Morar em
uma grande metrópole tem seus prós e contras. O Rio não diverge das grandes
cidades mundiais em vários aspectos, mas tem suas particularidades.
Tive a
oportunidade de conhecer algumas dessas cidades e perceber os erros e acertos
da minha cidade. Alguns problemas crônicos são independentes de primeiro ou
terceiro mundo. Trânsito, lixo urbano, por exemplo, são problemas comuns seja
no Rio, seja em Nova
Iorque, Buenos Aires, Paris etc.
Porém, em
algumas dessas cidades, certos problemas graves receberam atenção especial, o
que gerou esforço e planejamento para que fossem solucionados. Violência urbana
é um desses sérios problemas que se tornaram desafios para o poder público. A
cidade de Nova Iorque é um exemplo positivo, onde a violência foi sufocada de
forma sistemática e racional, a ponto de ser hoje considerada uma das cidades
mais seguras. Quando visitei NY, pude conhecer diversas áreas, tanto na Ilha de
Manhattan (incluindo Harlem), quanto fora da ilha. Passei pela experiência de
pegar o metrô de madrugada e andar pelas ruas tranquilamente. Não quero dizer
aqui que minha única experiência na cidade irá extinguir por completo a
violência urbana, porque isso seria utopia.
Mas
infelizmente não posso dizer o mesmo da tão propagada cidade apaziguada do Rio,
com as chamadas UPPs, instaladas nos morros cariocas. Apesar do discurso dos
governantes e parte dos moradores que dizem perceber que o Rio está mais
seguro, a realidade cotidiana é bem diferente. Essa onda de segurança só veio
encarecer ainda mais os imóveis da cidade, principalmente em bairros onde a
proximidade com favelas desvalorizava esses imóveis. A supervalorização fez com
que o Rio se tornasse uma das cidades mais caras do mundo. Leblon, Ipanema, Lagoa,
Gávea e Jardim Botânico hoje têm o metro quadrado mais caro do país.
Enquanto
isso, os problemas são os mesmos. No aniversário da cidade do Rio, os cariocas
são presenteados com uma greve de ônibus, mostrando que o transporte público da
cidade ainda é precário e ineficiente. No último domingo, tentei pegar uma
praia no fim de tarde. Infelizmente, o que encontrei foi uma praia suja, tanto
na areia quanto no mar. Desisti de mergulhar e voltei para casa.
A sensação
de quem mora na cidade é que não há um planejamento efetivo para solucionar os
mesmos problemas de sempre. As promessas dos governantes vão esvaindo com o
tempo, até a próxima greve, a próxima enchente, a próxima tragédia...
2 comentários:
E eu não acho que a cidade está mais segura por conta disso... pelo contrário, acho que é uma falsa sensação de segurança. Infelizmente...
concordo com o que você escreveu, tá tudo muito caro e tão vendendo uma certa segurança que não existe.
quanto a praia, eu fui domingo passado, mas sempre chego 8h e saio 12h quando todos estão chegando. assim aproveito o sol bom e a praia vazia e limpa. fica a dica.
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