Paramos um táxi e a pergunta foi direta: “você sabe onde fica essa igreja?”. “Claro, é próximo daqui”, respondeu o profissional. “Então voa para lá, porque o casamento já começou!”. Ao seguirmos para igreja, o motorista esperto nos seguiu.

17h15. Os padrinhos perdidos, desesperados, descabelados, desamparados e desolados chegam ao local! Entramos. Os noivos já estavam no altar! O outro casal resolve subir no altar, passando pela pequena cerca que separava o altar dos fieis, ou seja, passa exatamente atrás dos noivos. Fazemos o mesmo. Quando conseguimos alcançar o nosso posto, os noivos dizem: SIM!

2 comentários:

Biessa disse...

hahahaha AMIGO, VC TINHA QUE PASSAR ESSE PERRENGUE! Não tem perrengue, não é vc! rs Beijos

Cris disse...

Meu Deus!! Que maratona!!! Nunca pensei q ser padrinho fosse tão dificil!! hahaha coisas de Marinho!! Saudade de vc, filho, tah ótimo isso aqui... beijão