14 de agosto de 2008

Nome próprio - o filme


Assisti hoje ao filme Nome Próprio, de Murilo Salles, com interpretação impecável de Leandra Leal. Bem, tenho meus prós e contra em relação a esse filme.

A proposta de narrativa desconstrutiva, uma linguagem mais lenta, planos-seqüência longos e às vezes superficiais, ou seja, tudo isso mostra que se trata de um filme “diferente”. Mas mesmo este “diferente” não foge muitas vezes ao clichê, ao senso comum e, por que não, ao brega?

Cenas desnecessárias, algumas falas forçadas (ou seriam interpretações ruins?) e um longo filme que se repete de tempos em tempos. O filme nem é tão longo assim (1h54 minutos), porém, em vários momentos observei um fim.

Como dito anteriormente, a interpretação de Leandra Leal é o grande ganho do filme. Ela interpreta Camila, uma jovem um tanto perdida na vida, que depois do término trágico de um longo relacionamento, não consegue sair de um caos em que se transformou sua vida... chata.

Ela tem um blog. Este deveria ser o ponto forte do filme. Mas não é. Desde o início, o espectador percebe que este blog é a vida da protagonista, que não tem pudor em expor sua própria vida (seus relacionamentos, traições, sentimentos etc) nele. De forma superficial, dá pra perceber também que ela tem um público leitor cativo... maioria adolescente. Mas entender que tanto sucesso ela faz, o filme não explica. Que textos são esses? Que pensamentos são esses? Como disse, tudo superficial.

O que o filme mostra – e muito bem mostrado – é a vida amorosa e conturbada da protagonista, que se envolve com inúmeros homens e inclusive com uma “amiga”. Bem, sobre esses relacionamentos, não faltam cenas picantes e algumas chegam ser engraçadas, como a do fedelho que resolve “patrocinar” a vida de Camila, em troca de “desejos sexuais” resolvidos em uma punheta (desculpe o termo chulo) e também do jovem de interior de São Paulo que tenta “dominar” a situação de transa de forma decadente e patética.

A história conta, portanto, essa vida perdida de Camila, entre bebidas (muitas bebidas), bolas (remédios), alucinações, sexo e só. Uma frase dela “preciso arrumar o caos que é a minha vida. O problema que eu vejo ordem em caos”. Isso resume bem o filme. O filme é um caos ordenado do início ao fim.

Para falar a verdade, eu não sei se gostei deste filme. Algumas coisas me agradaram, confesso. Uma delas, como já disse e repeti, é a vida que Leandra Leal dá a sua personagem. Dá para entender ali que não se trata de uma puta, mas sim de uma perdida. E como isso existe na vida real. Mulheres que não conseguem viver normalmente... vivem intensamente, indo até seu limite. É claro que isso tem um preço e, geralmente, esse preço é o fundo do poço.

Não. Camila não morre no final. Aliás, não acontece nada demais com ela. Ela não é internada, não acaba no manicômio, não conhece seu príncipe encantado, não muda nem de casa. Ou seja, o filme acaba e nem o livro que ela pretendia escrever (desde o início do filme, diga-se de passagem!) é sequer finalizado...

Não existe começo, meio e fim. Às vezes, esses filmes pretendem mostrar alguma coisa, não sei o que exatamente, mas querem mostrar alguma coisa. Ainda estou querendo saber a verdadeira proposta de Nome próprio.
Bem, como a idéia inicial tem a ver com blog, nada mais justo existir um blog sobre o filme. Então, para quem quiser acessar:http://nomepropriofilme.blogspot.com/


Acho que de tudo, o blog ainda é o melhor da história.

2 comentários:

Anônimo disse...

ahaaaaaaaaa usou a palavra brega!!!!

bem, já discutimos o filme e já te disse o que acho!

dica: vc podia ter pesquisado para colocar no seu texto o blog original da camila, que inspirou o filme... ver se ainda existi, se ela ainda escreve,...

Anônimo disse...

'Nome próprio' é o grande vencedor do Kikito em Gramado!