17 de outubro de 2007

Por favor, desliguem seus celulares.


Li uma matéria na revista de domingo de O Globo (14/10/07) sobre camisetas com estampas engraçadinhas que viraram moda carioca. Uma delas apareceu com Lobão, “Peidei, mas não fui eu”, que virou até campanha. Uma delas me chamou atenção pela paródia da campanha “Se beber, não dirija” com a frase (que vai pegar, se já não pegou!) “Se beber... não ligue”. Isto é fato, quem bebe além da conta parece não conter seu impulso de ligar para quem quer que seja. Já vi gente ligar para o pai às 3 da manhã, pra amiga pra contar do fora que levou de um cara, pro ex-namorado pra xingar ou pra dizer que ainda lhe ama etc.
Lembro de pelo menos quatro episódios com essa história de celular (não necessariamente em situação de bebedeira). Duas aconteceram em uma mesma viagem a Porto Seguro, excursão de colégio, no segundo grau. Época que celular ainda era para poucos. Pois bem, em uma noite depois de muito capeta, voltando para o hotel, uma resolveu ligar para o pai. “Criatura, pra que você vai ligar para o seu pai às três da manhã, bêbada desse jeito”. “Dá licença? Eu quero ligar, me deixa... o celular é meu, o pai é meu!”.
Já na volta para casa, durante as 18 horas de viagem, de madrugada, um estrondo absurdo. “Que que está acontecendo? Que isso? Ai meu Deus, vamos morrer!” O ônibus não parava de tremer e cair para o lado direito. Tudo escuro dentro e fora do ônibus. Todos desesperados sem saber o que estava acontecendo. No meio da confusão, uma pega seu celular e: “Pai, pai! Sou eu! Pai, eu te amo! Estou morrendo, pai! Estou me despedindo! Te amo, te amo...”
O pneu traseiro tinha estourado e até o motorista parar o ônibus e explicar a situação, o coitado do pai já tinha escutado a tragédia fantasiosa de sua filha. Tudo por conta de um celular.
Por último, em outra viagem, uma resolveu ligar para o ex-namorado. Ou melhor, pediu para uma amiga ligar – também bêbada - que não poupou o cara em elogios. “Fulano? Oi tudo bem? Quem fala aqui é uma conhecida sua. Seguinte cara, eu quero te dizer que você é um babaca por ter acabado com a... (por um instante ia chamar pelo nome), você sabe muito bem. E o pior, você trocou por aquela vesga de cabelo ruim, seu merda? Mas pensando bem, vocês dois se merecem, seu ruim de cama!”.
A tempo, em um Réveillon na praia resolvi ligar meia noite para meus pais e desejar feliz ano novo. Muito feliz, comecei: “Alô? Pai? Oi pai! Feliz ano novo pai! Te amo, pai! Tá maravilhoso aqui, pai! E aí? Legal! Pai, chama minha mãe!”... do outro lado da linha: “Mãe? Quem está falando?”. “Hã? Como assim, quem está falando?”, perguntei. “Tá maluco, meu filho, que mãe o que?”... ok, não liguei para o telefone de casa. Valeu a intenção.

2 comentários:

Anônimo disse...

HAHAHHAHAHAH
melhor fui eu... atendendo o telefonema do meu pai bêbada e pedindo para ele mandar um torpedo...

Biessa disse...

HAHAHAHA Eu me reconheci, sim. Mas não queria explanar, amore! E esta do Reveillon eu tb tava junto... =)