O filme é realmente emocionante no final (chega ser uma tortura ver
o animal sofrer e a família acompanhar o processo), mas eu achei muito triste
mesmo. E eu me vi em vários momentos do filme, desde a “escolha” do filhote
(mesmo sabendo que quem nos escolhe é o animal, rs!) até o final. Eu tive dois
cachorros: um fila chamado Lion e a fêmea – uma mistura de pastor alemão com
vira lata – chamada Madonna. Gostava muito dos dois, mas tinha um cuidado e
carinho especial pela Madonna, porque eu criei praticamente sozinho. E eu
explico porquê.
Na época, nós tínhamos uma casa de veraneio, mas enquanto
filhotes eles foram criados no apartamento do Rio
mesmo. O primeiro, Lion, quando chegou, eu era muito novo, tinha meus nove pra
dez anos, e como toda criança, eu só gostava de brincar com o cachorro, sem me
preocupar com as necessidades do animal. Lembro-me que eu e meus irmãos dividíamos
o quarto e dormíamos num treliche, e eu na cama debaixo. Como todo filhote,
Lion nunca dormia a madrugada toda, e acordava para brincar. Eu fingia que
dormia para não ter que ficar brincando com ele, o que sobrava para meus irmãos
mais velhos a tarefa de “entretê-lo” até pegar no sono novamente.
Quando chegou a Madonna, meus irmãos se vingaram e me fizeram cuidar
sozinho dela, inclusive nas madrugadas, quando passei a brincar com ela quase
todas as noites. Por conta disso, me apeguei com a Dona (como a chamava) que
era do estilo “Marley de ser” – incontrolável!
Mais tarde, quando já crescida, ela foi para o tal chalé ser
companheira do Lion, então só nos víamos quando viajávamos final de semana ou férias.
Foram vários episódios engraçados com os dois. A cada ida para a casa, a recepção
era uma festa. Era inevitável impedir que ela pulasse com as patas sujas de
lama na roupa limpa, mas a alegria era tanta que isso não importava
nem um pouco.
Infelizmente, meus cachorros morreram de tristeza, numa época de
quase abandono porque quase não íamos visitá-los. Isso virou uma tortura para
mim. Não tinha idade suficiente para pegar o carro e lá buscá-los. Era
criança, não podia tomar decisão sozinho. O que me
serviu de experiência sobre a responsabilidade de ter um animal doméstico.
Todo mundo que tem um sabe que cachorro é um companheiro para todas
as horas. Lhe ver chorar, e não pergunta nada, mas fica do seu lado. Faz festa
sempre quando lhe ver, mesmo quando você passa um bom tempo distante. Quando
faz besteira, finge que não é com ele e faz “cara” de inocente. Acaba com o pé
do sofá, rouba suas meias, disputa comida e por aí vai. Pode parecer clichê
tudo isso, mas é verdade.
No final do filme, a mensagem resume o que significa um animal tão
amigo na vida do homem: “Um cachorro não precisa de carrões, de casas grandes
ou roupas de marca. Um graveto está ótimo para ele. Um cachorro não se importa
se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração
para ele, e ele lhe dará o dele”.
Saudade grande dos dois.
4 comentários:
Até hoje não assisti esse filme por medo. Sou muito apegada a minha cachorra e sei q o filme é triste a beça. Adorei o texto e o final é muito bonito! Bjs
PS - To super comentando seu blog hein... haha
Eu assisti o filme mt tempo depois dele ter sido lançado, assisti sozinha no quarto e o rodrigo estava na sala, quando ele foi no quarto e me viu chorando horrores não entendeu nada!
Eu tive muitos bichos ao longo da minha vida, então ver o filme mexeu comigo de diversas maneiras!
beijos, ju
eu tinha peixes de estimação. não sei cuidar de outros bichos.
Olha, eu gostei do filme, mas gostei muito mais do livro ( que é muito diferente do filme, sugiro que leia)
Quem tem ou gosta de cachorros se emociona com o filme e livro, eu chorei, confesso, quando li. Lembrei também dos meus antigos cachorros e dos atuais, tenho 2 labradores, parecidos com o Marley. Acabei de ler o livro e fui brincar com eles, aproveitar ao máximo a companhia dos meus mais sinceros amigos.
Abração
Postar um comentário