Definitivamente
não sei falar sobre política. Não sou politicamente engajado, não discuto sobre
as propostas de governo, as disputas eleitorais etc. Mas como cidadão, acho
importante tentar entender essa máquina que muda (ou não) de quatro em quatro
anos e que pode (ou não) transformar a vida de muitas pessoas. Ser ou não ser
um bom presidente – para mim – é muito subjetivo. Primeiro porque sabemos que o
poder não se concentra em uma única pessoa apenas. Pode haver sim, a imagem de
um líder político, carismático ou não, que pode alavancar ou destruir a imagem
de um país.
Talvez
estejamos vivenciando uma Era Lula que poderá ser comparada a Era Vargas daqui
a décadas, nas escolas e academias. A figura do Lula se tornou positiva de
verdade publicamente depois de três derrotas nas disputas presidenciais. Até
então ele era visto como uma ameaça perigosa, um analfabeto sem preparo algum,
que iria denegrir a imagem do Brasil externamente. Seu português errado, sua
imagem grosseira de um operário com barba, seu discurso radical e ferrenho
tiveram que ser amenizados, amaciados, embelezados e preparados para ser
“aceitos” pelo povo e parte da elite brasileira que, convenhamos, deu um voto
de confiança em 2002.
Apesar
dos inúmeros escândalos políticos que marcaram seus dois mandatos,
principalmente o primeiro, a imagem do Lula “nunca na história desse país” foi
tão valorizada e querida pelo povo. A resposta nas urnas dessa eleição, que
elegeu a primeira presidenta do país, demonstra que, se fosse possível, Lula
teria seu terceiro mandato. Com certeza, muitos não votaram na pessoa Dilma, e
sim no partido, ou melhor, na substituta do insubstituível Lula. Nossa nova
presidenta não tem a metade do carisma que Lula conquistou durante anos, não
tem uma trajetória política respeitável, muito menos um discurso eloqüente e emocionado
que as lágrimas e a vibração de Lula.
Mas há de
convir que o Brasil está caminhando – a passos largos – para um país
transformador. Onde trabalho e com quem convivo, vejo essa transformação
acontecer a cada momento. A inovação tecnológica hoje é uma realidade no nosso
país, recebendo reconhecimento internacional. São mais jovens entrando nas
universidades públicas ou privadas do país. São famílias planejando um futuro,
financiando sua casa, comprando bens duráveis. O Brasil é um país em
crescimento e muito bem quisto lá fora. Em um discurso do Lula, em que estive
presente, ouvi a seguinte frase: “Deixo o governo com a certeza que o
brasileiro hoje não se sente mais envergonhado lá fora. Hoje, erguemos a cabeça
e temos orgulho de dizer que somos brasileiros, porque sabemos que somos respeitados”. Finalmente, o Brasil deixou de ser apenas o país do futebol, do
carnaval, das praias bonitas e de mulheres sensuais. Passamos exportar
conhecimento, tecnologia, cultura.
Confesso
também que ainda sinto falta de um patriotismo de verdade. Senti uma certa
inveja ao ver bandeiras da Argentina penduradas em todo canto desse país, seja
num palácio, seja num estádio, seja num casebre. Por aqui, só vemos bandeiras
em época de Copa, infelizmente.
Independente
de partido ou líder político, quero acreditar no meu país como um lugar em
transformação contínua. Quero acreditar no presidente eleito hoje, daqui a
quatro anos, daqui a cinqüenta anos, para as próximas gerações.
3 comentários:
Ainda não me acostumei com idéia dessa mulher desconhecida como Presidente, mas concordo que agora é hora de esperar o melhor e desejar um Brasil motivo de orgulho pra nós brasileiros!
O Lula é mt carismático e sei que a Dilma não levou votos por si só, e sim pq teve o Lula como muleta. Mas O que ele falou no discurso em que estivemos presente é verdade, estamos deixando de ser vistos como um país primitivo, para um país que está em crescimento.
Acho que a politica ainda tem mt o que melhorar, crescer. Mas acho que estamos no caminho certo para isso.
beijão, ju
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