Vivemos a
era da longevidade. A expectativa de vida aumentou consideravelmente de umas
décadas para cá. Se antigamente uma pessoa era considerada idosa a partir dos
60 anos, porque já não apresentava tanta disposição, hoje a realidade é outra.
Por conta disso, a população vem envelhecendo bem, de forma saudável (em sua
maioria). Tudo isso é muito positivo e prazeroso.
Ao mesmo
tempo que encaramos isso com bons olhos e achamos que os “novos” idosos são
mais independentes e ativos, por outro lado não enxergamos da mesma maneira as
deficiências e dificuldades peculiares da idade avançada.
Quem tem
parentes idosos em casa, ou pelo menos convive intensamente com eles, demora um
pouco a perceber pequenas mudanças no dia a dia. Aquilo que é comum para nós,
julgamos ser comum para eles também, quando na verdade não é. Com o tempo, eles
perdem o ritmo do caminhar, o tempo para atividades domésticas, como levantar
da cama, tomar banho, fazer as refeições. O tempo de raciocínio também é outro,
o que aos poucos vai se tornando mais lento, além da falta de atenção e cuidado
com objetos, os problemas de audição, visão e locomoção etc.
O tempo
deles é outro e infelizmente nós, que somos jovens, temos pressa para tudo,
corremos contra o relógio e raciocinamos rápido, não percebemos essa mudança
porque nos acostumamos com essa rapidez. Quando éramos crianças, eram eles que
nos apressavam para tomar banho, para comer rápido, para não perder a hora da
escola, para fazer logo o dever de casa, para prestar mais atenção nos estudos.
E agora, são eles que merecem nossa atenção, nossa paciência... Paciência:
virtude que deveria ser regra, não exceção.
Sem querer,
acabamos sendo grossos nas respostas ríspidas, nos suspiros de impaciência, na
bronca pela demora. Mal damos conta das nossas atitudes e como essas prejudicam
e entristecem essas pessoas que um dia foram tão fortes, enérgicas, altivas.
Eles se
sentem fracos, de corpo e de alma. Acabam se calando, pois se sentem impotentes
diante da juventude mal criada, impetuosa, intolerante, impaciente. Mal sabem
esses que o caminho é o mesmo. A velhice é uma questão de tempo, e as
deficiências aparecerão da mesma forma.
2 comentários:
É verdade meu filho, hoje não temos mais a disposição de ontem, mas lutamos contra isso, não que desejamos ser igual a vocês, mas achamos que ainda podemos, forçamos o nosso corpo, que certas ocasiões não respondem o que o cérebro manda os outros órgãos a executar uma tarefa simples, que julgamos ainda podermos fazê-la. O resultado é no dia seguinte, os músculos cansados enviam ao cérebro o resultado de esforço exagerado, fora do normal, e vem à prostração, a fadiga, a dor muscular e mental. Eu nos meus 63 anos, ainda me sinto um garoto, para certos serviços manuais e mentais, mas já sinto que não tenho mais 20 anos, tenho necessidade de dormir umas 6 horas, fico muito cansado quando ultrapasso às 8 horas diárias de trabalho, que você sabe que é fatigante enfrentar um trânsito esse tempo todo, ficar sem descanso semanal e anual durante muito tempo. Por esse motivo resolvi tirar umas férias, temporária ou definitiva, porque já tenho condições de pelo menos dar um tempo no meu trabalho. A autonomia de um táxi me proporciona essa facilidade de ganhar sem trabalhar, entregando essa tarefa para uma pessoa mais nova e de responsabilidade, que me pague seguramente um salário fixo sem estresses. Estava eu sem tirar férias desde 2008, realmente precisava de um descanso. Um beijo do seu garotão velho pai.
Belo texto!
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