Essa célebre frase tornou-se a marca do jornalista e âncora
Boris Casoy ao finalizar uma reportagem, quando assunto era por ele julgado absurdo.
Ele foi pioneiro em trazer para o telejornalismo brasileiro o que já era
prática entre os âncoras norte-americanos, de emitir sua própria opinião sobre
assuntos polêmicos. E fez escola.
Essa semana, a âncora do jornal SBT Brasil, Rachel
Sheherazade, deu seu comentário sobre a iniciativa de moradores do Flamengo em
amarrar em um poste um menor infrator da região, depois de espanca-lo e
despi-lo. “O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de
prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo
acabasse preso”, opinou a jornalista em rede nacional.
Imparcialidade é utopia no jornalismo, seja aqui no Brasil
ou no mundo. A teoria jornalística defende a busca pela verdade absoluta, blá
bá blá... mas se a imparcialidade não existe, até que ponto um jornalista pode
expor sua opinião sobre um determinado fato? Indiretamente a Globo demonstra
sua opinião colocando “o povo fala” (entrevista com pessoas na rua) contra
atitude feita com o jovem infrator. Já a âncora do SBT é direta em seu
discurso. Agora está sofrendo críticas pesadas nas redes sociais. E o SBT, para
tirar seu corpo fora, afirma que a opinião emitida é da jornalista, e não da
emissora. Como assim?
Fato é que a repercussão do ato contra o jovem que foi preso
a um poste dividiu opiniões: os que defendem a ideia e os que acham absurdo o
mau trato cometido. Os jovens que foram detidos explicam (veja matéria) que a
violência tem alcançado seus parentes mais próximos, os assaltos são diários e
o grupo de assaltantes permanece no local, sem que nenhuma autoridade tome
providência. Eles passaram então, por conta própria, percorrer a região à noite
para inibir a ação dos menores. Diante do acontecido, a repercussão foi
negativa e eles serão julgados pelos atos. Mas um deles afirma que precisou
chamar atenção da sociedade para agora as autoridades buscarem resolver a
questão da violência.
Sou contra a qualquer ato de covardia e de violência, mas
por outro lado, a sociedade em geral está cansada de ver impunidade e falta de
comprometimento dos responsáveis pela segurança pública. Infelizmente, virou
praxe idosos e mulheres serem assaltados por garotos em bicicleta, em
bando etc. Como diz a reportagem, houve tempo em que os pais ficavam preocupados
com a segurança dos filhos, mas hoje, nós é que tememos pela segurança de
nossos pais, avós etc.
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