Quando li o livro Caçador de Pipas, achei uma história fantástica, digna de filme. Mal sabia que no final do livro já dizia que o filme estava sendo providenciado. Pensei na época: "nossa, que bom! Assim não vou esperar tanto tempo pra assistir o filme".
Dois anos depois e nada do filme aparecer na telona. Na verdade, nem esperava mais que o filme viesse para o Brasil. Mas ele veio, e como o livro, faz sucesso.
Ao contrário de muitas histórias que nos surpreendem, mas que nos reconhecemos de uma certa maneira entre os personagens, este livro surpreende justamente por ser completamente diferente da nossa realidade. Como agradar milhares de pessoas no mundo todo com a história de dois garotos do Afeganistão - um lugar que só conhecemos através de guerras e bombas? Como pode uma linda história acontecer em um cenário tão assustador para os telespectadores globalizados que não conhecem outra visão deste território senão pelas imagens chocantes dos noticiários enlatados?
E que nomes são aqueles? Amir e Hassam? E que lugares são aqueles? E por que os religiosos são tão radicais? Qual a diferença entre Xiita e Sunita? Por que a relação com as mulheres é tão diferente da nossa?
Uma amiga minha disse uma vez que desistiu de ler o livro porque não conseguia memorizar os nomes, quem era quem na história... mas acabou adorando o filme (e agora pretende ler até o final o livro).
Apesar de toda essa estranheza inicial, o livro encanta. Encanta porque justamente conta a história de dois seres humanos, como nós! Podemos viver do outro lado do planeta, termos outra cultura, religião, ideais, mas no fundo, somos todos iguais.
Khaled Hosseini soube descrever muito bem essa história para o homem do Ocidente. E provou, que no final das contas, todos nós falamos a mesma língua: a língua do amor. Amor ao próximo, amor à família, seja dos laços sanguíneos, seja aquela que escolhemos para tal.
Agora estou lendo o segundo livro de grande sucesso do Hosseini: A Cidade do Sol.
O pano de fundo continua sendo as guerras do Afeganistão, desde a chegada dos soviéticos até o domínio dos talibãs. Só que agora as protagonistas são duas mulheres, Mariam e Laila. Duas mulheres com origens diferentes, com idades, costumes e vida diferentes que acabam tendo o mesmo destino, ou melhor, o mesmo marido.
Se no primeiro livro, as histórias de sofrimento, exploração, abuso sexual e guerra assustavam, neste, a vida quase desumana que as mulheres levam realmente impressiona.
Mariam é filha bastarda de um homem rico. Casa-se obrigada pelo pai, depois que perde a mãe. Nunca estudou, não teve filhos, não era amada e nunca amou nenhum homem.
Laila é filha caçula de um casal que sofria com a perda dos filhos mais velhos para guerra. Seu pai, antes da ocupação soviética, era professor universitário, e sempre se preocupou com a educação da pequena Laila. Tinha uma grande paixão de adolescência. Ela amava e era amada. E sonhava com um futuro bom. Mas a guerra destruiu com sua paixão, com sua família e com seus sonhos. Foi forçada a se casar com um velho para sobreviver.
Este homem, já velho e muito radical, tem duas mulheres que se completam, que se amam e que se unem para continuar a sobreviver ao seu lado.
Histórias tristes e personagens quase reais que nos ensinam muito mais que um Afeganistão que estamos acostumados a ver na TV.
6 comentários:
Amigooooooo
fui mencionada no seu texto! hauhauhaa que honra!
Vou começar a ler o livro mesmo! Quero ler os dois... estas historias me chocaram mt! E vc está certo... falamos a lingua do amor.. e por isso nos assustamos e nos emocionamos tanto com estas histórias!
Eu te amoooooo meu lindo! mt mt mt
saudades!!!!
beijooooos
li o livro das pipas e vi o filme. o outro ainda não. a mensagem dessa história é muito bonita mesmo. inclusive fiz um post no meu blog dedicado a isso. olha lá depois.
abraços
ps: coloquei um link para seu blog na minha blogosfera
Mário,
A sensação que eu tive quando li O Caçador de Pipas foi exatamente a que você descreveu!
Foi como se uma janela, desconhecida até então, me fosse aberta e através da qual eu pudesse ver o oriente além dos horrores dos telejornais, o oriente da amizade, da fé, da perseverança, da bondade.
É realmente uma história que ultrapassa muitas barreiras poque trata de assuntos universais como o amor e o perdão.
Ainda não vi o filme, mas desde que li o livro, ele ganhou o status de meu preferido. Também li A Cidade do Sol. Gostei muito. Devo confessar que não gostei tanto quanto de O Caçador de Pipas, mas é também uma história forte e marcante.
Também coloquei alguns posts em meu blog sobre o livro/filme. Quando puder, dê uma olhada.
Grande abraço!
Ah gostei do seu texto...
Amei os livros,achei as histórias
lindas e chocantes.Gostei de cada detalhe nos livros, acho q o Khaled sabe como tocar nossos corações,enfim amei exatamente tudo!!!
Abraços Mariane
Olá meu amigo. tudo bem?
Li os dois livros, assisti o filme O Caçador de Pipas.... simplesmente magnifico, são livros que você não consegue parar de ler, te intriga e prende do começo ao fim.... leituras ótimas e de boa qualidade. Aconselho...
Abraços...
Amei os dois são lindos e emocionantes ...
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