foto Guga Melgar |
A peça escolhida para essa estreia é um sucesso da Broadway –
“33 Variações” – que narra o processo de criação das variações de Diabelli,
consideradas obra prima de Bethoveen, a partir de uma busca incessante de uma
musicóloga pelos manuscritos do autor.
Para contextualizar a narração, o espetáculo intercala o
presente, vivido pela pesquisadora, com o passado, remetendo à época de
Bethoveen, interpretado por Wolf Maya. Para enriquecer ainda mais a peça, parte
da obra é executada ao vivo pela pianista Clara Sverner, com um piano de cauda
em destaque, compondo o cenário. As projeções visuais impressionam o público,
sendo um excelente artifício cênico, ultra moderno.
Com tudo isso, você deve imaginar: “nossa, essa peça deve
ser imperdível!”.
Confesso que fui com uma expectativa proporcional ao talento
do elenco e a beleza musical do repertório, mas o resultado, infelizmente, não
correspondeu.
A sensação é de uma peça é arrastada, com um roteiro fraco,
o que torna cansativo para suas três horas de duração (com intervalo). É um
drama, com pitadas de humor, que não se sustenta quando a problemática já é
percebida nos primeiros minutos da peça. Por um lado, uma pesquisadora fanática
pelo brilhantismo de Bethoveen, mas tendo que conviver com os sintomas da
esclerose lateral sofrida pela personagem. Por outro, um Bethoveen doente,
obcecado pela criação de uma obra perfeita. Para o final, Wolf prepara um
número musical fantástico, com seus alunos da Escola de Arte Dramática, o que
faz o espectador despertar de uma soneca inevitável. E isso é tudo.
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