20 de maio de 2015

Fernando de Noronha - Parte 1



Baía dos Porcos com morros Dois Irmãos

Fernando de Noronha é um lugar para ser visitado mais de uma vez. A primeira vez que fui, em 2002, tinha lá meus vinte anos, e conheci uma ilha selvagem que guardava uma beleza natural inigualável. Treze anos depois muita coisa se transformou, principalmente o acesso à praia considerada mais bonita do mundo, principal ponto turístico da ilha. Mas aquela beleza natural, que tanto me encheu os olhos naquela época, estava preservada, ainda bem!

Vista do barco para praia do Meio
A fiscalização e o controle aumentaram também, o que significa mais taxa para pagar e, portanto, mais caro ficou para o turista. Por um lado, acho justo o custo elevado para garantir tal preservação. Por outro, percebe-se um descaso em alguns serviços básicos de conservação da ilha, como coleta de lixo e preservação do centro histórico. Muitos moradores se queixam da falta de investimento na ilha por parte do governo pernambucano, responsável pela administração local. E eles têm razão. Pelo valor cobrado pela diária obrigatória (hoje em R$52) para conservação ambiental, as estradas de terra e a infraestrutura poderiam receber mais atenção. Nessa época de chuva (de março a julho), as estradas ficam esburacadas e cheio de lama, difícil até para buggy passar.

Surf na praia da Conceição
 Mas o turista busca o que Deus proporcionou, ou seja, as belezas naturais das inúmeras praias. Não tem como não se impressionar com tamanha riqueza da vida marinha presente na ilha. Não precisa realizar mergulho de cilindro, por exemplo, para enxergar uma série de peixes, corais, arraias, tartarugas e até mesmo tubarão. Um simples mergulho de apneia em algumas praias, como Sancho, Porto e Sueste já é possível encontrar tamanha riqueza.

Mergulho de apneia na praia de Sancho
E há várias opções de passeios no local. Aliás, pode-se dizer que existem dois tipos de turistas: o comum e o aventureiro. O primeiro é aquele que vai conhecer na ilha os principais pontos turísticos e realizar os passeios básicos como Ilha Tour, passeio de barco, centro histórico etc. Já os aventureiros aproveitam para desbravar as praias mais selvagens e, claro, descobrir os lugares onde a beleza natural não está tão facilmente acessível. A diferença da primeira para segunda viagem que fiz foi justamente essa. Em 2002, fui o turista comum, que aproveitei os quatro dias apenas que tinha para conhecer o máximo possível. Na época, fizemos o ilha tour com um táxi-buggy, que era bastante comum. Pagávamos uma diária para o taxista e ele nos levava aos principais pontos turísticos da ilha, começando pela praia do Atalaia e terminando no famoso pôr do sol no mirante do Boldró.

Praia da Conceição

A primeira grande diferença que percebi da primeira para essa segunda viagem foi o número de veículos presente na ilha. Se antes praticamente só existia buggy como opção de transporte (via-se muito pouco carro de passeio), agora os passeios são feitos em jipes ou até micro-ônibus, se forem realizados por agências. Ainda aluga-se muito buggy na ilha (aliás, um dos serviços mais caros e nem sempre satisfatórios, porque muitos apresentam problemas no meio do caminho). A segunda diferença é o acesso para algumas praias, como a piscina natural do Atalaia. Na primeira vez, bastava chegar bem cedo na praia do Sueste, ponto de partida para trilha do Atalaia, e por ordem de chegada os turistas tinham direito de conhecer. Havia um limite diário, portanto, caso o número fosse alcançado, um fiscal já avisava na fila. Agora, todas essas trilhas são agendadas previamente na sede do ICMBio, ao lado do local onde ocorrem as palestras do Ibama (explico melhor no próximo post).
Nessa segunda visita à ilha, fui mais aventureiro e consegui conhecer lugares que nem ouvi falar na primeira vez. Por outro lado, preferi não repetir o ilha tour e, portanto, não visitei todas as praias da ilha. Apesar de ter pego alguns dias de chuva (não o dia todo), o que atrapalhou um pouco a programação, consegui desfrutar o melhor de Noronha, como mostro nos próximos posts.

Mapa disponível no site parnanoronha

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