1 de julho de 2010

Infinito enquanto dure? (parte 2)

Conhecer uma pessoa, se interessar por ela, sentir atração, depois seduzir, conquistar e alcançar o objetivo. Daí vem o conhecimento mútuo, as descobertas, o envolvimento, o comprometimento, a ligação. Cria-se um vínculo, uma certa dependência afetiva saudável, a busca pelo relacionamento duradouro, confiável e companheirismo. O ideal do viver a dois. Compartilhar as idéias, os desejos, os objetivos de vida. Construir um patrimônio juntos, dividir despesas, vivenciar experiências comuns. Acreditar que o melhor da vida é somar e não subtrair. Às vezes, desse entrelace, nasce o herdeiro, fruto da entrega mútua, do desejo de perpetuar, de continuar sua árvore genealógica, constituir sua própria família.

Muitos têm vontade e acreditam que isso é possível, pelo menos os que acreditam na instituição familiar. Desde que haja comprometimento, renúncia, entrega, e vontade de acertar. Outros, já pensam de forma diferente. Acham casamento uma bobagem, ou pelo menos não se planejam para isso. Preferem conquistar outros caminhos. Ser independente, dono absoluto do seu destino e definitivamente não acredita que “é impossível ser feliz sozinho”.

Acontece que há os que estão no meio do caminho. Aqueles que desejam conhecer alguém e se apaixonar de verdade e ao mesmo tempo buscam sua independência, seus caminhos, seus objetivos, não necessariamente de acordo com o próximo. Chegam a se relacionar, por um tempo conseguem se manter fiel, comprometidos com o companheiro, acham que podem viver a dois de forma independente, mas... acabam sozinhos, porque não conseguem ser “solidários”, pensar no próximo, construir com alguém, saber somar. São egoístas e assumem isso (ou pelo menos tentam assumir).

Taí a questão. Até que ponto o ser humano está disposto a se “anular”, ou melhor, ser menos egocêntrico, para passar a pensar a dois, quando consegue um relacionamento sério? Conhecer a pessoa certa já é uma tarefa difícil, porque somos exigentes, por natureza. Buscamos no próximo, mesmo inconscientemente, sua imagem semelhança. E quando conseguimos nos apaixonar por alguém, confiamos quase 100% a NOSSA felicidade no próximo. E se não há retorno esperado, pronto, não vai dar certo. “Ela é quem está errada. Eu posso estar também, mas eu sou assim, não vou conseguir mudar. Somos diferentes, não tem jeito. Paciência”.

Então, pensemos em algumas questões: Será que somos capazes de “escolher” a pessoa certa? OU será que já “escolhemos” a pessoa antes de nascer e, pelo esquecimento necessário da vida, achamos que fizemos a escolha errada? E se acreditarmos nessa segunda hipótese, será que somos obrigados a conviver até o final com essa “escolha” pré-definida? Há o livre arbítrio, mas há também a suspeita que “se não foi nessa vida, não há saída, voltará na próxima”. Será? Se pensarmos assim, então, não tem jeito: nessa ou em outra, estaremos juntos, porque “assim que tem que ser”, é o tal do destino. “Está escrito nas estrelas”.

O tal do livre arbítrio talvez seja o responsável pelo número de separações, divórcios, brigas e desentendimentos. Não estou feliz, não estou satisfeito, coloco um ponto final e pronto. Para quê insistir no erro?

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