Logo no meu primeiro texto deste blog, terminei citando a importância do reconhecimento da minha mãe. Parece engraçado falar isso, afinal, no mais comum das histórias, a mãe é a primeira pessoa na vida de qualquer ser humano que elogia e reconhece qualquer que seja o talento de seu filho. É bem aquela idéia de que: “pelo menos para minha mãe, eu sei que sou bonito”.
Pois bem, minha querida mãe, acima de ter este papel de mãe, sempre assumiu o papel de A JUSTICEIRA. Vou explicar. Para entender melhor este papel que lhe atribui (e antes de contar o fato de fato), tenho que relembrar (porque já escrevi isso também no meu primeiro texto) que minha mãe é uma excelente professora de português e literatura brasileira. O que isso quer dizer? Que durante toda minha vida escolar, ela SEMPRE se preocupou em corrigir os meus “normais” erros de português. Sua influência foi tanta que talvez tenha que atribuir a escolha de minha profissão a ela. Confesso até que pensei em fazer letras também, com medo do vestibular concorridíssimo para comunicação.
Agora vamos ao fato. Lá pelos meus quatorze anos, mais ou menos, fazia um conhecido curso de aperfeiçoamento de matemática, chamado Kumon. Pois bem, este mesmo curso, além de ensinar o método japonês para o aprendizado em matemática, havia também o mesmo método para português e o inglês. Eu só fazia o de matemática.
Na época, minha professora tinha me convidado a participar de um concurso de leitura em que alunos, na maioria do curso de português, teriam que ler um texto para um júri formado por profissionais de letras. Eu aceitei participar, dentro da minha faixa etária.
Ao mesmo tempo, minha professora lembrou que minha mãe era professora de português e lhe perguntou se não gostaria de participar do júri. Em princípio, minha mãe achou injusto participar de um concurso, como jurada, em que seu filho seria um dos concorrentes. Mas depois, convencida de que ela estaria assumindo o papel de profissional (e não de mãe), resolveu participar, sendo, portanto, justa e imparcial durante o concurso.
Depois de alguns concorrentes, chegou minha hora de subir ao palco e ler o texto previamente ensaiado. Com a entonação correta, respirando no tempo certo, lendo com ritmo, respeitando a pontuação... troquei uma simples e única palavra em todo texto, que logo em seguida foi corrigida, sem mesmo prejudicar o andamento da leitura. No final, só aplausos e a confiança de que, apesar do ínfimo e quase imperceptível erro, a leitura foi realizada com sucesso.
No júri, três profissionais, uma delas, minha mãe.
No final do concurso, o resultado. Depois de chamado o terceiro colocado, a atenção estava voltada para os segundo e primeiro lugares. A expectativa era grande, afinal, tinha feito quase tudo certo!
- Em segundo lugar... Mário Cesar!
Putz, segundo lugar?, pensei.
Depois de alguns murmúrios na platéia, diante da surpresa do resultado, minha então professora me chamou no canto. Ela foi responsável pela contagem das notas, tirando a média.
- Mário, você obteve duas notas máximas e uma que tirou apenas meio ponto.
- Nossa, jura? Quem me tirou então o meio ponto?
- Quem? Sua mãe!
- Minha mãe? Como assim?
Para ser justa, ela tinha me tirado o meio ponto pelo quase imperceptível erro cometido em toda leitura. Ela percebeu o quase imperceptível e me deu o segundo lugar.
Um comentário:
hahahaha mt bom! gostei da sua mãe! de repente esse ato dela há anos atrás é o responsável pelo a sua carinha de gatinho do Shrek de vez enquando... hihihihi
Postar um comentário