O que começou com uma manifestação contra o aumento das
passagens nos centros urbanos, tornou-se um movimento contra o descaso dos
governos – municipal, estadual e federal – nas questões básicas e essenciais de
uma nação: segurança, educação e saúde. O povo foi para rua, com cartazes de “O
gigante acordou”, “Verás que o filho teu não foge à luta”, “Se o transporte é
público, por que pagamos?”, “Eu iscrevo errado porque a Diuma não deu educação”,
“Se seu filho ficar doente, leve-o ao E$tadio” e por aí vai.
Há tempos não se via um movimento de rua, com a população
ocupando os principais pontos urbanos para protestar contra aquilo que sempre
incomodou, mas que acabava se conformando. Há tempos não se via uma mobilização
generalizada, espalhada pelas principais cidades, ou pelo menos, as mais
emblemáticas na luta a favor da democracia.
O que se viu pela TV ontem, dia 17 de junho de 2013, o povo
invadindo o Planalto Central, em Brasília, sem vandalismo (em princípio) é a representação
de um país que “não quer só comida”. Se é um ato político, não importa. Se
alguns partidos querem se vangloriar, ganhar espaço na mídia, estremecer os
pilares dos palácios centrais, enfraquecer a imagem dos atuais governantes,
isso tudo gerou um movimento. Isso cutucou o “gigante”.
Há tempos não se via brasileiros cantando hino nacional com
lágrimas no rosto sem ser por conta de um jogo da seleção. Estamos na Copa sim!
E mesmo sendo a Copa das Confederações, o mundo está de olho no país. E não é
que o brasileiro dessa vez foi esperto? Se os nossos governantes fazem vista
grossa às manifestações populares, o mundo está vendo a “bagunça generalizada”.
Será que é essa imagem que os governantes querem passar do Brasil para o mundo?
Um povo descontente, inconformado, revoltado?
Mas no meio deles, há também os radicalistas, os “sem-noção”,
os vândalos que destroem o patrimônio público, tacam fogo em ônibus, carros, em
agências bancárias e atacam policiais. O que adianta sair pelas ruas vestidos
de branco, com rosas na mão, se acabam numa praça de guerra? Será que toda
revolução é sinônimo de sangue e suor? Mahatma Gandhi veio ao mundo provar que
uma revolução se faz com a não-violência.
“Não são por 20 centavos, mas sim pelo descaso”, o princípio
é esse, a manifestação é justa, só resta consciência de todos para que todo
esse esforço gere um resultado, uma resposta, uma solução. Eles sim me
representam, não os felicianos engravatados do Planalto Central.
Um comentário:
tava na hora, mas é preciso usar o bom senso e evitar vandalismos, pois assim não se consegue nada.
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